segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Luxúria de ébano

 


- Filho da puta!

Sem a menor pretensão, 

Consegues arrancar um sorriso tenso –

De meus lábios,

Provocando-me tesão. 

Mesmo com a nossa loucura,

Da noite anterior.

Com uma cara de boba,

Com água na boca.


O cantarolar da chuva,

Despertando-me.

Aguçando os sentidos,

Chovendo em mim,

Ânsia sem fim.


Outra vez não quis me acordar,

Com o receio perder o horário. 

E fico aqui, 

Deitada com as tuas sensações,

Deliciosas reações. 


A libido insaciável  -

Fogo de caieira,

Reacendendo cada poro.


Contigo é tudo instigante, 

Simplesmente contagiante. 

A maneira como nos entregamos,

Sem pudor -

Não há resquícios de falso moralismos.


Rendendo-me –

Recebendo-me – 

Da maneira que deve ser,

Despertando a descontrolada fêmea,

Usufruindo do prazer. 

Atiçando o desejo por sexo,

A tua companhia vale qualquer segundo.


A miscelânea de fluídos, 

Entrelaçando a luxúria de ébano –

Com o tom de minha derme clara,

Perfeito como café com leite.


No compasso de inaudíveis sussurros,

Na harmonia de gemidos, 

No tempo certo de cada batida, 

Impregnados de loucura.


O heavy metal em alto e bom som,

Para abafar a evolução sexual.

Não importa qual seja a hora do dia,

Aquecendo a clima frio –

Ou nos refrescando no calor.


O peso de teu corpo,

Desenhando ondas, 

Desencadeadas por carícias.

Ornamentadas pela lascívia,

Um cabo de guerra.

Em movimentos acrobáticos,

Não há perdedores.

Pelo contrário:

Ambos saímos vencedores. 


Após a invasão, 

Corpos em equalização. 

Arremetidas -

Açoites -

A excitação sentida.

Busca pela apoteose,

Longos e longínquos minutos.

Estremecendo-nos -

Unidos alcançando o êxtase,

Performática equalização.

Ofegantes -

Batimentos acelerados.

Passeando pela alegria,

Aguardamos o próximo ato.


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