Às vezes, buscamos por algo, perdendo tempo,
sem notar o que mais apreciamos está bem ao alcance de nossas mãos –
Não no lugar externo –
Mas em
nosso interior.
Na
ânsia de nos mostrarmos iguais para sermos aceitos em determinados círculos de convenções
sociais, com a eventual necessidade de ter alguém ao nosso lado, sem percebermos,
acabamos por nos anular, apagando o brilho para favorecer os outros.
Com
certeza, as coisas não são dessa maneira
que pensamos...
O
ser humano evolui quando finalmente aprende a não esperar a validação do outro.
Cada
um tem a sua missão a ser cumprida na
Terra, morando em um corpo na terceira dimensão. Porém,
a sua busca pela evolução espiritual deve ser pautada no bem, na
evolução do coletivo. E não visando somente em si.
Apesar
que precisamos nos manter bem para contribuir com a propagação da alta frequência
de luminescência.
E
hoje percebo o tanto que evolui, por ser desperta. Acredito que sou assim, desde o meu nascimento. Porque me sinto
diferente, e só agora tenho a
compreensão dos ataques que recebo, e
que continuo recebendo, com mais discernimento.
***
O
amor...
Ah!
O amor se apresenta de diferentes formas.
Embora
a realidade não seja como desejamos, independente de quem caminha ou esteja ao
nosso lado, nem sempre é viável ou supera as nossas expectativas.
No
entanto, o amor, assim como as águas, encontra um meio de acontecer em nossas essências.
***
Como
dizem, o amor se inicia pela admiração, e foi assim que aconteceu com o
Patrick.
A
sua beleza estonteante moldada em uma pele morena clara, corpo torneado pelo
talento e olhos esverdeados.
Vislumbrando
a sua figura aprendi a amar não somente o externo, havia um quê a mais em sua
essência que me fascinava.
Não
havia nenhum contato físico, o saber da sua existência, significava muito, um sentimento platônico que
aos poucos foi se transmutando em amor, sem alguma explicação.
***
Os
anos foram se passando –
A
vida acontecendo para ambos os lados.
E eu
aqui completamente sozinha, ou acompanhada por alguém. Nada de misturar a
realidade com a ficção.
Mas
no fundo me perguntava:
-
Amor? O que eu faço com este sentimento
que está aqui?
Alguém
me respondia:
-
Guarde-o! Ele é muito importante!
Vários
acontecimentos...
A
sua passagem.
Ele
vive no sentimento puro em mim.
***
O
amor que tanto buscava na forma física, e que com grande afeto o redescobri, e
vive em mim, no fractal de minha essência.
Após
um longo período de dor –
Pouco
a pouco as peças vão se encaixando.
Li uma
frase que havia escutado no filme Interestelar: “O amor é a única coisa que
transcende o tempo e o espaço.”
Sim!
Feito uma lâmpada que se acende em um quarto escuro, tudo passou a fazer sentido. O amor sempre
esteve presente em meu âmago, não da maneira
como muitos o conhecem. O meu amor sempre permaneceu e viverá pulsando em meu
peito.
Não há como não pensar em você todos os
dias, sussurrar o seu nome, como o
conheci nessa vida.
Mesmo
com a correria do dia a dia, sinto-o ao meu lado, a sua proteção.
***
Em
uma dessas noites, foi impossível não pensar em Patrick, no amor... Antes de
adormecer.
Embaixo
do cobertor dobrado em dois devido ao frio, o que me causava certo incômodo no
peito, revendo algumas imagens.
***
Ao
dormir...
De
repente, estava em um quarto de hospital.
Como
poderia ser? Totalmente iluminado, e apesar da situação estava feliz.
Estava
acompanhada de familiares e um cachorro.
Percebi-me
internada.
Era
um ambiente leve e descontraído.
Por
um momento, levantei-me da cama para
olhar através da janela e observar o movimento ao lado de fora, pois estávamos
no segundo andar.
Mas
ao voltar para a cama, o quarto estava totalmente diferente, escuro, com
poltronas e três pessoas me observando.
-
Dona Maria! A senhora por aqui, que surpresa! – Eu a cumprimentei.
- O
que você faz internada? – Ela me indagou.
-
Estou com uma dorzinha no peito, um probleminha no coração. – Eu lhe respondi.
-
Não se preocupe. Logo ficará boa! – Ela continuou me tranquilizando, sob o
olhares atento dos outros que a acompanhavam.
-
Ficarei sim! Obrigada! – Eu lhe agradeci.
Eles
logo se retiraram.
***
Mas
aquela mudança de cenário me deixou intrigada.
-
Como poderia ser?
- O
que eu fiz?
Sai
caminhando pelos corredores antes iluminados, agora estavam escuros. Até que
encontrei outro quarto com a porta aberta. As enfermeiras cuidando dos
pacientes. E uma delas ao me ver,
acompanhou-me ao meu quarto, pedindo para ficar quietinha.
Outra
vez, o quarto estava modificado. A minha cama não estava na mesma posição. E assim mesmo, deitei-me.
Não
sei por quanto tempo permaneci acordada, encolhida de forma fetal, tentando me
proteger de algo.
Silenciosamente
senti uma presença, alguém se
aproximando sem abrir a porta, Iluminando tudo ao meu redor.
Não
sentia mais o medo, pelo contrário, aquela pessoa me reconfortava, como se já conhecesse
cada detalhe de minha essência, sentia a sua energia entrando em conexão com a
minha, fazendo-me feliz e emocionada.
-
Você veio! – Eu exclamei.
- Não
poderia deixa-la sozinha! – Ele me respondeu.
Deitou-se
sobre o meu corpo –
Sentíamos
a sinergia vibrando.
Bocas
se entrelaçando em um convite para avançarmos ainda mais o sinal.
Naquele
momento existia somente nós dois e nada mais importava.
Os
meus quadris correspondiam ao seu gingado, sentindo-o duro entre as minhas
pernas.
Por
alguns instantes, abria os meus olhos, sentindo a sua derme cada vez mais febril de
tesão –
O
seu olhar de esmeraldas sorrindo em minha direção, enquanto, a língua passeava ferozmente entre os meus
lábios.
O
desejo entorpecendo a carne –
Tudo
transcendia.
Todos
os acontecimentos faziam ter sentido, não somente dos últimos meses, como de
uma vida inteira. Os trechos de
conversas que ouvia e/ou lembrava de outras dimensões.
O tempo
todo era você... Comigo. Ao meu lado, retribuindo o amor lhe ofertado
incondicionalmente sem nenhum interesse, ou de desejar algo em troca.
Apenas
amar – Amando – O amor!
Pouco
a pouco as nossas carícias foram se intensificando de modo sutil,
Mãos
passeando por nossos corpos –
O
sexo de ambos mais e mais lubrificados,
Latejando
de vontade.
A
calcinha molhada colocada de canto, até que o senti rasgando a carne que o
engolia, enquanto, apertava os meus seios e me beijava intensamente na aura que
inebriava: O amor!
O
nosso ritmo era tão frenético e ao mesmo tempo cadenciado em câmera lenta mesmo
sobre uma cama de hospital.
-
Você é tudo o que mais precisava neste momento de incerteza! – Sussurrava em
seu ouvido.
- Eu
sempre estarei ao seu lado, não importa o que aconteça. Estou aqui para protege-la! – Patrick me
falava com firmeza.
Envolvidos
pelo transe, totalmente cúmplices e emanando reciprocidade, quase nos rendendo
ao êxtase.
- Eu
te amo! – Patrick falou segurando o meu rosto, olhando fixamente em meus olhos.
- Eu
te amo tanto! – Eu lhe retribui a confissão, acariciando a sua face.
E
sussurrando deixamos os nossos corpos fluírem em um orgasmo mútuo, sorrindo e
nos abraçando.
Eu o
sentia pulsando, vibrando em minha magia
se misturando à alegria do reencontro.
E ao
me beijar nos lábios...
- Eu
voltarei para você! – Ele me falou.
- Eu
sei! Confio em você! – Eu lhe respondi.
E
soltando a minha mão, Patrick se afastou
envolvido em uma luz.
Nada
poderia fazer, além de observar a silhueta de seu corpo se distanciando.
Por
mais que desejasse a sua presença a todo
momento comigo, tenho a compreensão de não ser possível nessa vida.
Mas
a sua essência permanece comigo todos os dias, mesmo que nunca tenhamos nos encontrado em
vida.
Ao
sumir do alcance de meus olhos, despertei de meu sonho...
De
volta ao meu corpo, sentia a respiração ofegante com a sensação de que tudo
tivesse sido real, acontecido. Porque as suas sensações ainda reverberavam na
essência de minha alma e em meu corpo.
Não
há palavras para explicar a emoção. –
As
lágrimas de felicidades pelo reencontro.
Patrick
não está aqui de corpo, mas a sua alma permanece viva em outra dimensão.
É
nisso que acredito, para outra vez
reviver novos momentos.
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