domingo, 25 de novembro de 2018

A massagista



Os últimos dias tinham sido difíceis...
Não suportava a pressão sobre a minha cabeça.
Em mais nada procurava pensar...
Apenas procurei refúgio para a minha alma, como também para o meu corpo...
O refrigério.
Um lugar onde os problemas ficam em um mundo exterior.
Por ser uma pessoa conceituada, trabalho e lido com vidas. Mas há momentos que tudo parece desabar. E são nestes instantes que sigo em busca de aventuras. Atiro-me de cabeça no plano B, aonde além de me divertir e não é pouco ainda ganho uma remuneração extra. Mas não deixo que isso me domine.
***
Uma de minhas melhores amigas tem uma casa de massagem e dependendo do gosto do cliente, ele não fica apenas nela. O pacote vai além do relaxamento.
Adoro esse jogo de sedução...
De induzir a surpresa...
O próximo passo...
Flávia me conhecia bem. E somente ela sabia desse meu segredo libidinoso. Às vezes, trocávamos conversas por códigos. Ela ama quando através de uma senha indico que quero trabalhar em seu estabelecimento para me exorcizar o estresse diário.
Na verdade, descobri o meu talento para massagem por acaso. Certa vez visitando a minha amiga em seu estabelecimento, um de seus clientes bonitões me confundiu com uma de suas funcionárias e eu entrei na brincadeira, porque me senti instigada. Além de ser relaxante, é algo diferente do que eu faço no dia a dia e fiz aquele deus grego loiro gozar como nunca. Às vezes, ele liga para a clínica e procura saber se estou disponível para um trabalho particular em sua casa, e vou sempre que possível.
***
Querendo ou não, tenho uma vida dupla. No entanto, procuro ser muito discreta naquilo que faço. Para disfarçar enquanto estou em locais públicos, uso peruca e óculos escuros.
Mas é no ambiente da clínica que me realizo, tenho fetiche...  Dá um sentido melhor para o que faço... O aroma de essências que fica pelo ar.
Outro acessório que não abro mão é da máscara, pois através dela que me camuflo e posso ser quem desejar. A minha preferida é a vermelha que contraste com o loiro do meu cabelo.
Flávia tem o cuidado de manter o cadastro de seus clientes bem atualizado para não ter nenhum tipo de surpresa. Quando sinalizo que conheço, ela o direciona para outra atendente.
***
Ansiedade era o meu sobrenome, apesar de ter o feito várias vezes.
Cheguei meia hora antes do segundo horário para me preparar. Pouco tempo depois a assistente preparou o meu primeiro cliente do dia, a quantidade pode ser aleatória, já que para quem fecha o pacote completo não tem horário pré-determinado, tanto que são várias salas adaptadas para serem usadas de acordo com a criatividade de cada um. O único pedido que fazia era para que em hipótese alguma a máscara fosse retirada do meu rosto.
***
Ao entrar na sala, mesmo conhecendo o lugar, fazia questão em observar todo o espaço. Assim o cliente ficaria ainda mais curioso, ou melhor, ansioso.
Alguns ao perceberem a minha presença já se mostravam ofegantes, ansiando por provocações e reações.
Primeiro eu dou uma volta ao redor da mesa de massagem, como se observasse a presa a ser abatida... O impacto de meu salto alto no chão cortava o silêncio... Causando suspense!
Calmamente me aproximei e peguei um óleo de massagem disposto sobre a bancada e coloquei um pouco sobre as costas do freguês. O líquido gelado e refrescante, a sua pele se fez arrepiada... Era notável a reação de poder em meu ego. E mais uma vez estremeceu ao sentir o contato de minha mão... Ouvi um suspiro de prazer.
Um jaleco lilás cobria o meu corpo, por baixo apenas um biquíni fio dental que mal encobria o meu sexo.
Não podia deixar de observar a pele morena, as costas largas de meu cliente... O tom escuro de seus cabelos caindo por seus ombros.
A língua passei por meus lábios ressecados pela excitação e massageando o seu corpo, tentava adivinhar os seus traços.
Ao quase atingir a altura de sua bunda, este se enrijeceu... Então, saltei para as coxas firmes bem trabalhadas pela musculação... Continuei com os meus movimentos como se brincasse de massinha de modelar e deixei as pontas de meus dedos tocá-lo, como se procurasse por outro brinquedo mais atrativo. E percebendo a minha intenção, afastou mais as pernas para que eu pudesse alcançar o meu objetivo.
Sempre fui decidida em tudo o que fazia, mas segui o impulso e pedi para que virasse, quando o fez e se aconchegou seguro sobre a mesa, impossível não vislumbrar a sua figura máscula e viril. Os meus olhos percorreram toda a extensão de seu corpo e cessou em meu objeto de desejo. Porém, continuei com o meu trabalho. A essência de minha lascívia fervia em minhas entranhas.
A minha boceta se contraia no ritmo em que as minhas mãos o tocavam.
O seu peito cabeludo...
O meu olhar hipnotizado...
A expressão lânguida de meu desejo...
A minha boca aberta sem quase respirar.
Ele se mostrava passivo às minhas investidas, nada dizia apenas me acompanhava com os olhos. A única reação que obtinha era a sua respiração ofegante, ou seja, gostava do que eu realizava.
Ao cumprir todo o ritual, aos poucos fui descendo em direção a parte inferior de seu corpo atingindo o ponto exato, as mãos ainda um pouco escorregadias, aparei-o com a boca... Antes adormecido, criou vida com a quentura de meus lábios na cor de carmim.
***
Eu sabia o seu nome...
Ele apenas me conhecia como Scarlatti.
***
Simon levantou a parte superior de seu corpo e apoiado nos braços, fitava-me recebendo as carícias, por ora se contraía e relaxava. Ao olhá-lo fixamente, mordia os lábios carnudos... Passeava a língua pelo contorno de sua boca.
Após degustá-lo... Parei bem à sua frente e abri o jaleco, deixando-o cair... Soltei o laço do biquíni revelando os seios brancos e enrijecidos, subindo à mesa eu o massageio usando-os... Enfiava-o em meus entremeios... Fazendo-o totalmente relaxado. Nesta altura, Simon gemia e eu tocava a cabeça de seu membro com a ponta da língua em círculos e ele reagia com pequenos gemidos.
Quando fiz menção em descer da mesa, ele me puxou fazendo com que ficasse encaixada em seu corpo e retirou a calcinha do biquíni, revelando a pele nua... Despida... Lisa... Fincando os dedos entre os lábios vaginais.
Naquele instante o jogo se invertera: Rendia-me ao seu aspecto quente e viril de macho.
O meu líquido escorria em sua mão e por pouco quase gozei... Escolhi deixar me levar sem regras, ao montá-lo... Cavalguei... Até atingir o êxtase.
Havia uma química que incendiava. Sem pensar e me indagar, virei de costas com ele me tocando, direcionando-o para o orifício que implorava para ser invadido.
Simon leu em braile o meu desejo e devagar fui sentando, apertando-o até que finalmente, com movimentos cadenciados de subir e descer, acabava-me de prazer rebolando sobre a ordem de sua batuta. Através do espelho podia contemplar as suas reações e desfrutava de sua ereção firme em meu traseiro.
Ele segurava firme em meus quadris, dando-me o apoio e o equilíbrio necessário para me abastecer... Para me alimentar... Ou ao menos tentar saciar um pouco da minha fome por sexo.
Em meu louco devaneio...
Com as pernas trêmulas...
O corpo suado...
Simon deixou se guiar pelo instinto e se esvaindo, serviu-me do mais delicioso gozo, fazendo-me gozar simultaneamente com ele.
Quando eu pensei que o meu trabalho com ele havia terminado por ali, ledo engano foi a sua vez de me deitar na mesa e me oferecer o seu sexo oral... A língua percorria todo o território da boceta, chegando ao ápice no clitóris como se descarregasse uma corrente elétrica que percorria todo o meu corpo... O dedo penetrando o pequeno buraco que acabar de ser penetrado. Enquanto segurava os lençóis para não agarrá-lo.
Ao me virar de bruços e me puxou para baixo, apoiando-me na mesa, foi deslizando até que finalmente começou a me estocar.
O atrito de seu corpo no meu me abalava, reacendia um desejo imensurável para que não acabasse logo. Sabe quando algo é bom e você não quer que termine nunca? Foi o que estava acontecendo comigo. E de uma maneira ou de outra Simon também sentia o mesmo e me possuía com urgência.
As suas mãos procuravam por meus seios que eram acariciados.
Em um dado momento, ele juntou os meus cabelos e puxando-os acelerava o seu compasso.
Eu gemia e rebolava com o prazer a mim consentido. Deliciando-me a cada nova arremetida e ficando nas pontas dos pés, empinando-me para recebê-lo enquanto os seus dedos me fodiam a bunda.
Ao morder o lençol eu gozei, abafando o meu grito para que ninguém pudesse me ouvir a não ser ele. Mesmo convulsionando de tesão, Simon continuou, até que novamente gozou entre as minhas entranhas, exsudando de modo lactente.
Foi inevitável não apreciar o seu sorriso de satisfação.
E ao tentar não encará-lo, os nossos olhares se cruzaram.
Simon mexeu com algo bem no fundo de minha essência.
Mas não poderia deixar me levar por ímpetos de adolescentes.
Quando finalmente se pronunciou...
- Adorei senhorita Scarlatti. É uma pena que não seja assídua!
- Que bom! Adoro quando os meus clientes saem satisfeitos e relaxados!
Simon recolheu o seu roupão e se dirigiu ao lavado.
***
Talvez o que sentira fora apenas uma mera impressão.
Não quis mais pensar e segui para conferir o horário do próximo cliente.
A vida segue, assim como as minhas aventuras!
Amo a liberdade!

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