segunda-feira, 18 de maio de 2015

Iluminação


Em um lugar não muito distante, mas há muito tempo...

Eu vagava sozinha por estes caminhos a fim de encontrar abrigo. Porém, não queria seguir as regras de submissão a mim imputadas por aquele ou aqueles que se julgavam superiores.

Foi então, que me rebelei... Que infligi o jogo ao qual eles queriam que jogasse.

Sou mulher e isto não me faz inferior a ninguém e nem mesmo ao sexo oposto.

Por isso, fugi!

E, eles desejavam o meu retorno para viver sob a tutela de suas leis. Mas não foi o que aconteceu.

Não viveria... Teria uma vida subjugada aos desmantelos alheios.

Mesmo sabendo que não sobreviveria sozinha largada no mundo em lugares desconhecidos...

E, por questão de sobrevivência eu me rendi aos prazeres carnais trazendo o homem, a figura que antes obedecia, o fiz com que também transgredisse as regras e o fiz comer do fruto proibido... Desfrutar do prazer... Do êxtase... Não aceitaria ser submissa a este mundo hipócrita e nele me refiz e fiz as minhas próprias.

Ao homem dou o estado da graça, o prazer carnal, mas isso também tem seu preço, porque o cobro em dobro.

O meu espírito vaga em desalento... Igualmente alimentado nunca está saciado e, sempre pede mais e mais.

A minha carne ninfomaníaca grita aos quatro cantos pedindo mais sexo... Mais orgia... E inúmeros gozos para saciar a minha alma sedenta de desejo. Na busca incessante bebendo cada gota de sêmen seja por qualquer de minhas bocas.

O meu sexo quente, úmido, molhado, voluptuoso é uma máquina sedenta!

Esta é a minha iluminação, o gozo que me desperta todos os sentidos extras.

Sou FÊMEA!

Sou MULHER!

E nada...

Quanto mais ninguém a minha essência cessará!

Desde o dia no qual fui criada, aprendi a ser dissimulada e manipuladora.

Os homens pensam que me conquistam. Mas sou eu quem os faço me desejarem e a se sentirem atraídos pelo cheiro de meu sexo... De meu feromônio.

Todos se julgam superiores, no entanto são como brinquedos e fantoches em nossas mãos.
O meu espírito habita cada fêmea e, eu sou a mãe de todas elas.

A rainha da luxúria que contrasta com o meu modo meigo e jeito angelical.

Sou dona das estratégias quando busco a minha caça para me revitalizar e alcançar a juventude que devolve o viço em meu corpo.

Não só devoro a alma alheia como literal o seu corpo...

Sugo até a última gota de sangue deixando a pele ressequida.

E aqueles que os deixo seguir, por questão de piedade, de uma maneira ou de outra estarão ligados a mim... Condenados a viver todos os dias de suas vidas pedindo novamente para serem engolidos por meus buracos.

Lilith





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