domingo, 29 de julho de 2018

O caçador


Há algum tempo, eu vivia em uma pequena aldeia de camponeses.
Desde então, cresci cercada de cuidados de meus pais e, principalmente de minha mãe.
Naquela época, tudo era festa, poderia ser um simples presente de meus pais que eu me sentia a pessoa mais especial do mundo.
Os dias foram se passando... Assim como os anos... 
Conforme o meu crescimento, observava olhares sobre o meu corpo e, por ingenuidade não percebia a maldade alheia.
Na altura de meus quinze anos, conheci o Guto, da mesma idade que eu...
Com o corpo já formado, cabelos longos e ruivos que emolduravam os meus olhos azuis.
Quando conseguia burlar a vigilância de meus pais, Guto e eu ficávamos sozinhos... Sem perceber os nossos carinhos ficavam cada vez mais quentes... Ainda sem conseguir compreender, acabava fugindo e o deixando sozinho, enquanto corria e olhava para trás, vendo-o dar socos raivosos no ar.
Meses e meses passaram e nós continuávamos nesse cabo de guerra infinito. E ao perceber que nada mais além conseguiria, ele mesmo seguia o seu caminho.
***
Um dia, enquanto eu caminhava com a minha mãe pela feira, os meus olhos foram de encontro a um belo jovem... Alto, cabelos castanhos e olhos esverdeados. Ele caminhava altivo. Dono de si, com uma galhardia jamais vista... O seu porte físico o ajudava.
O meu corpo todo estremeceu!
Senti uma quentura por entre as pernas, ao mesmo tempo umedecera.
Nem sei se minha mãe notou que o meu rosto corava. Foi uma fração de segundos, para que tudo isso acontecesse.
E, no momento em que olhei ao voltar o rosto procurando o tal homem, ele havia desaparecido, como por encanto.
Não via a hora de chegar em casa.
Ao perceber a minha mãe distraída, consegui escapar pela janela, retornando ao lugar onde o encontrara... Doce ingenuidade!
Ao voltar, encontrei uma trilha desconhecida... Como nunca prestara atenção? O bichinho da curiosidade me picou.
- Aonde aquela trilha me levaria? – Eu me indaguei.
Ao segurar firme a saia do vestido em ambos os lados a segui, deparando-me com um chão íngreme, mas ao seu final, agraciada por uma linda paisagem.
Em um ponto pude observar o casebre rústico, mas bem conservado, com o jardim lhe rodeando.
- Quem moraria ali?
Ao chamar ninguém me atendeu.
E fazer menção em deixar aquele lugar, feito uma aparição, a pessoa que havia despertado sensações antes desconhecidas, apareceu em minha frente quase do mesmo modo. Agora um sorriso quase indecifrável emoldurava a sua face.
- Olha o que temos aqui! – Ele exclamou.
- Desculpe-me! Preciso ir! - Eu o respondi gaguejando. Na verdade sem saber o que fui fazer lá.
- Espere! – Ele me pediu.
Na sua voz havia um tom de ordem, o que fez com que eu cessasse os meus passos de costas para ele.
A sua aproximação percebi, devido à respiração em meu rosto. Encontrava-me um tanto apavorada, e a vontade que tinha era de correr, mas uma nova excitação se apoderava de meu corpo... Era algo diferente. Aquele homem me assustava e ao mesmo instante, fazia-me clamar por algo novo. Ele mexia comigo e sabia muito bem disso!
Com as mãos sobre os meus ombros, foi rodeando o meu corpo e parando bem em minha frente... Os nossos lábios quase se tocando... Fazia-me a sua presa fácil.
O silêncio se fazia assustador...
Uma tensão no ar...
Nada me disse, apenas seguiu em direção ao casebre. E sem indagar ou até mesmo pensar... O segui!
Ao adentrar, o espaço parecia ser maior do que aparentava.
O seu corpo seminu, coberto apenas por uma capa de tecido negro, em contraste com a sua pele, revelando alguma transparência... Na medida certa.
Perdi por completo a noção e totalmente a razão.
Ao caminhar em sua direção, que se mostrava tão absorto olhando através da vidraça, mas parecia perceber a minha presença em seu intimo espaço.
Quando se virando, feito uma flecha, um rompante se apossou de meu corpo, sentindo o sexo convulsionar, sem saber o que exatamente acontecia.
Ele observava o suor escorrendo por minha pele, contraia-me...
O seu rosto se desfigurou, transparecendo uma força que até então desconhecia, demonstrando saber o que de fato comigo acontecia.
Ao se aproximar ainda mais, tocando-me no ponto exato, por cima de tantos tecidos... Estremeci!
Olhando-me como se terminasse de me hipnotizar, pegou-me pela cintura, colocando-me sobre a cama.
Não sabia o que fazer e nem como me portar.
Ele abriu as minhas pernas, enfiando a cabeça embaixo de minhas saias, procurando a pele quente e úmida.
A sensação de medo transcendia por conhecer e compreender o que se passava.
Finalmente os dedos se resvalaram no ponto qual me causava aflição.
O seu toque trouxe uma reação de prazer... O que fazia com que me contorcesse.
Tudo intenso, devastador e sereno.
Ele sabia exatamente o que fazia, com seus movimentos calculados minimamente, deixando-me amolecida, a mercê de seus anseios.
Não demorou em que me dispusesse de pé, e me despia, tirando todas as peças de roupa que cobria o meu corpo.
Ao deixar cair a última peça de roupa sobre o fino carpete...
- Perfeita! – Exclamou.
Rodeando-me feito sua presa, foi a sua vez em se despir, revelando um corpo másculo e com algumas cicatrizes em que nada desfazia o seu encanto.
As suas mãos me apalpavam...
Eu me estremecia...
A excitação dilacerava a alma e sangrava pedindo por mais.
O seu corpo...
O seu sexo roçava no meu... Em meus pêlos virginais...
E ele ascendia...
A sua mão tocou a minha e a direcionou para o pequeno pedaço de carne que já se fazia retesado. E ao resvalá-lo parecia que criou vida e se expandiu por entre os meus dedos. De uma maneira ou de outra, compreendia que aquilo era bom.
Ele fez com que me ajoelhasse, colocando-se em frente ao meu rosto e me fez engoli-lo. No início me engasguei, mas com paciência fui me acostumando.
E, por instinto a minha mão repousou sobre o meu sexo que escorria.
Os gemidos foram tomando força...
A face do homem que me desvirginaria, mostrava-se serena.
Enquanto o sorvia, várias situações que antes não compreendia, agora ficavam cada vez mais nítidas. E faziam com que relaxasse para vivenciar o que ainda estava por vir.
A cada nova sugada, ele se mostrava mais rígido e, ao segurar os meus cabelos, fez com que me dirigisse outra vez para cama. Neste momento me deixando de quatro, revelando toda a exuberância, abrindo as nádegas, enfiou a língua tesa no meio de meu sexo que, feito uma onda, fez com que me convulsionasse em êxtase!
Não parava de me provocar, até que deslizou a língua para cima e atingiu em cheio o pequeno orifício que piscava o seu corpo ao meu.
Agarrando-se firme em meus quadris, encaixou o seu corpo ao meu...
Aos poucos foi adentrando... Rasgando a pele que se contraia de desejo.
Os nossos desejos se harmonizavam com as nossas respirações, antes serenos, passaram a serem abruptos.
Os solavancos me entorpeciam de volúpia e embriagavam a essência de minha alma. No instante em que me perdia... Encontrava-me com o que desejava ser!
Eu nem sequer havia perguntado o seu nome... E nem ao menos de onde viera...
Em suas feições, antes calmas, agora se transfigurava em tesão e, passava a compreender o que se dava entre Guto e eu, mas com ele era algo mais lascivo e devastador!
Os meus seios enrijecidos pelo poder que aquela sensação me dava, arrebatara-me.
O clímax era contínuo...
Quando o senti latejar em minhas entranhas a exsudar um líquido e espesso que me inundou por completa, deixando-se derramar.
A princípio me assustei, mas ao vê-lo com uma satisfação estampada em seu rosto, não hesitei em sorrir.
De repente, uma tapa estalou em minha bunda e me assustei.
Ao me recompor, notei que sangue escorria por entre as minhas pernas misturado aos nossos fluídos.
Em seu olhar notava o quanto aquela cena lhe incitava em continuar o nosso ato, fazendo com que me deitasse com as pernas totalmente escancaradas.
A excitação também era a minha...
Os meus seios saltaram para a sua direção, como se o convidasse para sugá-los e foi o que ele fez.
Ele os mordia... Beliscava... Sorvia...
A pele arrepiava pelo prazer a mim provocado e o seu sexo roçava no meu como se conhecendo o caminho, aconchegou-se entre os meus lábios vaginais, fazendo com que soltasse um gemido mais sentido.
Ele se remexia dentro de mim...
E o sentindo... Rebolava os quadris freneticamente!
Ensandecidos...
Inebriados...
Embriagados pela luxúria e devassidão.
E deixei-me expandir com a sua carne tesa em minhas entranhas.
Divertia-se comigo, com a minha inexperiência, mas aprendia tudo muito rápido.
Até que então, saiu bem rápido de mim e me deu um banho de prazer. Até cair ofegante e suado ao meu lado, com um sorriso em seus lábios.
Não sabia que atitude tomar e nem como agir...
O silêncio mais parecia uma tortura, depois do que acabara de acontecer.
- Qual o seu nome, minha flor? – Ele indagou.
- Jasmin! – Eu o respondi.
Um ar de mistério nos envolveu...
Uma fumaça cinzenta tomou conta do espaço antes iluminado e ensolarado.
O que restara era apenas um negrume e frio...
Tudo se transformara...
O que ficou foram somente as minhas roupas o meu corpo largado sobre uma grama seca e sem vida!
E, de repente, olhando ao meu redor, percebera que fora um sonho, mas com uma nítida impressão de ser completamente real.
O meu corpo dolorido...
Ao passar a mão em meu sexo, notei o sangue que escorria...
Como poderia ser?
***
Quem é que caminha entre nós e nem ao menos percebemos?
Influi em nossas atitudes...
Se alguém não tiver uma maturidade espiritual, acaba se deixando enredar.
Ele preenche os nossos espaços vazios por completo, não admite sequer uma lacuna vazia.
Infiltra-se no mais doce sonho...
Impregna-se na perversão de nossos desejos no recôndito de nossas almas.
Quem é ele?
Eu lhes respondo com a total franqueza...
Pois com ele já estive:
O Obsessor de almas...
O caçador da volúpia e da luxúria.
As nossas fraquezas são o seu alimento para que continue a sua jornada.
Quando ele suga todas as nossas potências...
Segue para a sua nova vítima.
Mas não pense que ele te esquece...
É um captador de energia, está sempre pronto para atacar!


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