As lembranças do seu corpo ainda reverberam no meu nas horas de abstinência.
Éramos tão completos –
Essências que se encaixavam em um tesão avassalador.
Já faz algum tempo em que não o vejo...
Sem nenhum contato.
Ainda fica aquela curiosidade em saber como ele está.
***
Outro dia fui convidada para comemorar o aniversário de uma amiga, a Carla. Mesmo sendo em uma pizzaria, o nosso grupo seria pequeno, e não teria como deixar de ir.
Carla ficou de me buscar em casa. O local fica em um bairro em que não costumo frequentar. Como ela tem parentes por lá, conhece bem. Tanto que se ficasse tarde, optaríamos por dormir na casa da sua tia.
Um arrepio percorreu por toda a extensão do meu corpo, como se algo pudesse vir acontecer. Porque me lembrei de alguém que não encontrava mais. Por coincidência, iria para o mesmo bairro o qual ele se mudara.
Quando nos conhecemos a vida era outra, existia outra dinâmica, muito mais leve e fácil de ser vivida em sua sensação de êxtase.
Carla, Marcelly e eu estávamos bastante animadas. Mais a Marcelly e eu, pois conheceríamos os primos de Carla pessoalmente.
Quando chegamos no estabelecimento, Carla avisou a família que foi nos encontrar.
As apresentações foram feitas e precisamos juntar mais uma mesa. A sua tia levou um pequeno bolo.
Tudo transcorria como deveria ser, até o momento em que pensei que os meus olhos pregavam uma peça ou se algum ingrediente da pizza me provocava uma alucinação.
Na euforia da conversa, não sei se alguém percebeu, mas parecia que estava hipnotizada. Afonso surgia acompanhado de pessoas que pareciam ser da sua família.
- Como esse mundo é pequeno! – Eu pensava.
Para não chamar a atenção, fingi que nada acontecia. Aliás, ninguém percebeu nada. Só saberiam se eu contasse. Na verdade, as minhas amigas somente o conhecia pelo nome. Nunca tirei fotos com Afonso, para não produzir provas. E os nossos encontros se davam em quartos de Motéis. Por mim, tudo bem. Porque o casado na história é ele. E eu amo um mistério.
Afonso sem notar a minha presença, ao dar atenção para quem o acompanhava: Uma mulher, mais um casal e duas crianças. E ao se sentar, ficou de costas para a nossa mesa. Isso fazia com que a noite ficasse ainda mais interessante.
As amigas perceberam que mudei de atitude. Talvez pensassem que fiquei interessada em algum dos rapazes que nos acompanhavam. Mas o meu foco de uma maneira ou de outra seria fazer com que Afonso soubesse da minha presença no lugar.
A sorte estava ao meu favor, uma das crianças deixou um dos talheres cair, e foi parar bem atrás da cadeira em que ele estava sentado, que rapidamente se levantou para pegar. Agachando-se e ao se levantar, olhava fixamente em sua direção. Tudo aconteceu muito rápido e com aquela sensação de câmera lenta, disfarçando a sua surpresa para os demais, percebi que ficou completamente sem jeito.
A comemoração do aniversário de Carla seguia familiar como deveria ser.
Às vezes, Afonso disfarçava e olhava rapidamente para a nossa mesa, fato normal que sempre acontecia.
Infelizmente vivemos em uma sociedade em que uma parte dela é racista. Como não vinha ao caso, mas o acaso se fez: Carla é negra e a sua família, Marcelly também é, e o fato de ser a única pessoa branca no grupo algumas pessoas ficavam nos observando. Esses olhares não me incomodavam. A condição da cor da pele é genética. Caráter é a moral da pessoa. Nunca em algum momento me senti diferente ou deslocada, muito pelo contrário, sempre fico bem quando estou com eles, isso o que é importante. Talvez foi esse fato, o que fez com que houvesse uma conexão entre Afonso e eu. A minha pele pode ser branca, mas a minha alma é negra.
Todos podiam sentir uma vibração positiva. E mesmo que sentisse uma energia ruim reverberando de um canto daquele lugar, emanava apenas coisas boas. E sentia o interesse de Marcos, um dos primos de Carla. Tudo estava ficando cada vez mais intenso.
Em um momento, pedi licença para ir ao banheiro. Marcelly perguntou se queria companhia, mas disse que estava tudo bem. Neste momento, Afonso percebeu a movimentação em nossa mesa, disfarçando ficou observando.
Na verdade, desejava respirar um pouco. Não estava suportando a ideia de compartilhar do mesmo recinto com Afonso, tendo que dissimular que não o conhecia. Ainda mais porque ficou algo mal resolvido. Não houve brigas, desentendimentos. O que aconteceu foi apenas um telefonema em que mal poderia falar durante o meu expediente de trabalho. E o conhecendo bem, notou o flerte entre Marcos e eu.
As mãos lavando e me olhando no espelho não enxergava a minha imagem, e sim, as cenas que se refletiam das minhas lembranças do momento da nossa paquera por meio de uma rede social, do nosso primeiro encontro, os olhares de reprovação das pessoas por formarmos um casal interracial, os telefonemas, o contato virtual quando estava longe... Até o momento do nosso último encontro, em que notei a sua impaciência, a preocupação com o passar das horas e a falta de conexão. Aquele não era o Afonso que eu conhecia. Mas não lhe perguntei, não comentei nada, não queria estragar o que vivíamos, sem saber que aquela seria a última vez. Entretanto, não dá para fazer mais nada.
De repente, a porta se abriu, pensei que seria as minhas amigas. No entanto, para a surpresa se tornar ainda maior, Afonso invadiu o banheiro feminino.
- Você está louco? Não pode ficar aqui! – Eu lhe falei.
- Eu sei! Mas precisava falar com você! – Afonso exclamou.
- Quanto tempo? Depois de anos? O meu celular continua com o mesmo número e também uso o mesmo e-mail! – Eu lhe falei expressando raiva e também uma tensão sexual em minha voz.
- Posso te explicar...
- Senhor Afonso, se quisesse se explicar me encontraria fácil na internet. Acredito que se lembra como nós nos conhecemos. Não esperava me reencontrar aqui. É eu sei... O mundo é pequeno. – Eu o interrompi.
Enquanto falava, não notei que se aproximava, quando foi a sua vez de me interromper invadindo a minha boca com a sua língua. As palavras cederam espaço ao prazer. As suas mãos passeavam sobre o meu corpo. Em um segundo de razão, ouvimos vozes se aproximando, Afonso se escondeu em uma das cabines. E me recompondo, as minhas amigas entraram querendo saber se estava tudo bem, usando a que estava desocupada, avisando-me que cantariam os parabéns. Ao deixarmos o banheiro respirei fundo como se nada tivesse acontecido. Não perceberam o que ocorreu. Após um tempo, enquanto cantávamos em homenagem a aniversariante, Afonso se juntou a sua família.
Em um momento de mais descontração, Marcos me tocava e segurava a minha mão. E o correspondia para provocar Afonso. Carla serviu bolo para as crianças da mesa ao lado, apenas observava de longe.
Ao deixarmos o estabelecimento, Afonso ainda continuou com a família.
***
Acompanhamos a sua tia até o apartamento, e após um tempo decidimos descer para a área de lazer do condomínio.
Marcos e eu ficávamos mais a vontade um com o outro. O Vinícius dividia a atenção entre a prima e a Marcelly.
Em dado momento, a madrugada abraçava as nossas emoções, ou diria, o tesão. E reencontrar com Afonso, despertou uma vontade arrebatadora.
Marcos e eu nos afastamos dos demais –
Sentia-me molhada.
Não demorou para que as nossas carícias ficassem mais intensas. E ele me levou para uma parte mais arborizada e escura. Ainda bem que acertei na roupa, como fazia calor, usava um vestidinho solto, o que facilitava muito.
Marcos me acariciava, beijando-me, roçava em meu corpo, o sentia rígido. Por um momento interrompidos por vozes e risos de crianças que se aproximavam. Observando as pessoas passarem, pude ver que era Afonso e sua família. Ele não fazia a mínima ideia de que poderia estar tão perto e acompanhada com outro homem. E ao se distanciarem, levantei a perna encaixando o quadril em Marcos, que no mesmo instante afastou a calcinha molhada, enfiando dedos na boceta. Para abafar os meus gemidos, beijava-o.
Marcos abriu o zíper da bermuda e se expondo, direcionou o cacete para a boceta apertando as minhas nádegas entrou deslizando... Muito tesão exalava em nossos corpos, arremetia com precisão me deixando mais excitada. Apoiando-me na árvore subiu mais o meu corpo, imprensando-me envolvi os braços em seu pescoço e chupava o dorso da minha mão para não gritar, derramando-me em seu pau o corpo estremecia recebendo as suas estocadas.
Com a respiração ofegante, coloquei-me de costas, tocando-me pedi para que fodesse o meu cu, empinava bem a bunda.
Marcos levantou o vestido e se agachando, chupou a boceta até chegar no rabo, apreciando a pele clara, depois de se meter entre os meus lábios vaginais, direcionou para a bunda, que oferecendo resistência a sua robustez, foi o aceitando de bom agrado.
Ele bolinava o clitóris –
Arrepios percorriam pela derme, até o momento em que o senti completamente atolado.
- Você é surpreendente! - Marcos sussurrava em meu ouvido.
- Ainda não viu o quanto! – Eu lhe falava.
Aos poucos iniciava os meus movimentos, com dor, mas logo passaria.
Os meus quadris rebolava lentamente de um lado e para o outro, até o momento em que me afastava um pouco indo para frente e depois jogava a bunda em sua direção. Marcos permanecia parado usufruindo de meus movimentos. O prazer se fazia presente em todos os sentidos, e quando penetrava os dedos na boceta a sentia mais quente, molhada e inchada.
Em minha cintura segurando firme, começou a açoitar o meu pobre rabo. A cada novo golpe se tornava mais implacável. A vontade que tinha era a de gritar, falar um monte de palavrões e gemer bem alto. Porém, procurava me conter para não chamar a atenção de alguém. Colocando-me nas pontas dos pés, recebendo-o e o sentindo com afinco, ele passou a acariciar os meus seios e apertava-os. Tocava-me envolvida em nossa loucura, fazendo-me expandir novamente... O meu corpo convulsionava, mordendo-o, fazendo-o pulsar e enchendo o meu orifício com muito leite. De olhos fechados, era inevitável não pensar em Afonso, ou em tudo o que um dia me proporcionou, no entanto, o que se foi, como se diz: É passado. O que preciso viver é o presente!
Marcos saiu do meu buraco ainda latejando, girou o meu corpo e me abraçando... Beijou-me.
- Você é mesmo uma danada! - Marcos comentou.
- Sim! Uma verdadeira espoleta! – Eu lhe falei brincando.
- Se quiser, podemos repetir a dose em meu quarto. – Ele me fez o convite.
- Hum... Isso está ficando interessante! – Eu comentei.
Então, recompondo-nos, caminhamos ao encontro dos demais, mas não os encontramos.
Quando chegamos no apartamento, Carla, Marcelly e Vinícius assistiam televisão.
- Acredito que a continuação da comemoração foi boa! – Carla comentou jogando uma almofada em minha direção para que eu a agarrasse.
- Claro que foi! – Eu lhe respondi jogando o objeto de volta.
- Vamos nos arrumar por aqui para dormirmos! – Marcelly comentou.
- Pode ficar com o meu lugar. Porque eu consegui uma cama! - Eu continuei com a brincadeira.
- Safadinha! Safadinha! Safadinha! – As duas entoaram o coro em voz baixa.
O quarto de Marcos era uma suíte. E sem cerimônia peguei a minha bolsa dando boa noite para as meninas.
Ao trancar a porta, deixei para trás todas as lembranças de Afonso. Não sei como seria um flash back.
Nada melhor do que desfrutar de um delicioso banho à dois repleto de carícias e muito oral.
Desfilava pelo quarto nua, cabelos molhados em frente ao espelho. Marcos se deitou nu. Eu liguei a televisão, escolhendo um canal de filmes adultos.
- É bom saber que gosta! – Marcos comentou.
- Eu amo, mas adoro fazer! – Eu lhe avisei engatinhando sobre a cama.
E dando continuidade, empinei bem a bunda e envolvi o pau lustroso com as mãos, enchendo a minha boca, rendendo-se à minha provocação, no mesmo instante roçava a boceta em suas pernas, gemendo baixinho.
Lambia –
Sugava –
Mordiscada –
E ao chegar no ponto que desejava, levantei, de costas para ele, fui descendo, tocando uma siririca e o encaixando em meu rabo. Não me importava com a dor inicial, adoro sentir uma miscelânea de dor e prazer. E o possuindo por completo, rebolava sinuosamente para me acostumar com o intruso. Ele me ajudava enfiando dedos na boceta, piscava o cu para senti-lo. Gradativamente fui aumentando o meu ritmo, a boceta se derramava.
Meu Deus! Para que fui fazer isso? Eu mordia os meus lábios para não gemer alto e não gritar. Quanto mais eu rebolava, mais crescia o frisson em nosso corpo, até me expandir molhando a roupa de cama. Não demorou para que ele ejetasse todo o licor, pulsando em meu anel. Cai extasiada sobre o seu corpo com ele ainda encaixado, desejava sentir o último resquício de pulsação.
Após nós curtirmos mais um pouco, um outro banho. E Marcos precisou trocar o lençol.
***
Na manhã seguinte, não muito cedo, ao acordar, Marcos já acordado devorava um livro. Ao me ver despertar, desejou bom dia, fez-me uma surpresa: Pedindo-me em namoro.
Confesso que não fiquei na expectativa. Era mais como o pessoal fala: “Um lance”.
O que fez com que aceitasse, foi o sexo dele por ser muito bom. Só teria uma questão, a de esbarrar com o Afonso pelo condomínio.
Naquela mesma manhã, Marcos anunciou o nosso namoro. Acredito que não seria diferente. E como temos uma rotina de trabalho e estudos, ficou combinado de que nos encontraríamos nos finais de semana ou quando desse, por morarmos em bairros diferentes.
No domingo à tarde, Marcos chamou um amigo taxista para nos levar e voltar a nossa vida.
À noite, Marcos e eu conversamos mais um pouco com o intuito de nós conhecermos mais.
***
Na manhã de segunda-feira, havia inúmeras chamadas no celular e também um e-mail também desconhecido. Uma mensagem no SMS pedia para que eu abrisse o e-mail. Sem pensar bloqueei o número.
E no endereço eletrônico ele me perguntava se eu daria para aquele cara. Só para alimentar a sua crise de ciúmes eu lhe respondi:
Vou dar, assim como eu já dei, antes mesmo de ser a namorada. Bem naquela árvore ali próximo à portaria que você entrou. Como estava escuro, vocês não nos viram e ficamos quietos. Depois ele me pediu em namoro bem na cama. Aceitei! Então, corremos o risco de nos encontrarmos novamente. Perdeu!
Depois de enviar a resposta, sem assinatura, bloqueei o e-mail.
Já dizia um ditado popular: “Quem vive de passado é museu!”
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