Patrick... Meu doce
Patrick...
Nem tudo para a vida
tem explicação, mas não compreendo o que aconteceu.
Patrick e eu tínhamos
uma cumplicidade tamanha... A química mais do que perfeita que, deixava muitos
casais com inveja sem mera intenção. Para se ter somente um pouco de noção, era
só nos olharmos que já sabíamos o que um queria do outro.
Na cama éramos
completos... Ele era a minha complexa e perfeita alma gêmea.
As nossas vidas eram
como espelhos. Aliás, com Patrick ao meu lado, nada faltava. No trabalho amava
o que fazia e possuía ao meu lado um homem que amava e a quem continuo amando
incondicionalmente, apesar do triste fato ocorrido. Tenho a plena certeza de
que também era e sou muito amada por Patrick.
E no sexo
transcendíamos!
Patrick se encaixava
perfeitamente em meu corpo.
Tudo era perfeição, até
que um dia um acidente de transito mudou a nossa história e, colocou um fim nos
planos que tínhamos feito até ficarmos velhinhos.
Na ocasião do acidente,
o motorista do caminhão entrou na contramão e deu de frente com o carro de
Patrick.
No fatídico dia, estava
elaborando um relatório importante no trabalho, quando o telefone tocou na
minha sala. A recepcionista possuía um tom aflito e me chamou ao refeitório. Ao
chegar, a minha mãe se encontrava o que de fato muito estranhei era um tanto
quanto transtornada. E com lágrimas nos olhos me relatou sobre o acidente
ocorrido com meu Patrick.
O que me recordo da
triste notícia... Do fim da minha alegria... Do meu choque... Não tive alguma
reação. E quando dei por mim estava a caminho do IML, já que Patrick não tinha
família. Aliás, a minha família era a família dele, melhor, eu era a sua
família. E, de repente, do nada a caminho do trabalho... Tudo! Em apenas alguns
segundos acabara!
Ao caminho antes de
chegarmos, pedi com todas as minhas forças para que tudo aquilo fosse um
simples pesadelo e que, alguém me acordaria. E quando chegasse lá, não fosse o
meu estimado Patrick. Infelizmente para o meu desespero era o e que tanto
amava. Aquele quem inúmeras vezes despertara o tesão em meu corpo,
inflamando-me por completa.
Ao reconhecê-lo... Ao
ver seu corpo sem algum resquício de vida... A sua pele clara gelada e seus
olhos fechados... Olhos azuis que tanto amava admirar... Meu céu azul
cintilado!
Patrick deitado sobre
uma maca fria do IML... Nunca! Um momento sequer de minha vida passou este
pensamento. De ver o seu corpo imóvel, sem alguma reação... Sem o arrepio de
nossas peles.
O meu corpo repudiava
aquela cena na qual era a protagonista e o meu choque inicial deu lugar aos
espasmos... Não os espasmos que tínhamos em nossos momentos de loucura.
A minha família viu que
não possuía nenhuma condição para tomar as devidas providências cabíveis a um
enterro. E fizeram o que fosse melhor para que Patrick tivesse uma despedida
digna da pessoa de caráter que ele tinha. Afinal, Patrick sempre foi aquela
pessoa fácil de amar. Apesar de ter perdido os seus pais cedo.
Ao me despedir de
Patrick, meu chão desapareceu por completo. O que seria de mim sem a presença
física daquele homem que se tornara tudo em minha vida?
***
Os dias... Os meses
seguintes não foram fáceis. Enfrentei dificuldades no retorno ao trabalho, para
me concentrar em tarefas simples e principalmente para dormir.
Ah... Como sentia e
sinto tanto a sua ausência!
O que amenizava um
pouco essa dor era as poucas horas de sono. Pois são nessas pouquíssimas horas
que tenho a presença mais forte dele comigo.
Não relato esses meus
sonhos com Patrick para outras pessoas, nem mesmo para aquelas pessoas que
tenho confiança. Pelo simples fato ou receio de ser tachada como louca e,
acusarem-me do meu estado de depressão. Para os outros finjo que está tudo bem.
Mas me consome saber que vou acordar e não ter Patrick ao meu lado.
Em meus sonhos com ele,
sinto como se a minha alma deixasse o meu corpo e fosse der encontro à sua.
Até mesmo acordada,
escuto a sua voz me chamando com uma serenidade sem igual que, transmite-me
paz. É o som da sua voz que me faz seguir adiante.
Talvez possa ser
impressão minha, mas tem alguns momentos do dia que, sinto Patrick bem próximo.
Como se me sorrisse o tempo todo. Um papel que cai como se alguém o deixasse
cair, a cortina se mexendo como se alguém a balançasse, uma borboleta voando...
Tudo isso é como se ele estivesse bem... Mas bem próximo!
Necessito acreditar
nessas pequenas coisas...
Possa ser que talvez
esteja ficando louca, porém, prefiro acreditar nessas pequenas loucuras a
fingir não ter conhecido Patrick... Do que acreditar que tudo o que vivemos
teve realmente o seu fim. Não acredito nos finais de filmes de romance, as
personagens continuam a sua história longe de nossos olhares.
Não deixo de fazer
nada: Trabalho... Estudo... Fico com minha família... E saio com as amigas.
Entretanto, sinto a presença de Patrick comigo. Só não me peça para explicar.
Também acontece quando
tenho algum tipo de dificuldade. E só parar, respirar mais profundamente que,
logo tenho a resposta do que eu deva fazer.
Creio que exista vida
após a morte. Aliás, que a morte em si não exista. Pois o nosso corpo, a
matéria se desintegra. Mas a verdadeira parte viva de nós, ou seja, a nossa
alma... A nossa essência que realmente esta tem importância, sobrevive em uma
dimensão invisível aos olhos humanos e que, quando chega o momento exato, esta
retorna em outro corpo “emprestado” para continuar algo que ficara pendente.
Com Patrick vivo em
nosso mundo visível...
Tenho a plena certeza
de sermos almas gêmeas. E agora mais ainda, já que não estamos mais num mesmo
plano.
E uma das últimas
experiências que tive com Patrick vem comprovar, não para mim, mas para aqueles
que não acreditam, sobre o que venho comentando neste texto.
Naquele dia, não me
sentia bem e, uma enorme vontade de chegar em casa. As horas se arrastavam e,
quando finalmente acabou o expediente...
Poucos segundos de
chegar, meu celular tocou, era uma amiga me chamando pra sair. Expliquei a ela
que precisava de um banho e de algumas horas de sono. Ela compreendeu o que lhe
dizia e pedi para que não ficasse preocupada, pois estava tudo bem. E que,
qualquer coisa eu ligaria. Então nos despedimos.
O meu corpo entregue a
uma sensação da qual nunca sentira antes, um amolecimento... O que me fazia
intrigada, era que tudo aquilo transmitia muita paz... E ao mesmo tempo ouvia a
voz de Patrick, como se ele sussurrasse no meu ouvido o que, fazia a pele
arrepiar.
Patrick me
direcionava... Ele desejava que eu fosse ao seu encontro.
Em meu desassossego
quase profundo pensava:
- Patrick está
precisando de mim!
Como precisava
senti-lo... Ter o seu toque outra vez em meu corpo.
Depois de um longo
banho, pensei que aquela sensação passaria de um puro engano meu.
Parecia que estava
fria, embora estivesse com algumas cobertas sobre o meu corpo.
A minha cabeça zonza...
Sentia-me alcoolizada, mas como? Se não bebi nada que continha teor alcoólico?
Mergulhada em tal
letargia, quis me entregar para aquela sensação de quase morte. Entorpecida e
sozinha, meus pensamentos se tornavam mais confusos, embaralhavam-se em minha
mente e misturavam-se aos flashes de minha vida como pequenos flashes de minha
vida como pequenos filmes. E eram constantes os sorrisos e os olhos brilhantes
de Patrick. Por hora se confundiam com a sua imagem no necrotério.
Eu prosseguia o
chamando, intercalava o meu tom de voz com sussurros, pronunciando o seu nome
uníssono, como no momento de seu gozo ou gritando o seu nome desesperadamente
no enterro.
Por que Patrick? Por
que acontecera o inesperado de nossa súbita separação?
Neste momento não sei
se era uma alucinação (ou se realmente estava naquele novo lugar e lindo), abri
os meus olhos e, deparei-me com o céu de um intenso azul do qual nunca avistara
antes. Encontrava-me deitada sobre uma grama muito verde, quando, de repente,
uma mão se estendera para me levantar e, aceitando-a, ao me levantar, os nossos
olhares se cruzaram. O meu corpo cessou todas as reações. Muito me parecia que
o tempo... O senhor de tudo, havia parado também, pois Patrick estava sem
nenhuma explicação em minha frente.
- Como pode está
acontecendo? – Quis saber.
- Calma... Terá suas
respostas com o tempo. Você deve está cansada. – Ele procurou me acalmar da
euforia.
- Não! Não estou!
Apenas ansiosa e feliz por estar neste jardim! – Expliquei.
- Já lhe trouxe aqui
algumas vezes... Você que não recorda. Não é sempre que os encarnados lembram
de suas viagens fora do corpo carnal.
- Às vezes, acordo com
uma sensação boa... De paz. Mas...
- Não vamos falar sobre
coisas que não vem ao caso! – Patrick me interrompeu.
- Verdade! Porém, o
tempo aqui não deva ser o problema para você! – Falei.
Patrick sorriu ao ouvir
a minha constatação.
Sentia-se no paraíso. E
não estava nele, creio que era um pedacinho... Nossas mãos se tocavam... Nossos
lábios... Como é gostosa a sensação de estar em outra dimensão em que muitos
pensam não existir.
Patrick me transmitiu
muita paz. E me confortou dizendo que o encontraria quando também
desencarnasse. Se ele não tivesse feito a sua passagem daquela forma, seria de
outra, pois ele sabia que estava muito doente e não me falara para me poupar do
sofrimento antecipado e desnecessário. O motorista do caminhão foi enviado por
um anjo, para que não houvesse nenhum desvio do destino que para ele estava
traçado.
E sobre ele ser a minha
alma gêmea, também me deu esta confirmação. Mas também me deu esta confirmação,
mas o que tinha de ser para as nossas vidas, teria que passar por alguns
aprendizados. E que está em minhas mãos, na evolução do meu espírito se iremos
nos encontrar em uma próxima encarnação.
O meu desejo por
Patrick era tanto... Como queria transcender em seu corpo... Tocar... Sentir o
seu êxtase...
Porém, ele me ensinou
que ainda teremos muito tempo... Muitas vidas para usufruirmos juntos.
A cada nova chance que
temos para viver o nosso amor, é como se fosse um ensaio de uma peça teatral. E
evoluirmos para a perfeição ao menos tentando alcançá-la.
Patrick retificou mais,
de que preciso seguir com o curso normal de minha vida aqui na terra. Mas
estará sempre ao meu lado... Acompanhando-me.
Esta foi a primeira vez
que escrevi sobre o que ocorreu naquela noite.
E ao me acordar, meu
quarto exalava um perfume muito forte de flores.
Acredito que estive lá
com Patrick e que, este exato momento ele está aqui me observando... O grande
amor de todas as minhas vidas.
E depois do que vivi,
procurei fazer exatamente como ele falou. Como se Patrick estivesse, aliás, de
uma forma diferente ele está ao meu lado. E também sinto a sua forte presença
em pequenos e simples fatos que acontecem como o belo voo de uma borboleta.
Um comentário:
Uhmmm pelo visto temos um belo romance erotico vindo por ai.
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