Necessidades

Pela chuva, entre labirintos, sigo a tua trilha,

Uma luz tênue brilha intensa na penumbra.

Sem hesitar... Passo a passo, feito andarilha,

Enfeitiçada, não sei aonde isso pode parar...

Pela vastidão da noite, guiada pela sombra,

A ansiedade se apossa da alma e me corta o ar.

Para viver novamente, correndo sérios riscos,

Nuances de pensamentos, puros e ninfomaníacos.

Impondo mais energia, nesta insana caminhada,

A única certeza que tenho: Serei recompensada.

Possuo a necessidade de senti-lo dentro de mim,

Embriagando-me com esse feromônio perturbador.

Impossível não há me conter, outrossim,

Entrego-me... Rendida... Indefesa... Arrebatador.

Preciso tê-lo cravado, escorrendo pelas entranhas,

Para tudo fazer sentido nessa existência.

Preenchendo as rimas e todas as entrelinhas,

Sob um céu estrelado ou cinzento, luminescência.

Florescendo de uma só vez no corpo, a luxúria,

Matando-me com fúria, o sabor da picardia.

Quando finalmente o encontro, furacão,

A escuridão se dando por completo.

Apossando-me de meu âmago, já ereto,

Abastece a ambos com desejos, a excitação.

Não sei viver sem compartilhar dessa sensação,

Transformando –me na fera indomável.

Conhece a maneira certa de me persuadir, reação,

O tesão rasgando na carne, inevitável.

Essência do êxtase dilacera arrebatadora,

Perdendo a razão, de gozos, a caçadora.

No tempo, o vento brincando com os cabelos,

Exercendo poder, fortalecendo os invisíveis elos.

Em voo livre, encaixada na lascívia...

A pele arrepia provocações e primícias.

No ensejo que alardeia a inspiração,

Como você, não existe outra pessoa, não.

Os instintos se completam perfeitamente,

Estando longe... Cada lembrança dos na mente.

Dos movimentos... Ritmo cadenciado,

Nas vibrações, compassos entrelaçado, pervertidos.