sábado, 23 de março de 2019

Mar revolto

Uma onda se apodera de nossos corpos,
Que em me abastecendo, arrebatadora.
Ultrapassa a linha tênue do tempo,
Sou a tua fêmea, orgulhosa, a maior pecadora.


O perfume me arrepia, embriaga os sentidos,
A razão naufraga neste embate carnal.
Unidos nos tornamos animais no cio, pervertidos,
Desfrutando do inocente casual até o anal.


Esse teu jeito cafajeste de ser, deixa-me amolecida,
Em qualquer lugar, dás o ponto de partida.
A voltagem máxima e enlouquecedora do macho alfa,
Conectando-se a essência do meu lado ninfa.


Quem disse que estamos a sós neste jogo?
A adrenalina... O doce veneno do perigo.
Com várias mãos deslizando pela derme,
Bocas umedecidas até que se derrame.


Movimentos cadenciados, fetiches... Memória,
Escrevendo com êxtases as páginas dessa história.
A libido quente e eletrizante na corrente sanguínea,
Causando curto-circuito em plena miscelânea.


Uma provocação infinita, não há perdedores,
Nesta brincadeira, sob os holofotes ou bastidores.
Com um sentido a mais em plena perversão,
O importante é desfrutarmos de pura diversão.


O que nos condiz, as delirantes regras eróticas,
Em completa nuances, devaneios e novas sensações.
A cada real descoberta, na alma provocando reações,
Todos saem ganhando de maneiras iguais e empáticas.


Entre dois sendo o saboroso recheio,
Vivenciando o prazer de estar no entremeio.
No embevecer promovendo a dupla lascívia,
O licor da luxúria embriagando-nos com total fúria.

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