Sem nos ver, foram anos,
Não sei se estava nos planos –
Ou se foi o destino,
Em insano desatino.
Há quanto tempo,
Desejei o seu peso –
Sob o meu,
Bem aceso.
Fazendo escarcéu,
No contraponto.
Um amor juvenil,
Enfeitando o céu.
Iluminando cor anil,
Lembranças ao leu.
***
Apareceu de surpresa,
No corpo –
Causando reboliço.
Fez-me a sua presa,
Tempestade de excitação.
Em deliciosa rendição,
Tsunami de hormônios.
Aplacando o feromônio,
Intempestivo feitiço.
O seu rosto o mesmo,
Um sorriso inigualável.
Perfeição de realismo,
Sem pedir licença.
Impôs a sua presença,
Tornando-me –
Vulnerável.
Apossando-se –
De meus territórios.
Os seios intumescidos,
Fazendo-se notórios.
Embriagando-me –
Com o seu furor.
Entorpecida –
Pleno torpor,
Desenhando pecados.
Desfazendo a razão,
Aflorando a picardia –
Entregando-me –
À lascívia.
Deixando-me –
Levar pelo tesão.
Roçando os sexos –
Sentindo o volume,
Na eminência.
De sua invasão –
Mágico lume,
Desvairados, sem nexo.
Em nossa resiliência,
A conquista, realização.
Peles suadas –
Ofegantes a respiração,
Arritmia descompassada.
Carícias – A perversão,
Toques, agraciada.
Pouco a pouco despidos,
Uma dança não ensaiada.
Percebendo a ânsia,
Ao me penetrar –
Asfixiando-me - Corta o ar.
De modo abrupto,
Usufruindo das coordenadas.
Ensandecidos –
Volúpia carnal.
Tapas incendeiam, primordial,
Açoites interruptos.
Ofereço-me –
Por completo.
Simultâneo –
Fremente –
Instantâneo –
Veemente.
A transitoriedade,
No infinito –
A dualidade.
Interdimensional,
Amadurecidos.
Em atritos,
Mais pervertidos.
Na essência,
Surreal –
Efervescência.
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