Thursday, July 10, 2025

Convento misterioso - Final

 


 

Passaram-se um pouco mais de um mês...

Neste período, notei que a Madre nos observava com uma sensação estranha, sempre demandando mais tarefas para Mya e eu.

Mal tínhamos tempo para respirar, quem dirá nos encontrarmos às escondidas pelo jardim ou nos fundos do terreno.

Sempre procurava distrair as outras, ou inventávamos de fazer alguma atividade em dupla somente para não sermos monitoradas, porém, nem sempre dava certo.

 

***

 

Em certa noite, já estávamos recolhidas, quando a Madre entrou sem ao menos bater à porta desejando falar algo, transparecendo ou tentando parecer aflita. Neste instante, preparávamos para nos deitar.

 

- Boa noite, Senhora! – Cumprimentamo-la abaixando a cabeça como de costume.

- Boa noite! – Ela retribuiu os cumprimentos.

- Aconteceu alguma emergência? – Eu lhe perguntei.

- Sim! Peguem a caixa de primeiros socorros. Uma pessoa sofreu um acidente doméstico em casa e precisamos ajudá-la. – A Madre nos respondeu.

- Não seria melhor chamar um médico, senhora? – Mya lhe perguntou.

- O médico não está na cidade. Acompanhem-me! O veículo já está nos aguardando. – A Madre continuou.

- Só um momento. – Eu lhe pedi.

- Tudo bem, senhora. Colocamo-nos à disposição. – Mya também concordou.

 

Ao adentrarmos no transporte...

- A senhora não nos acompanhará? – Mya lhe perguntou.

- Não! Vocês serão levadas ao lugar destinado com segurança. Não se preocupem! E cuidem direitinho do paciente! – Ela nos falou copiosamente.

 

Mya e eu nos entreolhávamos com certo receio. E sabíamos que havia algo de errado e, exatamente a nossa intuição estava mais do que certa.

As respirações ofegantes...

Há quanto tempo desejávamos sair das dependências do convento sem que nenhum olhar estivesse nos vigiando. O medo imposto pelas leis divinas.

De vez em quando o condutor nos olhava, sentíamos como um pedaço de carne exposto para a venda.

Mais ou menos depois de uma hora chegamos ao nosso destino: Uma construção maior do que o convento e magnífica. Uma mulher nos aguardava na entrada principal, obrigando-nos a entrar imediatamente.

 

- Boa noite! – Ela nos cumprimentou secamente.

- Boa noite! Por gentileza, leve-nos ao paciente. – Eu lhe pedi.

- Boa noite. O que ocorreu? – Mya perguntou preocupada.

- Venham! Eu as conduzirei onde ele se encontra no momento. – A mulher se prontificou.

 

A senhora que não se apresentou, acompanhou-nos até o recinto, abrindo a porta revelando um homem alto, moreno, de corpo esguio e olhos esverdeados, com uma taça que parecia ser de vinho nas mãos e, não aparentava estar enfermo. Ao adentrarmos, a porta se fechou em nossas costas.

Ele nos olhava como se pudesse visualizar cada parte de nossos corpos, fazendo-nos sentir repulsa. Porém, sabia exatamente do que se tratava. Mya estava mais assustada do que eu e, apertando a sua mão, pedi para que confiasse em mim.

 

- Vocês demoraram... – Ele finalmente falou quebrando o silêncio e a tensão.

- Desculpe-me, senhor. Mas nos mandaram para cuidar de alguém doente e, não está parecendo ser o seu caso. – Eu lhe falei.

- E, por acaso, tem algum doente aqui? – Ele me perguntou rispidamente.

- Se não tem... Leve-nos onde se encontra! – Mya lhe falou.

- Vocês estão muito alteradas. Mas vamos relaxar. – Ele pronunciou servindo mais bebidas.

E caminhando em nossa direção, obrigou-nos a toma o líquido servidor.

Não bebíamos álcool, o que imediatamente nos deixou tontas.

 

- Não se preocupem! Diferente da outra vez, você está bastante falante. Isso se deu por que está distante do ambiente do convento? – Ele me perguntou.

- Sabia que te reconhecia de algum lugar. Então, foi você? – Eu lhe perguntei.

- Bem espertinha... Agora veremos como se sairá esta noite. É só fazer o que lhes ordenar que todos nós sairemos ganhando, incluindo a senhora Madre. – Ele falou secamente se despindo.

- Mas... – Mya tentou argumentar.

- Não tem nada de, mas... Ou vocês acham que a senhora Madre não sabe do caso de vocês? Não foi a toa que ela lhes enviou aqui para me satisfazer. Apenas quer tirar proveito financeiro disso. – Ele nos explicou.

- Com uma condição! – Eu lhe sugeri.

- Não estão em condições de impor nada. Porém, pode falar, se eu gostar... Quem sabe? – Ele continuou.

- O que você fará? – Mya me perguntou.

- Bom... Faremos o que desejas. Portanto, em troca ao invés de nos mandar de volta ao convento, podemos ir para outra cidade e, viver a vida do nosso jeito. – Eu lhe expliquei.

- Nada mal essa ideia. - Mya comentou.

- Posso pensar nessa troca de favores com carinho. – Ele falou sendo sarcástico.

 

Ao começar a me despir, ele rapidamente nos advertiu:

- Quero as duas sobre a cama somente sem os calçados. – Ele nos ordenou.

 

A princípio, Mya ficou um pouco reticente, nem parecia aquela garota que havia vivenciado a vida mais do que eu antes de entrar no convento.

Assim realizamos, enquanto, ele ficou apenas nos observando sentado na poltrona posicionada em frente à cama. Os nossos beijos começaram tímidos. Porém, com o tempo, as nossas carícias tomaram proporções cada vez maiores.

O homem que não se identificou, nu, já demonstrando ereção, tocava-se prosseguindo com as suas ordens fazendo com que nos despíssemos pouco a pouco, até que revelássemos completamente a nossa nudez.

 

Exibindo-nos –

Mostrando-nos abertas –

Tocando-nos –

Enfiando dedos por nossos buracos,

O tesão se fazia crescente.

 

- Como estão demonstrando, entenderem bastante o que é uma boa foda! Estou imaginando o quanto terei de vantagem, não as enviando para o convento..– Ele comentou entusiasmado.

 

E se levantando fez com que ficássemos de joelhos à sua frente, oferecendo-se em nossas bocas, já incendiadas não foi difícil sorver cada centímetro daquele cacete. Os fluídos escorriam se misturando com a nossa saliva. Mya e eu também nos acariciávamos.

 

O que antes começou com algo forçado, tornava-se natural.

Ele forçava as nossas cabeças de encontro ao cacete, fazendo-nos engasgar. Deitando-se na cama fez com que me encaixasse com a boceta em seu membro, enquanto, Mya se colocou sobre o seu rosto fazendo com que dedilhasse o clitóris com a língua, rebolando sinuosamente.

 

Realizávamos as fantasias de um homem desconhecido que, às vezes, passava-se por padre para ter acesso às freiras no sagrado convento.

Ao sermos fodidas acabamos por gozar quase ao mesmo tempo.

A minha boceta explodiu em êxtase quicando naquele pau cabeçudo e beijando Mya, logo ela se empinou mais se deixando levar pela leitura em braile e também se permitiu um delicioso orgasmo provocado por uma língua diferente.

E, ao nos acalmarmos, ele fez com que a Mya se deitasse, colocando-se por entre as pernas dela e, de uma só vez cravou o falo em suas entranhas. A sua carne era estocada, lambia o clitóris para lhe provocar um maior prazer, tornando-se mais intenso, gritos e gemidos ecoavam pela ambiência do quarto, o desconhecido fez com que ela gozasse novamente e, segurando-a com mais firmeza em suas pernas, ele se deixou esxudar derramando jatos de leite por entre os lábios vaginais, enquanto, fazia a honraria, acariciando o seu corpo, sorvendo o clitóris, acostumando-se com a novidade.

 

Estávamos ofegantes, com as falas entre cortadas.

O silêncio emoldurado pelos sorrisos de satisfação de quem acabava por se redescobrir.

Porém, não demorou muito para que o tal homem nos condicionasse a realizarmos um novo showzinho, sugerindo que abríssemos as pernas numa espécie de tesoura e, ficasse nos esfregando uma na outra. Desse modo, prosseguíamos bagunçando de vez os lençóis, rebolando sinuosamente, sentindo a fricção do clitóris um no outro, na mistura de fluídos quente e escorregadio e roçando os seios.

 

Em dado instante, ele vinha por detrás puxando os nossos cabelos, beijando-nos, acariciando os nossos corpos, transmutando-se em recheio. Oferecendo-se em nossos lábios, instigando-nos, saboreando cada momento. Se for o que a Madre desejava, era exatamente o que realizávamos.

 

E ao notar que estávamos no ponto de quase gozarmos...

 

- Fiquem de quatro... Uma ao lado da outra. – Ele nos ordenou.

 

Ao nos posicionar, trocávamos carícias...

Ele continuou abrindo as nossas nádegas e nos chupava com vontade. Em outros momentos, ele metia o dedão em nossos rabos que, dilatavam-se conforme acrescentava mais dedos. A dor se tornava perceptível e, quanto mais gritávamos, mais ele se excitava.

 

- Boas meninas! – Ele nos dizia.

 

O estranho percebeu que nossos buracos seriam virgens e, escolheu-me a ser primeira a enrabada sem ao menos nos indagar.

Colocando-me de lado, ele veio por detrás abrindo as nádegas, posicionou-se bem na entrada do meu cu, ordenando para que Mya me tocasse iniciando as suas investidas. Contanto, senti-o a me rasgar, mas me deixava vagar pelos toques delicados de Mya em meu corpo e seus beijos amenizavam um pouco o incômodo. E quando penetrou a cabeça, ele cessou os movimentos, sentia uma ansiedade, o coração quase saindo pela boca, mas ao me preencher de uma só vez, quase dei um pulo.

 

- Aguente! – Ele gritou me segurando.

 

Mya foi paciente, embora estampasse o desespero em meu olhar.

E finalmente, a dor cedeu e, proporcionou-me o prazer, com ele dando início às suas investidas - Mya me tocando, redescobri uma nova sensação de dupla penetração.

O meu corpo foi se entregando, estava começando a gostar, quando se afastou e me colocou de quatro, observando a cratera aberta, deu uma cusparada e saiu me rasgando de uma só vez. Como ele mesmo disse, aguentei e, depois veio o refrigério.

 

Mya se colocou por baixo formando um sessenta e nove – Ele fodia o meu rabo e eu a boceta dela. Os nossos corpos bailavam em uma mesma sincronia onde o verdadeiro prazer despertava uma nova maneira de viver e, a Madre sem imaginar o monstro que estava criando, dando-nos a chance de nos livrar de sua tirania e a da igreja. Sinto somente por aquelas que não terão a igual oportunidade.

 

Ele e Mya me levaram à loucura, a sentir um orgasmo muito intenso quase o partindo em dois com a boca anal.

Portanto, após me acalmar ordenou para que Mya se colocasse na mesma posição e, sem ao menos se lavar antes, direcionou a ferramenta na entrada do seu cu e, por minha vez, retribui o mesmo gesto que ela fez comigo, fornecendo o alívio para a dor inicial. Ela sentiu um desconforto, entretanto, foi passando com o auxílio se minhas carícias. Depois de atolado em suas pregas anais, começou a rebolar regida por seus movimentos.

 

O suor escorrendo por nossos corpos -

Os cabelos desgrenhados -

Lágrimas pelo deleite.

Em mais uma ordem, ele nos mandou ficar de quatro, enquanto, intercalava entre um rabo e outro, enfiando os dedos pelas bocetas, fazendo com que Mya gozasse e depois ao sentir que também gozaria, investiu repetidamente em meu cu que, ao me expandir sentindo-o pulsar, deu um banho de leite em nossas bundas.

 

- Confesso que me surpreenderam! – Ele exclamou.

 

Mya foi logo se levantando e recolhendo as nossas roupas.

 

- O que você está fazendo? – Ele a perguntou.

- Precisamos nos recompor. – Mya o respondeu.

- E quem foi que disse que acabou? O combinado foi para vocês passarem a noite, somente irem um pouco depois do amanhecer. Mas já que não desejam retornar ao convento... Para quê a pressa? – Ele nos falou exaltado.

- Tudo bem! Não ligue para o que ela fala... E levando em consideração, nunca ficamos tanto tempo fora do convento ainda mais desacompanhada por alguma responsável. – Eu tentei intervir.

- Também não sou um bicho de sete cabeças. Vocês precisam de um banho. – Ele falou.

 

O homem nos mostrou o reservado, avisando-nos de que quando estivéssemos prontas, deveríamos voltar para a cama. Se quiséssemos sair dali, teríamos que ser obedientes. Assim o fizemos.

Ao retornarmos, ele já estava de banho tomado e vestia um roupão.

Havia uma mesa posta com refeições e, nuas ele observava cada detalhe de nossos corpos e trejeitos. Nunca tínhamos realizado uma refeição com tantas variedades e com muito mais sabor.

E ao terminarmos, deitamos os três com ele entre nós duas na cama, retirando o traje fez com que o massageássemos usando mãos, lábios, línguas, bocetas. Ele se mostrava cada vez mais ofegante e rígido a cada momento, tanto quanto a nós duas.

 

Por mais que parecesse estranho, criaram-se um novo elo com o desconhecido e de certa turma com cumplicidade.

O que antes começou ameaçador com nuances de um crime, foi se desenhando outra catarse.

Agora Mya, um desconhecido e eu dividirmos a mesma cama sem nenhum receio oi medo.

À noite, foi marcada por muita excitação e orgia.

 

O que seria para terminar na manhã seguinte perdurou-se por toda uma semana.

 

O tal estranho se chamava Christopher. E nos ajudou com tudo o que fosse necessário para morarmos em outro lugar e, também nos fazer as suas visitas periódicas. Isso quando ele nos convidava para as festas em sua casa.

Quanto aos nossos hábitos, usávamos quando nos pedia para realizar o seu fetiche.

 

Às idas clandestinas ao convento cessaram.

A Madre tinha o receio de mais alguma de suas ovelhas se desgarrarem.

E quanto a nós duas, ela não poderia fazer nada contra, pois chamaria a atenção e provocaria um escândalo. E era o que ela mais temia para a sua vida. Afinal de contas, acabaria com todo o seu esquema.

 

Portanto, há o momento certo para tudo, e a sua hora chegaria, assim, como aconteceu com Mya e eu.

 

Tuesday, July 8, 2025

Convento misterioso – 1ª parte

 


Nasci e cresci em um pequeno vilarejo, lá pelo início do século XIX.


Em um lugar aonde tudo se tornava cada vez mais complexo com as situações financeiras, condições políticas e a falência social e moral. A humanidade se tornando cada vez mais egoísta, no meio do desespero o escárnio humano se apoderado dos cernes de suas almas, transmutando-as para a bestialidade, dando vazão aos instintos mais primitivos.


A violência crescente, ainda mais ameaçadora quando se nasce mulher, em meio ao caos, a luta pela sobrevivência é mais dura e cruel conforme vamos crescendo, às vezes, não.


Os olhares de vizinhos em minha direção se tornavam mais angustiantes com o passar dos anos. Antes não compreendia e, para esconder as minhas formas os vestidos eram largos, maiores do que as medidas que seriam próprias para o meu corpo.


Conforme o assédio se tornava maior, os meus pais para me proteger do “mal”, colocaram-me em um convento, contribuindo com um dote que juntaram à vida inteira para esta finalidade.


Na realidade não compreendia o que realmente acontecia. Porque este fato se deu quando completei treze anos. A minha mãe dizia que era para o meu bem e, que estaria segura na casa de Deus.


Perguntava-lhe: Protegida do quê?


***


De vez em quando os meus pais vinham me visitar em dias de festas e em datas cristãs.


A rotina no convento era dura e pesada, pois começávamos a trabalhar ainda de madrugada, antes iniciando com a oração e, desse modo, havia tempo para as tarefas domésticas entre orações e penitências por algum castigo ou desobediência.


Às vezes, padres, diáconos, bispos e freis vinham para as festividades e, muitos deles pernoitavam. Não era difícil os encontrá-los pelos corredores.


No entanto, tinha as minhas desconfianças de que tanto os meus pais temiam também acontecia pelas dependências do convento, por causa de seus olhares. Porque os nossos hábitos marcavam bem as nossas cinturas.


***


Os anos foram se passando, fui crescendo diante dos olhares daquelas pessoas, sobre pressão, perseguição e até tortura por algo que não havia cometido. E ao completar dezoito anos, os olhares se transformaram em assédio, até então, não conhecia essa palavra. Sempre ouvia as mais velhas temerosas, comentando algo aqui ou acolá pelos cantos com medo de serem flagradas, porque não tínhamos permissão de conversar pelos cantos ou corredores. Na verdade, éramos tratadas como escravas, burros de carga, principalmente, as que viviam na clausura, rezando pelo bem da humanidade sobre caroços de milho ou feijão, horas a fio. Existia um horário específico para as suas refeições que eram servidas em seus aposentos.


Quando os padres de outras regiões vinham para dormir, ou passar a noite nas dependências surgia um clima enigmático, cheio de mistérios e olhares estranhos como se fossem códigos.


Até que certa noite, no horário do jantar, a madre ficou me observando fixamente, o padre que estava de passagem tinha um sorriso irônico no rosto, elogiando todas as meninas. Mas nada podíamos falar, senão seríamos punidas.


Na minha compreensão, ou melhor, intuição, havia alguma coisa de errado – Eles vendendo, demonstrando uma realidade de santidade que não existia. Talvez tivesse sido somente uma sensação ruim... Vai entender!


***


Na manhã seguinte, chegou uma noviça da mesma idade que eu, de um povoado bem distante. Os seus pais faleceram em um acidente com a carroça, ficou sozinha e sem família. E por bem, acharam de bom tom acomodá-la em meu quarto, e a senhora que dividia comigo foi para o outro.


Como Mya era nova e não estava familiarizada com as regras, coube a mim a missão de instruí-la. Mesmo assim, depois do toque de recolher, ficou puxando assunto, desejando ser confortada pela passagem repentina de seus entes queridos. E me perguntou se poderia se deitar na mesma cama. Na dúvida, respondi que sim! Ela pulou ao meu lado levantando o cobertor.


Quanto a mim sendo filha única, nunca havia dividido a cama com alguém e, a sensação de ter outro corpo em contato com o meu, confesso que me surpreendeu. Foi estranho no início, mas logo senti o calor humano de outra pessoa no meio daquele lugar, encheu-me de esperança, de sonhar com um futuro que nem mesmo sabia se poderia existir.


Apesar de sua dor, Mya estava conformada. Repetia que era a vontade do Senhor a partida de seus pais.


De repente, Mya se virou em minha direção quando os nossos olhares se encontraram...


- Não acredito que você está aqui à todos esses anos, desde os treze de idade! – Mya exclamou.


- Fale baixo. – Eu lhe pedi sussurrando.


- Deixa de ser boba! – Ela continuou.


- Sim! Os meus pais queriam me proteger de algo que nem mesmo sei do que se trata! – Eu lhe falei.


- Não sei de fato o que seja, mas faço ideia. – Mya me falou.


- Como você sabe? – Eu lhe perguntei.


- Já frequentei certos lugares... As amigas me falavam sobre alguns assuntos. Eu vim parar aqui porque não tenho ninguém. E meus tios mais distantes me enviaram para este lugar. – Mya me explicou.


- Fala logo! – Eu lhe pedi.


- É impressão minha ou você está ofegante? – Mya me perguntou séria.


- Aqui está calor. – Eu lhe respondi.


- Calor ou tesão? – Mya continuou a me indagar.


- Não sei o que é tesão! – Eu lhe respondi novamente.


- Você pode não saber o que é, mas está sentindo. – Mya me falou.


- O que é isso? Diga-me logo! – Eu lhe implorei curiosa.


- Posso te mostrar? – Mya me perguntou.


- Sim! – Eu lhe respondi.


- Não se assuste. Não grite! Lembre-se que não podemos fazer barulho. – Mya me orientou.


- Pode deixar... – Eu lhe falei.


- Qualquer coisa, morda o travesseiro. – Mya me ordenou.


- Tudo bem. – Eu lhe falei.


Mya prosseguiu afastando a coberta e, colocando um braço por baixo do meu pescoço se aproximando ainda mais, envolvendo-me com o outro braço. Um turbilhão, mas acontecia em câmera lenta se tornando muito enigmático, mas a curiosidade gritava mais alto dentro de minha alma, enquanto, ela prosseguia como se soubesse exatamente o que realizar – A sua mão escorregando sobre o meu corpo, Exercendo a pressão necessária me provocando ainda mais, a respiração entrecortada, as duas simultaneamente. Ela desfez o laço que prendia a camisola e abriu revelando um dos meus seios. O seu toque quente... Os seus lábios na minha pele fina, causava-me arrepios, despertando reações antes nunca sentidas. O silêncio ecoando pela ambiência, um suspense no ar, sussurros inaudíveis, como se, de repente, algo pudesse acontecer e se firmar um tremendo estardalhaço. Quando desceu a mão apertando as minhas coxas por baixo do tecido, ela olhando fixamente em meus olhos – Sentia algo em meu sexo, uma comichão molhando a calcinha.


- O que estava acontecendo comigo? – Indagava-me.


- Não se preocupe... É normal! – Mya me respondeu como se reconhecesse a minha aflição.


Pouco a pouco a sua mão começou a subir, abrindo as minhas pernas seguindo o instinto, para facilitar o seu intento, Mya começou a me acariciar por cima da calcinha e, depois a afastou penetrando dedos. Tornava-se uma sensação tão boa que me deixava levar mordendo os meus lábios, até que desenhando círculos, a minha boca procurou a sua. Não me contive, colocando a mão por baixo de sua roupa, procurando o ponto sensível de seu corpo - Beijando-nos o meu corpo explodiu em um êxtase até então desconhecido, em seguida, foi a sua vez.


Mya me observava atentamente aguardando o momento certo de falar.


- Gostou do que sentiu? – Mya me perguntou.


- Claro que sim... – Eu lhe respondi.


- Sexo! Esse era o assunto proibido e que os seus pais não queria que você o descobrisse. – Mya me alertou.


Sem pensar no que poderia acontecer e, esquecendo que poderíamos ser flagradas, Mya e eu repetimos outra rodada de descobertas e prazer, rendendo-nos aos instintos da carne, misturando os nossos fluídos.


***


E, assim continuou durante os dias, montando estratégias para não sermos descobertas, fortalecendo os laços entre as duas.


Durante meses Mya e eu compartilhávamos do nosso segredo por entre uma reza ou outra, alguma tarefa, na maioria das vezes, ansiando pelo horário de recolher.


Com certeza não seríamos as únicas, pois existiam muitos segredos naquele convento e, com eles os informantes.


E ao passar um pouco mais de um ano, recebemos os nossos votos, sempre vivendo uma vida paralela, por entre as paredes que nos protegiam; ledo engano. Até aí não existia nenhum mistério, havíamos nos acostumado com a rotina. Por mais que, às vezes, alguém realizasse algum comentário de mau gosto, tentando descobrir um ponto fraco, ou apenas para nos entregar às garras da Madre.


***


Os dias estavam relativamente tranquilos.


Naquela semana, alguns convidados viriam para a festividade seguindo o calendário da igreja.


Mya e eu como sempre discretas ao cuidar de nossa parte nas tarefas


Após tudo organizado, Mya foi a primeira a se recolher, enquanto, terminava pequenos ajustes.


Ao caminhar em direção aos nossos aposentos, para minha surpresa, fui detida e puxada para outro corredor, onde fica a ala destinada aos padres e afins, assustada, não sabia como agir.


Alguém mais alto do que eu, primeiro tampou a minha boca para que não gritasse, imobilizando-me, arrastando-me para um dos cômodos.


Encontrava-me apavorada e, ao entrarmos ele vendeu os meus olhos antes que pudesse vê-lo, a fim de não identificá-lo.


- O que está acontecendo aqui? - Eu lhe perguntei.


Os passos de um lado para o outro...


- Quem é você? – Eu continuava em vão.


A pessoa continuava a caminhar diminuindo o ritmo.


A sua respiração ofegante podia sentir, mas nada pronunciava.


Sem sucesso tentava identificar a maneira de caminhar. E tateando as frias paredes mais uma vez, busquei me desvencilhar de onde estava, porém, recebi um empurrão e cai ajoelhada. O silêncio pertinente tomava conta do lugar.


Ao fazer menção de me levantar, ele ou quem quer que fosse me puxou para baixo, amarrando os meus punhos por detrás das costas.


Vendada -


Amordaçada -


Imobilizada –


Subjugada –


Não estava livre dos desmandos da carne.


Com os punhos imobilizados, de joelhos, ouvia o ranger de seus calçados com o atrito ao chão.


Não sei por quanto tempo permaneci daquela maneira.


De repente, a pessoa me puxou e me direcionando; Permanecendo próximo à cama, abrindo o hábito me acariciando, deixando-me completamente exposta ao frio. Logo em seguida, apoiando-me no móvel, sentindo o conforto do colchão, batendo em minhas nádegas, dedilhando a boceta e resvalando em meu rabo.


Para a minha surpresa, reconhecendo aqueles movimentos, o meu corpo se entregava as sensações, contraindo os lábios vaginais, empinando-me.


O que me amedrontava também me instigava, talvez por achar que fosse a Mya desejando realizar algumas de suas fantasias ou algo diferente para apimentar a nossa relação, mesmo escondida dos olhares dos demais.


Quem me mantinha ali, sabia exatamente o que estava realizando.


Imaginando ser a minha companheira de quarto, mordia os lábios me entregando para conter os gemidos, enquanto, o seu gemido se tornava mais pragmático. Apenas sentia a sua respiração ficar mais ofegante gradativamente.


Mya se mostrava totalmente ousada, porque conseguiu penetrar em um local que seria proibido o acesso para as demais freiras. Somente entrava ali a Madre em companhia de um senhorzinho que cuidava da manutenção do prédio.


Toda a novidade me instigava!


A sua mão arrancou a minha túnica, Revelando o meu longo cabelo loiro que, somente não foi cortado, porque falei que seria uma promessa a Deus, sendo puxado logo em seguida.


Se não estivesse vendada, logo reconheceria de quem se tratava e não seria a Mya, desfazendo o mistério.


Porém, quando finalmente, roçou em meu corpo, tive a certeza de que meu raciocínio estava correto e, não se tratava dela.


Quem mais poderia ser?


***


Naquela mesma noite, três padres repousavam no Convento. E desconfiava de apenas um devido à sua estatura, o padre Luigi. Bem que aqueles olhos azuis não me enganaram, eram muitos ágeis, notei que prestava atenção nos mínimos detalhes.


***

Em algum momento, pressenti-o se afastando e, ao notar os seus passos se ajoelhando, batendo em minha bunda, ele abriu as nádegas, lambendo-me, tornou a se levantar e, subindo na cama tirou a mordaça e me segurando pelos cabelos, enfiou o cacete em minha boca fazendo lhe chupar. Virei o rosto na tentativa de não obedecê-lo, no entanto, forçou a cabeça de encontro ao pau em riste. Não tive escolha, foi o jeito o que me deixava totalmente com falta de ar, com seus fluídos se misturando com a minha saliva que escorria. Estava em uma posição completamente desfavorável, quando este me tocando no rosto e me apertando, puxou-me para perto de si e me beijou, penetrando a língua quase me sufocando outra vez.


- Boa menina! – Ele finalmente falou tentando modificar a voz.


- Quem é você? – Eu lhe perguntei.


Não me respondeu... Em compensação me cravou os dedos, tomando posse da mordaça e a usando novamente.


E se prostrando por detrás, direcionou-me para cima da cama, o que me fez deitar de bruços, abrindo as minhas pernas, deitou-se por cima de mim e, meteu o cacete na boceta me rasgando sem pena.


Atolado - Sentia uma dor por ser invadida pela primeira vez, uma quentura me preenchendo por dentro. Ao mesmo tempo em que sentia repulsa, também a dualidade do prazer. Um corpo sólido entre as minhas entranhas.


Mya sempre me despertou o tesão, desde o início. Porém, com um homem se tornou uma experiência para além dos sentidos, provocando-me reações até então, desconhecidas.


Ao me levantar um pouco, as suas mãos apertavam os meus seios, alimentando a excitação. E crescendo, tomando forma de um cilindro, começou a se movimentar com batidas rápidas e precisas.


As suas oscilações me causavam um forte impacto, derretendo-me, escorria pela boceta, como se estivesse me urinando, mas sentia um fluido mais denso. Como explicar algo tão intenso?


Aquele homem me fodia sem o meu consentimento e à força. E por mais que fosse estranho, o meu corpo se entregava reconhecendo as nuances de Mya, amiga, colega de dormitório e também amante. Querendo ou não, possuíamos um relacionamento secreto que, a partir daquela noite estaria ameaçado.


Quem será que nos descobriu?


Apesar de tantas dúvidas que pairavam em minha cabeça, tinha a certeza de que o ato seria consentido por alguém.


As pessoas enxergam o convento como um lugar imaculado, na verdade, não passa de um ambiente comum, onde os perigos estão à espreita e se apresentam das piores maneiras possíveis, incluindo perseguições. Até aquela data, Mya e eu conseguimos nos blindar. Nada mais seria eterno e chegou a nossa vez.


E ao sair do transe que me encontrava, notei que as suas investidas estavam se tornando mais abruptas, com ele mordiscando o meu pescoço, apertando-me de encontro ao seu peito. Só desejava que terminasse logo para sair daquela situação, quando, de repente, senti uma explosão em meu corpo. Apesar de tudo, fez-me gozar. A carne estremecia o apertando, seguindo o meu entusiasmo ele se deixou derramar, fazendo o leite escorrer por entre as minhas coxas.


Um silêncio enigmático havia por entre aquelas paredes que nos abrigava.


Ele ficou sobre o meu corpo ainda por alguns minutos...


Depois me puxando, soltou os meus pulsos, em seguida me entregando as roupas que as conhecia tão bem, fez com que as vestisse com os olhos vendados.


Guiou-me até a porta pesada que separava as alas e, somente então, retirou a mordaça e a venda para que, finalmente, seguisse.


Com lágrimas nos olhos fui para o meu quarto, Mya me aguardava.


- Onde você estava? – Ela me perguntou aflita.


- Na outra ala. – Eu lhe respondi.


- Como? Quem a levou? Você está bem? – Ela continuou.


- Estou bem... Não sei quem foi... Mas pude constatar que o burburinho dos corredores é real. – Eu lhe respondi.


- O que fizeram com você? – Mya me perguntou preocupada.


- Eu não sei quem. Mas fui imobilizada, vendada e amordaçada. – Eu lhe respondi.


- Vou ajuda-la com o banho – Mya se prontificou - Precisamos fazer algo ou denunciar. – Ela continuou.


- Não adianta. Eles sempre darão um jeito de abafar o caso. A lei do silêncio é cruel. – Eu lhe avisei.


- Isso não pode ficar assim! – Mya exclamou.


- Esqueça isso! – Eu lhe pedia.


Mal pude dormir aquela noite.


***


Na manhã seguinte, realizando o desjejum, após o primeiro horário da oração, a Madre me perguntou se estava tudo bem. Prontamente, respondi-lhe que sim. Ela chegou a comentar sobre as minhas olheiras e me ofereceu um copo de suco de laranja. Todos estes anos ela não foi capaz de uma gentileza comigo, o que me fez estranhar.


O dia seguiu com a sua rotina...


Dos padres, dois se despediram: Luigi e Ambrósio, Restando o padre Alfredo. Porém, não tivemos nenhum contato com os três.


***


Alguns acontecimentos estranhos ocorriam naquele lugar inóspito, onde se conspiraram muitos segredos, sem que nenhum fosse realmente revelado de fato.


Muitas freiras eram muito ingênuas e a maioria delas mal abria a boca de medo devido aos abusos psicológicos e físicos. Em compensação Mya e eu possuíamos outra vivência nos apoiando mutuamente para suprirmos a carência de afeto e longe da minha família. Ela me ensinou o que até então, não conhecia. Tudo realizado no sigilo.


Entretanto, o que de fato acontecia entre as paredes daquele convento?


Nem sempre os padres eram os mesmos, repetiam-se os nomes das cidades e os nomes dos padres eram diferentes, poucas vezes, vinham os mesmos.


Várias dúvidas pairavam sobre os meus pensamentos


E, outra vez quase não dormi pensando e/ou tentando adivinhar quem seria a próxima vítima.


***

O padre Alfredo se despediu na manhã seguinte.


Outra vez, presenciávamos a Madre oferecendo um copo de suco para a noviça que havia chegado á um mês. Mal levantava a cabeça quando raramente pronunciava alguma palavra. Muito magrinha para suportar tal abuso. E sem querer fiquei imaginando-a em cenas explícitas.

***


À noite, comentei com a Mya esse comportamento estranho da Madre.


- Talvez ela possa colocar algum chá ou erva no suco, ou alguma coisa para sangrarmos antes do dia. Porque estou sentindo cólicas. – Eu lhe confessei.


- Isso faz sentido! – Mya concordou.


- Vamos! Estão tocando o sino! – Eu lhe avisei.


No dia seguinte, acordei com uma dor horrível no pé da barriga e, o meu sangramento desceu muito adiantado.


Continua...



Monday, July 7, 2025

Tempero do prazer

 


Excita-me...
Instiga-me...
O toque intenso,
Prazeroso -
Efeito cachoeira,
Transbordo-me.
Nessa loucura,
Constante aventura. 

Faço-me nua,
Sou tua.
Miscelânea de cores, 
Entregando sabores.
Derramando fluídos, 
Doce pecados. 
Entrelaçando corpos, 
Elevando ao topo. 

Amo assim,
Quente, teso, enfim.
Presenteando-me,
Com o teu calor. 
Preenchendo-me,
Em esmero.
A todo dispor,
Dose certa de tempero.

Entorpecendo-me...
Sufocando-me...
Ensandecida,
Precisas arremetidas. 
Derramando o néctar,
Falta de ar.
Altos decibéis, gemidos,
Somos dois pervertidos.

Estremecendo-me...
Contagiando-me...
Linhas corporais,
Oscilações viscerais.
Culminando no ápice, 
O falo, o alicerce. 
Culto à divindade,
Satisfação, a felicidade. 

Saturday, July 5, 2025

Malemolência


Rendo-me ao tesão,

Entrego-me à perdição,

Com veemência.


O teu corpo é alimento,

A tua invasão o acalento,

Em reminiscência.


Escorrendo a libido,

Totalmente pervertido,

Sinuosa malemolência.