domingo, 26 de novembro de 2023

Espectrofilia/Nem a "morte" nos separa (Fetiches - Libertinagens Afrodisíacas)

 

14.     Espectrofilia

 

O sobrenatural desde os tempos remotos mexe com o nosso imaginário.

Para muitos apenas uma fantasia para o momento da diversão ou do entretenimento.

Porém, há uma doutrina que leva muito a sério a questão dos espíritos desencarnados.

Somos seres humanos e encarnados aqui na Terra, sujeitos à bonança e também às tempestades de uma vida de expiação.

Há uma parafilia na qual as pessoas que se enquadram neste aspecto sentem desejo sexual por ouvirem ou assistirem a filmes com fantasmas ou com pessoas desencarnadas.

Como afirmam com veemência que mantém relações sexuais com fantasmas.

É algo bem interessante...

Porém, nem todos são presenteados com este prazer!

 


Nem a “morte” nos separa

 

Heitor...

A partir do instante em que o conheci, embora adolescentes ainda, sabia que éramos feitos um para o outro.

 A sua família por coincidência se mudara para o mesmo bairro em que residia. E por termos a mesma idade, passamos a estudar juntos na mesma turma.

A nossa sintonia se deu desde o primeiro momento.

Por nossa causa, as famílias se uniram.

***

Estou escrevendo este relato depois de tudo o que aconteceu. Com a intenção em deixar registrado, que quando há amor de verdade, nada se torna impossível. A fim de torná-lo mais verídico, o meu nome é Wilmara Kanemberg. E quando alguém encontrá-lo, não mais estarei presente nesta dimensão.

***

O meu amado Heitor recusava as companhias e as brincadeiras dos garotos de sua idade para ficar comigo. Enquanto as nossas mães visitavam uma a outra, ficávamos no quintal conversando ou ouvindo músicas, compartilhando momentos que ficaram guardados comigo.

A nossa convivência era tamanha, que o natural se deu: Com o tempo passamos a namorar. Como já vivia com a sua família, ficarmos sozinhos em seu quarto não havia problemas. Mas lá em casa esse privilégio demorou um pouquinho. Porém, tínhamos paciência.

A nossa primeira vez foi bem especial!

Os seus pais haviam viajado, ele preferiu ficar por mim. Desejávamos mutuamente, mas esperávamos o momento certo.

De repente, o tempo fechou, formando uma tempestade. Completamente assustada e sozinhos.

Ao nos olharmos fixamente, descobrimos que o momento seria aquele. Não eram necessárias as palavras.

Heitor me beijou... Depois retirou a minha blusa, revelando o sutiã, o que ele se desfez um pouco atrapalhado, sem perder o clima. Os raios faziam barulho ao lado de fora, os trovões ecoavam e a chuva fazia a festa. Eu retirei a sua camisa... E deitando-me em sua cama, começou a me acariciar... Sentia a lubrificação em meu sexo. E ao me tocar por dentro do short, através do fino tecido, estremeci ofegante. Confiava plenamente em Heitor desde a primeira vez em que o vi, e em nosso primeiro beijo.

Calmamente e não tão menos ofegante que eu, ele retirou o meu short e a calcinha sem pararmos de nos olhar. Fiquei sentada e o despi. A sua nudez revelou um cacete teso pela excitação. A primeira vez de ambos. Aproximando-me mais dele, tomei-o em minhas mãos, antes beijei a sua glande o olhando, suspirou. Lambi com a língua úmida que deslizou por toda a sua extensão – Hipnotizados! Foi o que aconteceu, com o tempo, fui adquirindo o traquejo e o sorvia, fazendo com que sumisse em minha boca... Heitor gemia.

Ele veio por cima de mim, formamos a posição de sessenta e nove, dedilhando a boceta com a língua e revezava com os dedos... O que fazia com que eu gemesse.

Por fim, Heitor se levantou sabendo que eu poderia sangrar, pegou uma toalha e colocou por baixo, oferecendo o cacete, engoli deitada quase me engasgando, ele me bolinava. E se colocando em minha frente, ajoelhando-se, direcionou a ponta da glande em meu sexo, friccionando o clitóris, devagar começou a me penetrar, conforme ele tentava romper o hímen, sentia um pouco de dor. Entretanto, Heitor com paciência começou a me chupar para me fazer mais lubrificada. Quando voltava a me penetrar, manipulava o meu clitóris, seguia o caminho a ser percorrido, arremetendo e saindo devagar, até que rompeu a barreira, o que me fez sentir uma quentura a mais. Para que sentisse prazer, ele realizava movimentos lentos para que a dor inicial cessasse. Gemendo novamente, percebeu que o instante de acelerar o seu ritmo, assim o fez.

Heitor me excitava tanto... Que tão logo me fez gozar... O primeiro orgasmo de nossas vidas. E ele também não demorou a jorrar, dando-me um banho de leite, misturando os nossos fluídos com o sangue que escorreu de meu corpo.

Permanecemos ofegantes um ao lado do outro, sorrindo, aproveitando aquele momento que ficaria marcado para os dois.

Recordo-me que naquela noite faltou energia, e mesmo no escuro, aproveitamos a nossa noite pelo tato, ou quando de vez em quando um relâmpago cortava o céu.

***

Dois anos depois, Heitor e eu nos casamos.

Com ele não havia as brigas e nem muito menos lugar para a tristeza. Cada segundo em sua companhia era como se estivesse em um pedaço do céu. Com um pouco mais de um ano e meio de casamento, engravidamos. Mas a gravidez não vingou. Com três meses sofri um aborto espontâneo. Só então, percebi que nada poderia ser perfeito. Porém, Heitor me dava à atenção e os cuidados necessários.

Com o tempo, aprendemos a lidar com a dor e a nossa vida sexual voltou a ser como antes, ou até melhor na esperança de engravidarmos novamente. Entretanto, quis o destino por um ponto final nesta história.

Com apenas cinco anos de casamento, Heitor e eu sofremos um acidente automobilístico muito grave, no qual ceifou a sua vida. Apesar de muito ferida, consegui sobreviver. Mas não havia um dia em que não pedisse para ser levada e encontrar o grande amor da minha vida.

Depois de alguns meses consegui me recuperar com o apoio de familiares e amigos. No entanto, a minha casa não seria mais a mesma sem a sua companhia. Nem sempre alguém podia estar comigo. E não queria dar trabalho na casa de outras pessoas.

E foi em uma dessas noites que algo sobrenatural aconteceu.

Dormia em meu quarto com a televisão ligada com um volume baixo...

Não sei se estava dormindo ou acordada, mas foi tudo muito real.

Heitor envolto em uma luz clara e brilhante se aproximou de nossa cama e tocou em minha mão. Senti a sua energia, sabia que era ele, não precisaria falar nada. Apenas sorria e eu também. Porém, esse primeiro contato foi breve e eu adormeci.

***

No dia seguinte, amanheci mais desperta, com vontade de arrumar a casa, como fazia antes, e de principalmente de me arrumar. Embora algumas cicatrizes fizessem parte de meu corpo. Procurava ocupar o meu dia para que a noite pudesse chegar e vê-lo novamente.

Infelizmente nada é como desejamos.

Várias noites, eu seguia o mesmo ritual e nada acontecia.

***

Uma tarde, enquanto tomava um pouco de sol na varanda, e ao olhar para dentro da sala, avistei a mesma luz...

Heitor estava comigo o tempo todo e não havia me dado conta. E só em saber que poderia estar por perto e por amá-lo o meu corpo fervia de desejo.

***

Na mesma noite, ao me preparar para dormir, vesti apenas uma camisola branca, um pouco transparente, revelando as curvas do meu corpo. Conhecendo Heitor como eu o conhecia, ele jamais me deixaria de lado, ou me rejeitaria. Passei o seu perfume preferido que há muito tempo não usava. Pouca luz no quarto, a televisão em um volume mais baixo, fiquei o esperando calma e sem ansiedade.

Quase adormecendo senti a sua presença.

Heitor não apresentava nenhuma marca do acidente. O seu corpo ficou tão machucado e nem mesmo tive a oportunidade de me despedir.

A luz que antes transmitia, não fazia mais parte de sua aura. Eu tinha a plena consciência do que acontecia não era real, ou a minha mente pudesse estar me pregando uma peça.

Como de costume, Heitor tomou o seu lado da cama. Nada dizia apenas me olhava com aquele mesmo olhar de sempre, e o meu demonstrava excitação. Porque sempre o desejei.

Heitor sorria, acariciava o meu rosto... Sentia-me úmida, enlouquecida por ele, como não poderia ser real, se eu o desejava como mulher?

Pela excitação, fiquei de joelhos sobre a cama e me desfiz da fina camisola. O meu corpo nu, revelando marcas, mas da maneira que me olhou, não se importou. Heitor começou a me acariciar como antes, iniciando pelos seios, deslizando pela barriga, atingindo a carne molhada, os seus dedos me penetravam, ele enfiou um em minha boca sentindo o meu próprio gosto, e eu o beijei... Não sei explicar, mas o sentia como antes... Como da primeira vez.

O clima foi esquentando...

Tomei-o em minhas mãos, sorvendo-o entre os meus lábios. O cacete começou a crescer, a tomar forma de como o conhecia. Entregava-me à volúpia, ele me correspondia... E sem demora, montei em seu corpo, preenchendo-me com o seu cacete, ensandecida eu o cavalguei.

O meu espírito livre se transportava para um mundo até então desconhecido. Os meus cabelos batiam em meu corpo, como se me golpeassem, Heitor me apoiava com as mãos, mantendo o seu corpo firme, dando-me o equilíbrio necessário. A euforia tamanha, o suor escorria em meu corpo. De repente, explodi em gozo!

Heitor apenas sorria, eu me enroscava em seu corpo, enquanto ele acariciava os meus cabelos. Mas sem fazer algum movimento, apenas sentindo a quentura de minhas entranhas, senti-o pulsar. Parecia que eu estava sonhando com tudo o que aconteceu.

Fui ao banheiro da suíte, e ao retornar, havia apenas o aroma do perfume de Heitor, o que me desapontou, mas não menos feliz. Porém, sabia que ele voltaria. Permaneci na expectativa, mas fui vencida pelo sono e meu corpo lânguido.

***

Na manhã seguinte, preparando o meu café da manhã, notei Heitor sentado na cadeira, o que me fez sentir um arrepio, não de medo, mas sim de excitação. Apaguei o fogo, e colocando a mão por dentro de sua calça, punhetava-o.

Heitor se levantou e me colocando de bruços sobre a mesa, abriu as minhas nádegas e enfiou a língua bem no meio da boceta, fazendo-me derreter de desejo. E com uma só investida arremeteu de encontro ao meu sexo. Heitor me provocava prazer ─ Não havia nenhum dia, antes e depois da perca de nosso filho que ficássemos sem nos tocar, até nos dias de dores de cabeça, usava o sexo ao meu favor, tornando-o meu remédio, excitando-me e me fazendo gozar. Daí a pouco, nem resquício de dor. ─ Apoiada na mesa, recebia os seus açoites, roçando o clitóris na mesa... Expandindo-me... Ele simultaneamente gozou junto comigo.

Heitor sempre me surpreendia e na hora H não era diferente. E quando me levantei, ele acenou e em sinais, avisou que depois retornaria. Retribui o gesto com lágrimas nos olhos e a satisfação carnal reverberando em meu corpo. E eu sei que ele retornaria.

***

Na tarde do mesmo dia, uma amiga viera passar alguns dias comigo, não gostava que eu permanecesse por muito tempo sem companhia. E como explicar que Heitor estava ao meu lado? Ela certamente me chamaria de louca e me internariam em algum hospício. Por bem, achei melhor não comentar nada.

Durante a estadia de Rosana em minha casa, agia naturalmente. Por vezes, sentia a presença de Heitor, mas ele não aparecia, apenas sentia o aroma de seu perfume. Outros amigos também vinham me visitar e familiares. A nossa diversão entre os afazeres de casa, era o de assistir filmes comendo pipoca, jogando cartas ou dominó.

***

Finalmente me deixaram sozinha um pouco...

Não que estivesse reclamando, é bom ter pessoas ao nosso lado, principalmente as que são amigas.

Na primeira noite em que fiquei sozinha, antes que eu pudesse me preparar para dormir, enquanto terminava de organizar a cozinha depois do jantar, a televisão do quarto ligou de repente.

A minha respiração começou a ficar ofegante. Não querendo demonstrar ansiedade, terminei o que estava fazendo. A tevê, às vezes, trocava de canal como Heitor costumava fazer.

Devagar passei pela sala, desliguei o aparelho de som. Pressenti uma presença muito forte atrás de mim, e quando olhei, Heitor sorria... Demonstrando saudades. E tocando em meu rosto, acariciava os meus cabelos. E eu retribuía os seus carinhos... Excitava-me! Não sei se era o certo, as pessoas veem espíritos desencarnados como algo sagrado que pode transitar por outras dimensões. No entanto, Heitor escolheu ficar ao meu lado, como me prometera. Falávamos pelo olhar.

E os dois como antigamente, caminhando em direção ao quarto. Antes que entrasse para o banheiro, desfiz-me do vestido, deixando-o cair ao chão. Olhando-o fixamente como se o convidasse, segui para o banho... Soltei os meus cabelos que estavam presos em um coque. A água caía lentamente em meu corpo, por ele sendo observada. As minhas mãos deslizavam passando a ducha do sabonete líquido que logo abandonei e fiquei acariciando a minha pele... A boceta latejava de tesão... Misturando os meus fluídos com a água e com os olhos fechados, sentindo a presença de Heitor.

Outras mãos me tocavam... Ao abrir os olhos, ele me acariciava. Apoiei as mãos na parede, empinando bem a bunda em sua direção, preenchia a boceta com uma das mãos e a outra apoiava em meus quadris.

Uma volúpia crescia dentro de mim...

Há quanto tempo desejava o seu toque...

Ser acariciada pelo meu primeiro e único amor!

Os gemidos me entorpeciam ─

Reverberam por minha nuance!

Heitor começou a roçar em meu corpo... Deslizando o cacete em minha fenda até me penetrar. Neste momento apertei os seios, recebendo as suas arremetidas. O tesão crescia conforme a sua fricção, jogava-me em sua direção, por vezes, quase sentando em seu colo, rebolando... Sentindo-o crescer. Deixei-me derramar sobre a sua tora.

Heitor apalpava os meus seios, arremetendo na boceta que latejava. O meu gozo veio sentido em ondas múltiplas. Os meus batimentos cardíacos aceleravam, a boceta pulsava continuamente, por mim, quando o meu corpo se acalmou, terminei o meu banho. Ele me acompanhou até a cama, onde me ofereci de quatro, pedindo algo que não tínhamos feito em vida ─ Esfregando a boceta e metendo os dedos...

─ Fode o meu cu! ─ Eu lhe pedia.

Heitor abriu as minhas nádegas, deslizando a língua dentro da boceta, excitada começou a lamber o meu rabo... A pele arrepiava. Embora um pouco aflita, era o que desejava. Ele começou a bater em minha bunda com o seu cacete, enquanto me tocava. Com os meus olhos fechados, sentia a sua glande em minha fissura.

─ Isso! Invada-me! ─ Eu lhe instigava.

Heitor continuava me penetrando ─

Eu me tocava  ─

A sensação era um misto de dor com prazer.

Ele me adentrou por completo... As suas bolas batiam em minha bunda. Quando enfim, a dor deu lugar ao prazer, pedia para me estocar. Ele assim o fazia, friccionando o clitóris com os dedos. Ele me instigava, rebolava sentindo a sua vara atolada em meus ânus. Ao cessar os seus movimentos, batia de encontro a sua ferramenta tesa que chegava a quase sair e enterrava outra vez. Permanecemos neste embate corporal ─

Gemendo...

Tocando-me...

Falando palavras desconexas...

Sussurrando...

Até sentir a boceta pulsando e o rabo piscando, mordendo o pau atolado na bunda.

Em seguida Heitor se expandiu em meu corpo, enchendo o buraco de leite. Como eu amava sentir as suas pulsações em cada um de meus orifícios, deixando-nos cair embriagados pelo efeito da luxúria em nossa existência.

Diferente da outra vez, Heitor se deitou ao meu lado, aconchegando-se. Ele podia sentir e até ouvir as batidas do meu coração acelerado. Mas fiar tão próximo a ele fazia-me ferver. Porém, procurei me acalmar e adormeci.

***

Na manhã seguinte, abri os meus olhos lentamente, com o receio de que tudo não passasse de um sonho. Mas ao olhar, Heitor permanecia ao meu lado, acariciando os meus cabelos. Algo familiar me cutucou, e rebolando fiz com que me penetrasse. Heitor fazia movimentos lentos, seguindo o compasso do meu... E gradativamente acelerávamos. Não demorou para que me sentasse sobre ele. Cavalgando sobre o seu corpo, metia os dedos na boceta junto com o cacete.

Cavalgava...

Empinava o meu corpo...

Esfregava-me...

Os meus movimentos se mesclavam conforme o grau de excitação.

Fluídos escorriam da boceta...

Segurava com firmeza a cabeceira da cama, gemendo...

E com um grito mais alto ─ Gozei!

Heitor nada dizia, apenas sentia a vibração de minha energia ressoando em sua aura.

Deixei-me abrigar em seu corpo, até sentir as suas pulsações.

As horas foram se passando, permanecemos um ao lado do outro sobre a cama.

─ Você precisa comer! Alimentar-se! ─ Finalmente Heitor falou algo.

Eu o olhava fixamente, surpresa podendo ouvi-lo.

─ Não! Quero ir ao teu encontro! ─ Eu lhe falei.

─ No momento certo, estarei aqui para recebê-la. Enquanto isso, precisa se cuidar, e principalmente da sua saúde. ─ Ele continuou.

─ Mas aqui sem você é tudo tão sem graça e frio! ─ Eu lhe explicava.

─ Foi o meu momento! Precisas ser forte! ─ Ele continuou.

─ Estarei sempre com você! Mas precisa seguir a tua vida! ─ Heitor me pedia.

─ Quero seguir contigo! ─ Eu exclamei.

─ Quando puder sair e voltar a trabalhar... Conhecerás outra pessoa que cuidará de você... Confie! ─ Heitor me pedia.

─ Mas eu preciso de você! ─ Eu lhe falava com a voz embargada.

─ Até lá... Estarei aqui! ─ Ele me falou.

─ Não quero que vá! ─ Eu continuava a suplicar.

─ Aliás, sempre estarei com você! ─ Ele me falou e não pude mais vê-lo.

***

Os dias transcorriam normais.

Entre algumas idas e vindas ao médico, recebi a alta.

Com o tempo obtive uma nova oportunidade de emprego.

Às vezes, pressentia a presença de Heitor, através de seu perfume.

Quando sentia a sua falta, pedia para vê-lo.

Algumas vezes, eram consentidas.

***

O que Heitor me avisara aconteceu...

Conheci o Paul, tão bom para mim quanto ele, e fiz o que pedira: Confiar!

Paul não se importava com as cicatrizes do meu corpo. Não eram em partes visíveis, mas estavam lá.

Casamo-nos...

Paul queria que morássemos em outra casa, mas lhe pedi para que continuássemos morando na minha. Pois era o lugar em que mais sentia a presença de Heitor. Porém, este sempre fora um segredo, nunca mencionado a ninguém. A não ser neste relato.

O meu segundo marido nunca fez questão para que nos mudássemos, o importante era que permanecêssemos juntos. Quando viajava à trabalho, ficava com receio em me deixar sozinha, mas o tranquilizava, avisando-o que ficaria bem, pois sabia que Heitor estaria comigo.

Sei que era difícil resistir a sua volúpia, ou melhor, a efervescência da minha e não me entregar ao desejo sobrenatural que ele despertava em meu corpo... Tão simples, às vezes, tão lúdico.

***

Paul e eu havíamos acabado de nos casar. No início queríamos ter relações todos os dias ou quase todas as horas. Com o passar da novidade, esse desejo foi se amenizando. Ainda mais para um casal com uma rotina de trabalho. Nos finais de semana que tínhamos mais algumas horas livres e aproveitávamos bem esse tempo.

Paul e eu estávamos deliciando com as nossas preliminares sexuais, apesar de ser muito atencioso nesta parte, era mais excitante com Heitor. Por coincidência chovia, como em nossa primeira vez. Enquanto Paul me chupava, abria os meus lábios vaginais para expor ainda mais o clitóris, para ser sorvido intensamente, derramando-me. Com os olhos fechados, o perfume do meu primeiro homem me inebriou, fazendo com que me rendesse.

Em dado momento de entrega, abri os meus olhos e visualizei Heitor ao meu lado friccionando o clitóris, Claro que Paul não o via e não o sentia... Permanecemos assim por algum tempo... Os meus gemidos eram comedidos...

Paul penetrou a boceta sob o olhar atento de Heitor que continuava a me bolinar... Rebolava os quadris quase me entregando ao gozo. Porém, pedi ao Paul para que me deixasse o montar e no calor de nossa euforia, ele consentiu. Então Paul sentou sobre o sofá e eu me sentei em seu colo, encaixando-me com a boceta fazendo-o desaparecer... Comecei a pular sobre ele, que chupava os meus seios e me beijava.

Em nosso frisson, empinei bem a bunda e olhando na direção de Heitor, pelo olhar pedi para que penetrasse o meu rabo. Ele subiu no sofá e enfiava o cacete em minha boca, Paul não compreendia os meus movimentos. Rapidamente Heitor se colocou por trás de mim, e direcionou o membro em minha bunda e a invadiu de uma só vez.

Uma sensação diferente regia o meu corpo. Os meus gemidos se intensificavam com as duas rolas me penetrando ao mesmo tempo.

Paul me percebia diferente, mas não compreendia o que estava se passando. E eu também não. Só desejava aproveitar.

Com toda a voluptuosidade correndo feito uma corrente elétrica por nossos corpos, sendo fustigada pelos buracos inferiores –

Expandi-me –

De um modo intenso!

Paul sendo sugado pela boceta que pulsava, ejetou-se me inundando com o seu leite. Heitor não demorou e repetiu o mesmo gesto.

Não poderia estar muito bem acompanhada com os dois homens da minha vida, compartilhando desejos e cumplicidade mutuamente, embora um deles não soubesse.

E sempre que Paul e eu estávamos nos preparando para namorar, Heitor também comparecia para apimentar a nossa relação.

Neste nosso primeiro ménage à trois sobrenatural, Paul como disse, achou-me diferente, mais solta e desprendida.  A explicação que lhe dei, foi o fato do luto de Heitor finalmente ter passado, e que estava disposta a viver uma nova história em sua companhia, de corpo e alma.

Com o Paul, assim como o Heitor, os filhos não vieram. Talvez deva haver um motivo.

Os anos na companhia de Paul foram os melhores possíveis, até que um dia, já com certa idade fiquei muito doente.

No hospital internada.

Quando em uma manhã de chuva ─

Adormecida 

Ao acordar ─

Heitor ao meu lado, dando-me a sua mão, levou-me por um caminho de luz...

Eu sabia que poderia confiar nele...

E que nunca me abandonaria!


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