Guerra fria

Os seus olhares percebo em minha direção.

A maneira como arranjou para me tocar, enche-me de tesão.

Palavras sutis, porém, cheias de malícias, atiça-me em qualquer ocasião.

O desejo evidenciado quando estamos a sós, acrescenta algo a mais...

A perversão!

Entre nós dois...

Fica algo no ar, escrito nas entrelinhas em vocábulos que somente podemos traduzir.

A respiração ofegante...

Os lábios ressecados...

Os seios túrgidos...

A boceta molhada...

O teu sexo desejando se enrobustecer.

As frases de duplo sentido.

O desejo na pele contido.

Ficamos em um jogo erótico feito gato e rato querendo ser atacado.

Os lábios, às vezes, pela própria língua molhados, almejando os toques alheios.

Tudo e um pouco mais faz sentido, por vezes, não! Não importa a razão.

Na lascívia contida...

Em água represadas, ansiosamente desejando correr o curso natural na pressão que o corpo exerce.

O teu olhar é meu alicerce.

Através do olhar, pede-me copiosamente para que a tua lascívia me entregue deixando a luxúria invadir as nossas almas.

Penso em nós dois assim...

Vivendo uma guerra fria.

Em corpos quentes e ardentes querendo um ao outro se atracar, como se fosse um porto, mesmo que este cais não seja mais seguro...

Ou apenas se torne uma aventura, saberemos os nós desatar.

Na proximidade de nossos corpos, a imantação do tesão nos atrai, fazendo com que as fagulhas fiquem à mostra.

O que mais me seduz no tapete verde é o risco que ele a mim proporciona.

Os dados foram lançados...

As cartas já estão marcadas.

A química em jogo.

Aguardando o resultado.

Quem será o grande vencedor?