É a terceira vez que encho minha taça de vinho e ainda não sei como começar, meus dedos já estão cansados de brincar com a caneta enquanto o papel a minha frente continua em branco. Respiro fundo, decidida a tentar mais uma vez, encaro o cesto de lixo cheio de bolinhas de papel e me convenço de que, por mais que eu tente, não é possível maquiar essa historia, ela é como é, pervertida, proibida, incomum, inacreditável, louca, devassa, suja.
Começo pela data no alto da folha, de alguma forma agora eu sei o que escrever, não quero mais romantizar algo que é puro desejo, carne, sexo. Começarei com uma grande verdade sobre mim, e todas as outras se despejarão sobre o papel, mas para isso vocês que leem o que escrevo, com a vagina úmida só de lembrar das situações em que me envolvi, precisam saber primeiro quem sou eu, o que eu vi, para depois tentarem entender o que eu fiz.
CARTA UM
Quem Sou Eu?
Eu sou Denise, mãe de Michele, esposa de Mario, e eu sou a mulher mais suja que o mundo já conheceu.
Primeiro, deixe-me falar um pouco de mim; eu tenho trinta e dois anos, casada há doze, sou uma mulher extremamente branca, destas que em dois minutos sob o sol ficam com a pele vermelha e empolada, meus cabelos são pretos e lisos, indo até o meio de minhas costas, eu meço um e cinquenta e quatro de altura e, como toda mulher, odeio meu peso, odeio com todas as minhas forças cada grama dos meus setenta e quatro quilos, eu sou um pouco dentuça mas não tenho problemas quanto a isso, só há duas coisas neste mundo que eu odeio mais do que meu peso, a primeira, é a fraqueza de meu marido, e não falo aqui somente do físico, Mario é fraco em todos os sentidos possíveis e imaginaveis, o tipo de pessoa com a qual ninguém pode contar.
Incapaz de enfrentar as pessoas e as situações, um medroso, isso tudo, como se já não bastasse seu corpo franzino e seu modo de ser complacente, Mario é também um medíocre declarado, daqueles que vivem dizendo coisas como, está bom como está, quem sonha demais cai do cavalo, na vida é necessário prudência, não dá para arriscar, melhor nem tentar, vai que sai alguma coisa errada.
A segunda é o tamanho de meus seios, que deixaram de ser enormes ainda na minha tenra juventude, aos dez anos eu já usava sutiã M, hoje uso EX, que eu costumo brincar falando para as amigas mais chegadas que é a abreviatura de exagerados, pois é isso que eles são, exagerados. Não falo isso da boca pra fora, eles são realmente exagerados, com bicos róseos, uma vez, durante uma viagem de Mario, sem nada para fazer e entregue ao tédio, eu os pesei, os coloquei sobre a balança digital que fica ao lado do boxe em nosso banheiro, o resultado me impressiona até hoje, três quilos e cem gramas cada um.
Eles não permitem que eu passe despercebida, alguns homens só faltam babar ao vê-los, lançam olhares, mordem o lábio, ajeitam seus membros. Por mais que eu não goste da alcunha, Alessandra, minha melhor amiga, tem razão, eu sou uma vaca branca.
Assim eu termino a minha apresentação, agora vocês que leem isso já sabem quem eu sou, vamos então ao que eu vi.
CARTA DOIS
O que eu vi?
Há uma lenda da mitologia grega que fala de uma caixa, uma caixa cheia de incontroláveis males, que uma vez aberta, traria dor, sofrimento, transformações dolorosas a tudo e a todos à sua volta. A caixa de Pandora.
Eu me sinto como se a tivesse aberto quando empurrei a porta que levava ao meu porão naquela quinta-feira ensolarada. Eram quase dez da manhã, naquele horário, minha filha Michele estava na escola e Mario no escritório, eu vestia apenas um vestido branco curto, de tecido fino e, portanto, muito transparente.
Já no meio da escada eu pude ouvir o que parecia gemidos, e para minha surpresa, a voz de minha filha. Continuei descendo até estar de frente à porta, ouvindo claramente tudo o que se passava do outro lado dela.
"Vou gozar, senhor, vou gozar de novo, ahhhnn"
"Goze minha putinha adolescente!"
Definitivamente, aquela era a voz de minha filha, que eu acreditava ainda ser virgem, mas quem poderia estar com ela?
Girei a maçaneta devagar e empurrei a porta o suficiente para ver uma das cenas mais animais de minha vida. De pé, com o rosto colado na parede, a saia colegial levantada até a cintura e a calcinha na altura dos joelhos, minha filha adolescente recebia em sua pequena boceta o maior membro que eu já vira em toda a minha vida. Eu conhecia o homem atrás dela, segurado com firmeza sua cintura, aquele negro de quase um e noventa de altura, que socava seu cacete duro dentro de minha filha sem dó, era Jorge, o pai de seu namorado. Mesmo diante de toda aquela loucura, eu senti minha boceta contrair como há muito tempo não acontecia. Mesmo sem entender por quê, senti minha boceta escorrer o líquido do meu tesão por minhas coxas roliças.
"Ohnnn, ahhhnn, tô gozannn ahhhhhnn delícia se-se-senhor! "
Eu podia ver o corpo de minha filha estremecer com o poderoso orgasmo que lhe acometia, ele parecia indiferente aos espasmos de seu corpo, ao modo como ela jogava a cabeça de um lado para o outro, possuída pelo prazer que sentia. Jorge continuava a foder com força a pequena boceta, agora retirando quase todo o membro cavalar e o enfiando quase todo novamente dentro de Michele.
— Agora é minha vez, menina!
Ele a segurou por baixo das coxas, a empurrando contra a parede toda aberta, como um frango assado, o membro entrando e saindo em movimentos rápidos, as costas de Michele estavam coladas ao tórax forte de Jorge enquanto ele a espetava em seu membro animal.
"Toma, minha putinha!"
Ele anunciou o gozo, mordendo o ombro direito de minha filha, ejaculando dentro de seu útero infante. De onde eu estava podia ver as contrações em seu saco, que parecia se revolver enquanto eu contava, através das caretas de prazer de Michele, quantos jatos de porra quente ele jogava dentro dela, foram sete. Em meu íntimo eu desejava ver mais, mas o que fiz foi correr para meu quarto, onde me sentei atrás da porta e soquei quase toda minha mão esquerda dentro da boceta, com força eu me masturbava, enfiando três dedos o mais fundo de minhas entranhas que eu conseguia, o membro veiudo de Jorge em minha mente, mordi os lábios e deixei o corpo escorrer, estava agora entregue ao desejo, deitada atrás da porta de meu quarto me fodendo com os dedos, desejando que eles pudessem ir tão fundos quanto o caralho de Jorge, não podiam. Senti os tremores tomando conta de meus seios, eram em seus bicos róseos que meus orgasmos sempre nasciam, o calor começava bem na ponta até meus enormes seios estarem formigando, quentes, sensíveis, abri a boca e em um grito mudo gozei, como há muito não gozava, senti a boceta mordendo os dedos, faminta, em chamas, não tive forças para mais nada a não ser me virar de lado e dormir, Jorge ainda apareceria em meus sonhos.
Quando acordei, a noite já nascia lá fora, eu ainda não sabia, mas nada mais seria como antes, meu casamento, meu relacionamento com minha filha, minha boceta.
Ouvi a buzina do carro de Mario e tentei me recompor como pude, a loucura que lhes conto nestas cartas havia apenas começado.
Continua...
Luiz Moura
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