sábado, 7 de novembro de 2015

Para sempre com você – 1ª parte



Patrick... Meu doce Patrick...

Nem tudo para a vida tem explicação, mas não compreendo o que aconteceu.

Patrick e eu tínhamos uma cumplicidade tamanha... A química mais do que perfeita que, deixava muitos casais com inveja sem mera intenção. Para se ter somente um pouco de noção, era só nos olharmos que já sabíamos o que um queria do outro.

Na cama éramos completos... Ele era a minha complexa e perfeita alma gêmea.

As nossas vidas eram como espelhos. Aliás, com Patrick ao meu lado, nada faltava. No trabalho amava o que fazia e possuía ao meu lado um homem que amava e a quem continuo amando incondicionalmente, apesar do triste fato ocorrido. Tenho a plena certeza de que também era e sou muito amada por Patrick.

E no sexo transcendíamos!

Patrick se encaixava perfeitamente em meu corpo.

Tudo era perfeição, até que um dia um acidente de transito mudou a nossa história e, colocou um fim nos planos que tínhamos feito até ficarmos velhinhos.

Na ocasião do acidente, o motorista do caminhão entrou na contramão e deu de frente com o carro de Patrick.

No fatídico dia, estava elaborando um relatório importante no trabalho, quando o telefone tocou na minha sala. A recepcionista possuía um tom aflito e me chamou ao refeitório. Ao chegar, a minha mãe se encontrava o que de fato muito estranhei era um tanto quanto transtornada. E com lágrimas nos olhos me relatou sobre o acidente ocorrido com meu Patrick.

O que me recordo da triste notícia... Do fim da minha alegria... Do meu choque... Não tive alguma reação. E quando dei por mim estava a caminho do IML, já que Patrick não tinha família. Aliás, a minha família era a família dele, melhor, eu era a sua família. E, de repente, do nada a caminho do trabalho... Tudo! Em apenas alguns segundos acabara!

Ao caminho antes de chegarmos, pedi com todas as minhas forças para que tudo aquilo fosse um simples pesadelo e que, alguém me acordaria. E quando chegasse lá, não fosse o meu estimado Patrick. Infelizmente para o meu desespero era o e que tanto amava. Aquele quem inúmeras vezes despertara o tesão em meu corpo, inflamando-me por completa.

Ao reconhecê-lo... Ao ver seu corpo sem algum resquício de vida... A sua pele clara gelada e seus olhos fechados... Olhos azuis que tanto amava admirar... Meu céu azul cintilado!

Patrick deitado sobre uma maca fria do IML... Nunca! Um momento sequer de minha vida passou este pensamento. De ver o seu corpo imóvel, sem alguma reação... Sem o arrepio de nossas peles.

O meu corpo repudiava aquela cena na qual era a protagonista e o meu choque inicial deu lugar aos espasmos... Não os espasmos que tínhamos em nossos momentos de loucura.

A minha família viu que não possuía nenhuma condição para tomar as devidas providências cabíveis a um enterro. E fizeram o que fosse melhor para que Patrick tivesse uma despedida digna da pessoa de caráter que ele tinha. Afinal, Patrick sempre foi aquela pessoa fácil de amar. Apesar de ter perdido os seus pais cedo.

Ao me despedir de Patrick, meu chão desapareceu por completo. O que seria de mim sem a presença física daquele homem que se tornara tudo em minha vida?

***

Os dias... Os meses seguintes não foram fáceis. Enfrentei dificuldades no retorno ao trabalho, para me concentrar em tarefas simples e principalmente para dormir.

Ah... Como sentia e sinto tanto a sua ausência!

O que amenizava um pouco essa dor era as poucas horas de sono. Pois são nessas pouquíssimas horas que tenho a presença mais forte dele comigo.

Não relato esses meus sonhos com Patrick para outras pessoas, nem mesmo para aquelas pessoas que tenho confiança. Pelo simples fato ou receio de ser tachada como louca e, acusarem-me do meu estado de depressão. Para os outros finjo que está tudo bem. Mas me consome saber que vou acordar e não ter Patrick ao meu lado.

Em meus sonhos com ele, sinto como se a minha alma deixasse o meu corpo e fosse der encontro à sua.

Até mesmo acordada, escuto a sua voz me chamando com uma serenidade sem igual que, transmite-me paz. É o som da sua voz que me faz seguir adiante.

Talvez possa ser impressão minha, mas tem alguns momentos do dia que, sinto Patrick bem próximo. Como se me sorrisse o tempo todo. Um papel que cai como se alguém o deixasse cair, a cortina se mexendo como se alguém a balançasse, uma borboleta voando... Tudo isso é como se ele estivesse bem... Mas bem próximo!

Necessito acreditar nessas pequenas coisas...

Possa ser que talvez esteja ficando louca, porém, prefiro acreditar nessas pequenas loucuras a fingir não ter conhecido Patrick... Do que acreditar que tudo o que vivemos teve realmente o seu fim. Não acredito nos finais de filmes de romance, as personagens continuam a sua história longe de nossos olhares.

Não deixo de fazer nada: Trabalho... Estudo... Fico com minha família... E saio com as amigas. Entretanto, sinto a presença de Patrick comigo. Só não me peça para explicar.

Também acontece quando tenho algum tipo de dificuldade. E só parar, respirar mais profundamente que, logo tenho a resposta do que eu deva fazer.

Creio que exista vida após a morte. Aliás, que a morte em si não exista. Pois o nosso corpo, a matéria se desintegra. Mas a verdadeira parte viva de nós, ou seja, a nossa alma... A nossa essência que realmente esta tem importância, sobrevive em uma dimensão invisível aos olhos humanos e que, quando chega o momento exato, esta retorna em outro corpo “emprestado” para continuar algo que ficara pendente.

Com Patrick vivo em nosso mundo visível...

Tenho a plena certeza de sermos almas gêmeas. E agora mais ainda, já que não estamos mais num mesmo plano.

E uma das últimas experiências que tive com Patrick vem comprovar, não para mim, mas para aqueles que não acreditam, sobre o que venho comentando neste texto.

Naquele dia, não me sentia bem e, uma enorme vontade de chegar em casa. As horas se arrastavam e, quando finalmente acabou o expediente...

Poucos segundos de chegar, meu celular tocou, era uma amiga me chamando pra sair. Expliquei a ela que precisava de um banho e de algumas horas de sono. Ela compreendeu o que lhe dizia e pedi para que não ficasse preocupada, pois estava tudo bem. E que, qualquer coisa eu ligaria. Então nos despedimos.

O meu corpo entregue a uma sensação da qual nunca sentira antes, um amolecimento... O que me fazia intrigada, era que tudo aquilo transmitia muita paz... E ao mesmo tempo ouvia a voz de Patrick, como se ele sussurrasse no meu ouvido o que, fazia a pele arrepiar.

Patrick me direcionava... Ele desejava que eu fosse ao seu encontro.

Em meu desassossego quase profundo pensava:

- Patrick está precisando de mim!

Como precisava senti-lo... Ter o seu toque outra vez em meu corpo.

Depois de um longo banho, pensei que aquela sensação passaria de um puro engano meu.

Parecia que estava fria, embora estivesse com algumas cobertas sobre o meu corpo.

A minha cabeça zonza... Sentia-me alcoolizada, mas como? Se não bebi nada que continha teor alcoólico?

Mergulhada em tal letargia, quis me entregar para aquela sensação de quase morte. Entorpecida e sozinha, meus pensamentos se tornavam mais confusos, embaralhavam-se em minha mente e misturavam-se aos flashes de minha vida como pequenos flashes de minha vida como pequenos filmes. E eram constantes os sorrisos e os olhos brilhantes de Patrick. Por hora se confundiam com a sua imagem no necrotério.

Eu prosseguia o chamando, intercalava o meu tom de voz com sussurros, pronunciando o seu nome uníssono, como no momento de seu gozo ou gritando o seu nome desesperadamente no enterro.

Por que Patrick? Por que acontecera o inesperado de nossa súbita separação?

Neste momento não sei se era uma alucinação (ou se realmente estava naquele novo lugar e lindo), abri os meus olhos e, deparei-me com o céu de um intenso azul do qual nunca avistara antes. Encontrava-me deitada sobre uma grama muito verde, quando, de repente, uma mão se estendera para me levantar e, aceitando-a, ao me levantar, os nossos olhares se cruzaram. O meu corpo cessou todas as reações. Muito me parecia que o tempo... O senhor de tudo, havia parado também, pois Patrick estava sem nenhuma explicação em minha frente.

- Como pode está acontecendo? – Quis saber.

- Calma... Terá suas respostas com o tempo. Você deve está cansada. – Ele procurou me acalmar da euforia.

- Não! Não estou! Apenas ansiosa e feliz por estar neste jardim! – Expliquei.

- Já lhe trouxe aqui algumas vezes... Você que não recorda. Não é sempre que os encarnados lembram de suas viagens fora do corpo carnal.

- Às vezes, acordo com uma sensação boa... De paz. Mas...

- Não vamos falar sobre coisas que não vem ao caso! – Patrick me interrompeu.
- Verdade! Porém, o tempo aqui não deva ser o problema para você! – Falei.

Patrick sorriu ao ouvir a minha constatação.

Sentia-se no paraíso. E não estava nele, creio que era um pedacinho... Nossas mãos se tocavam... Nossos lábios... Como é gostosa a sensação de estar em outra dimensão em que muitos pensam não existir.

Patrick me transmitiu muita paz. E me confortou dizendo que o encontraria quando também desencarnasse. Se ele não tivesse feito a sua passagem daquela forma, seria de outra, pois ele sabia que estava muito doente e não me falara para me poupar do sofrimento antecipado e desnecessário. O motorista do caminhão foi enviado por um anjo, para que não houvesse nenhum desvio do destino que para ele estava traçado.

E sobre ele ser a minha alma gêmea, também me deu esta confirmação. Mas também me deu esta confirmação, mas o que tinha de ser para as nossas vidas, teria que passar por alguns aprendizados. E que está em minhas mãos, na evolução do meu espírito se iremos nos encontrar em uma próxima encarnação.

O meu desejo por Patrick era tanto... Como queria transcender em seu corpo... Tocar... Sentir o seu êxtase...

Porém, ele me ensinou que ainda teremos muito tempo... Muitas vidas para usufruirmos juntos.

A cada nova chance que temos para viver o nosso amor, é como se fosse um ensaio de uma peça teatral. E evoluirmos para a perfeição ao menos tentando alcançá-la.

Patrick retificou mais, de que preciso seguir com o curso normal de minha vida aqui na terra. Mas estará sempre ao meu lado... Acompanhando-me.

Esta foi a primeira vez que escrevi sobre o que ocorreu naquela noite.

E ao me acordar, meu quarto exalava um perfume muito forte de flores.

Acredito que estive lá com Patrick e que, este exato momento ele está aqui me observando... O grande amor de todas as minhas vidas.


E depois do que vivi, procurei fazer exatamente como ele falou. Como se Patrick estivesse, aliás, de uma forma diferente ele está ao meu lado. E também sinto a sua forte presença em pequenos e simples fatos que acontecem como o belo voo de uma borboleta.


Um comentário:

Dante Gavazzoni disse...

Uhmmm pelo visto temos um belo romance erotico vindo por ai.