domingo, 1 de outubro de 2023

Desdobramento Maya

 


Inacreditável o poder que desconhecemos possuir, e que de um momento para o outro ele se realiza – Um milagre, recriando outra realidade na ilusão ao qual somos submetidos.

O espaço-tempo é tão transitório.

Quais fitas de DNA foram apagadas de nosso organismo?

O ser humano não reconhece a força que tem, por isso, impregnam essa síndrome de sermos pequenos diante dos que detém o cetro da Terra.

No entanto,  ninguém consegue determinar a força da natureza.  O homem pode até destrui-la, mas sempre encontrará uma maneira de se regenerar.

Enquanto,  a nós vivemos obcecados pela tecnologia, pelo ego e pela ostentação, vestindo-nos de várias camadas em um jogo de falsidade com o único de nos darmos bem.

Os dados estão viciados,  com velhas cartas manchadas de sangue. No entanto,  somente os escolhidos serão capazes de vencer esta batalha. Os que possuem a alma imaculada.

Não posso dizer que serei uma delas, porque aqui dentro há uma luta constante  entre a luz e as sombras em distintos espaço de tempo.

O meu corpo é apenas um instrumento,  e ele possui vontade própria que ressoa em meu espírito.

Na verdade, não sei o que acontece... É como se me abduzisse, e me levasse para outra dimensão.

***

Por esses caminhos vago –

Todas as noites saindo, conhecendo pessoas e visitando lugares distantes.

Sempre há alguém com quem se deseja desfrutar de sua gentil companhia.

Como desejar alguém tão inatingível pelas circunstâncias, a quilômetros de distância?

Há uma linha tênue de conexão, onde não pode ser visualizada, porém,  sentida em completa sinestesia, com cores e sabores.

Através da realidade paralela – Viajei!

Sabia que estaria a minha espera.

***

O dia estava ensolarado –

O vento batendo em meus cabelos.

Enquanto, caminhava sentia o calor de sua presença, a sua alma me atraía feito um imã com a essência do coração. Direcionando-nos, sentindo e compartilhando as nossas energias. 

Os meus pés descalços tocando lentamente o chão, a quentura morna da areia em completa perfeição. 

Não havia resquício de medo, o amor refletia na aura. Nada e ninguém poderia estragar aquele momento de felicidade.

De longe o avistei, de costas, sentado em uma das pedras, observando o mar e pressentindo a minha presença.  Um leve sorriso estampava o seu rosto.

De repente, como poderíamos estar no mesmo lugar, em uma linda praia?

Há coisas que somente o sobrenatural pode nos responder.

Tudo o que mais precisávamos estava ali:

Zhyan e a possibilidade de surpresas.

Notas musicais ecoavam em minha mente contagiando a ambiência.

Os meus passos cessei por alguns segundos, olhando em sua direção.

O meu olhar emitindo energia, chamando-o mentalmente,  fez com que girasse a cabeça em minha direção, retribuindo o olhar, revelando a satisfação do encontro.

- Sabia que você viria. Não me pergunte como. Mas tinha essa convicção! – Ele me falou ao me aproximar.

- Também não me pergunte como cheguei aqui. De uma maneira ou de outra aconteceria. – Eu lhe respondi.

Os nossos  braços se envolveram  desejando o toque. O resvalar de nossas peles na sincronicidade, revelavam algo a mais do que propriamente aconteceria.

Ainda sem compreensão,  parecia tão surreal, mas estávamos prontos, unidos por uma força magnética, puxando um em direção ao outro.

A natureza como pano de fundo para o (re)encontro de almas. Porque possuímos tantos gostos em comum, sem nenhuma explicação ou querendo se mostrar. A única intenção é nos darmos bem, com o intuito da interação positiva, pela paz que emana livremente pelo acatar da terceira dimensão.

Com Zhyan não há nada forçado, tudo acontece naturalmente,  ou precisar me policiar para que não pareça exagerado.

Como não vivenciar este sentimento que nos reanima a seguir em frente sem pensarmos em uma rota de colisão.

Após um longo abraço,  revitalizando-nos, Zhyan  me segurando pela mão,  levou-me  para sentir a vibração da água sob os meus pés. Ele lia cada linha dos meus pensamentos,  como se fosse o que desejasse. Ao mesmo tempo em que transparecia estranho, era tão mágico,  como se tivesse me tele-transportado para encontra-lo. E assim,  como Zhyan gostaria de aproveitar cada instante, entre risadas e experiências, a sinestesia implacável.

Por algum tempo,  sentado lado a lado sobre a mesma pedra, contemplávamos todo a beleza que se irradiava ao nosso redor. Por vezes, em silêncio as palavras não se faziam necessárias, repetíamos um mesmo mantra no íntimo do chacra do coração. O amor emanava um brilho incandescente visível em nosso olhar, o que tornava tudo muito intenso.

Tudo e um pouco mais vibrava freneticamente entrando em sintonia com os nossos corpos.

De repente,  sentimo-nos sugados por uma força sobrenatural e resplandecente, abduzindo-nos para outro lugar, onde se fazia noite, de presente um céu iluminado  onde podíamos apreciar vários planetas, servindo de testemunhas oculares para especial momento.

Sobre a areia algumas mantas e almofadas,  ao redor os vaga-lumes bailavam em um compasso eletrizante, iluminando-nos com a alegria. Olhávamos sem acreditar, sentindo a paz que transformava o silêncio  em notas musicais.

- Como pode ser? Estávamos em outro lugar, embora se pareça como o mesmo, torna-se outro, completamente diferente. – Zhyan me perguntou sem acreditar.

- O sobrenatural não se explica. Apenas se sente e o contempla! – Eu lhe respondi.

- Tens razão! Ainda tenho muito o quê aprender.  – Zhyan concluiu.

- Todos nós! Mas para isso ocorrer, precisamos refletir com a alma, pois nem sempre os pensamentos são perspicazes. – Eu refleti.

Zhyan não disse mais nada, ajeitou o meu cabelo por detrás da orelha e me beijou no rosto.

A sua ação foi a deixa para que o amor transbordasse de vez, e nos olhando fixamente,  rendemo-nos aos sentimentos que tanto nos atraía.

Com um beijo afetuoso, foi me direcionando para baixo. De joelhos desfizemos de nossas roupas, espalhando-as pelo chão, sem pensarmos em mais nada.

As carícias sobre as nossas dermes, tornavam-se intensas demarcando cada parte, revigorando-nos pelo tesão, que transcendia em nossas auras.

Zhyan por sua vez, projetava o seu corpo sobre o meu -

Sentia-o firme, forte e febril.

Ao mesmo tempo de uma intensidade,  também com cenas em câmera lenta, registrando na lembrança  cada detalhe por mínimo que fosse.

Não era necessário entoar palavras, os nossos corpos reagiam a cada toque e trocas de olhares performando a vontade de estarmos juntos.

A sua boca quente deslizava por meus seios intumescidos, por ora a língua em meus mamilos, fazendo-me contorcer pela lascívia, demonstrando a total entrega. Ele foi descendo, e quando atingiu a parte mais sensível, precisei me controlar para não me render ao êxtase,  pois merecíamos muito mais. Por mim, viveria presa naquele instante.

Degustada por seus lábios quente, sentindo-me a fruta mais desejada –

Língua e dedos me proporcionavam o prazer,  no ensejo de ser invadida.

Como se lesse os meus pensamentos –

Zhyan se colocou de joelhos, abrindo as minhas pernas, aproximando-se,  batendo com o pau na boceta, deslizando-os entre os lábios vaginais, preencheu-me de uma só vez, o que me fez soltar um grito, não de dor, mas sim de prazer com um sorriso estampado no rosto, fortalecendo a conexão.

Sinuosamente bailava em minhas entranhas, obtendo e dando a satisfação necessária que tanto buscávamos.

Em movimentos precisos,  complementava-nos, interagindo na igual proporção – A natureza em sintonia com os desejos que emanavam dessa conjunção carnal ou astral?

Usufruíamos da demanda que os nossos corpos desejavam com tanto afinco, aproveitando os segundos completa e preenchida.

E saindo rapidamente do meu corpo, ele se deitou por detrás, preenchendo-me novamente.

Abraçava-me por trás  -

Apalpava os meus seios, como se os colhesse, sussurrando em meus ouvidos, fazendo-me gemer em redenção completa.

Os quadris rebolando –

Desenhando círculos no ar –

Enlouquecendo em libido.

E o que ansiávamos encontrar em uma mesma vertente, universo paralelo, o antídoto para afugentar a escassez, porque transbordávamos de vontade. E totalmente,  o que nos fez ser diferentes diante da realidade que nos cerca.

Observando-nos do alto, nada mais poderoso do que possuir a oportunidade de compactuar de um sentimento tão genuíno, ao mesmo modo experenciando aquele turbilhão  de sensações que Zhyan me proporcionava.

Em dado momento,  as ondas nos alcançaram batendo em nossos pés nos reconectando com a energia da natureza que se alinhava com a nossa.

A cada instante que aumentava o ritmo de seus açoites sobre o meu corpo, alimentava não somente o seu como também o meu prazer.

Com o entusiasmo perdemos a noção do tempo-espaço –

E em perfeita sincronicidade, os nossos corpos alcançaram uma expansão transcendental, doce miscelânea de fluídos  que nos saciavam naquele instante, estremecendo a carne e fazendo o espírito mais leve.

Ainda penetrado,  Zhyan me abraçava por detrás tão apertado, como quem desejasse perpetuar o instante para sempre em sua memória. O que me fez sentir livre e feliz ao mesmo tempo, por sua energia corporal, a recíproca era a mesma. E dessa maneira, permanecemos abraçados, contemplando a natureza que se fazia presente ao redor.

Entretanto,  virei-me para o seu lado, a fim, de enaltecer  a aura de satisfação.

Os seu olhar esverdeado se confundia com o mar, e outra vez mergulhei não para me afogar, e sim, transmutar toda a energia que transmutação de meu ser.

Zhyan traduzindo em expressões corporais, jogou-se em minha boca, vasculhando em cada canto com a língua em riste, frenético, como se ansiasse por aquele momento mais do que eu.

As respirações de ambos estavam ofegantes, caminhando em direção ao mesmo intuito, de compartilhar sensações espontâneas.

Ao nos levantarmos,  o seu corpo roçando no meu, acariciei-o sentindo a leveza com um toque sutil o massageando, quando percebi um pequeno gotejamento, enfim, uma lágrima de felicidade.

Ajoelhando-me –

Contemplando o membro rosado sem indagar, assim sendo a minha maneira de saboreá-lo, de tê-lo entre os meus lábios.

A cada nova investida de sucção Zhyan emitia um sussurro de prazer, o que me acendia, tornava-me fogo de caieira.

O seu fluído se misturava a saliva –

Massageava-o com a ponta dos dedos –

Com a língua ágil  em uma performance eletrizante.

Por vezes, tocava-me mesclando os sons de êxtase por compartilhar de reverberante momento.

Estávamos em um transe hipnótico, de repente,  segurando os meus cabelos na altura da nuca, ele me direcionou para as pedras localizadas próximo de onde nos encontrávamos, colocando-me de costas para ele – Afastando as minhas pernas, penetrou três dedos de uma só vez, fazendo movimentos circulares me excitando mais de um jeito.

- Foda-me! – Eu lhe pedia.

- Nada melhor do que desfrutar do seu lado mais sapeca! – Ele me falou.

Após me dito isso,  Zhyan me penetrou, fazendo-me sentir todos os seus centímetros me preenchendo, o nosso deleite.

Nessa altura do tesão, tocava-me vivenciando as reações que me provocava  e o sabor da maresia.

Zhyan me fustigava –

Açoitava-me com desejo e precisão.

Sentia-o de corpo e alma –

Realizando uma vontade há  muito tempo sonhada.

Estávamos sendo presenteados por uma força infinita e não queria perder nenhum segundo dessa experiência, mesmo não tendo dimensão para saber o que de fato estava acontecendo. Éramos somente nós dois e a natureza como testemunha de um enlace perfeito.

A vibração das investidas eram nítidas tão tempestuosas quanto a maré cheia.

Apoiando em uma das rochas, intercalávamos os amassos em meus seios  para não me machucar com o atrito nas pedras, havia sintonia.

Por alguns momentos,  cessava os movimentos para não gozar muito rápido  e acabar com a nossa festa particular. Os nossos corpos já emitiam os seus sinais:  O sexo molhado, a carne inchada. Por fim, não suportando a ansiedade,  deixei-me expandir, libertando um grito da garganta,  quando o senti pulsar em minhas entranhas,  jorrando todo o arsenal de leite, escorrendo por minhas pernas trêmulas.

E refeito de seu orgasmo, Zhyan me abraçou,  apoiando-me para evitar que caísse,  recostando-nos sobre a formação rochosa.

Não acreditávamos no que acabara de acontecer, voltando a razão,  sorrindo um para o outro, puxei-o em direção para a água, onde mergulhávamos para recompor  e equalizar as energias.

Um bom tempo permanecemos no mar, com a água salgada nos revigorando-nos,  sentindo-nos acalentados pela natureza.

Ao sairmos ficamos de frente, contemplando todo o seu esplendor, de mãos dadas.

As estrelas enfeitando o céu, admirando as ondas quebrando, e sem percebermos caímos no sono.

***

No entanto,  ao acordar tive uma grata surpresa:

Não estava na praia com o Zhyan,  e sim, em meu quarto, sobre a minha cama com o dia amanhecendo.

Inúmeras sensações reverberavam em minha essência, o cheiro da maresia em minha pele, e as lembranças foram brotando em meus pensamentos.

- Como isso é possível? – Fiz-me essa pergunta.

O mar –

O som –

A natureza –

Principalmente,  Zhyan.

Como poderia ser possível um sonho tão real, está em outro Estado,  à quilômetros de distância. E trazer não somente o aroma, como também as sensações, o sabor de seus fluídos corporais.

Não vou negar que foi uma experiência sobrenatural.

Em meu coração resta uma questão:

- Zhyan,  será que o reencontrarei?


Nenhum comentário: