terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Ode à luxúria



Um frenesi se apossa de meu corpo,
Com o líquido vermelho, preenchendo o copo.
Através do paladar, percorrendo a mente,
Os arrepios na pele, de modo veemente.
Feito viço... Chama que penetra,
As rimas que se encaixam em cada letra.
Assim é nosso tesão... Atormenta a excitação,
Incrementando o desejo, doce perigo.
Entre os meus lábios, faço-me o teu abrigo,
Materializando-me nessa gostosa perversão.

Despindo-me... Remexendo os quadris,
Entro no personagem, sou a meretriz.
A que hipnotiza a melhor atriz,
A luxúria comandando o espetáculo.
Como prêmio, eu recebo o cobiçado falo,
Invadindo-me... Rasgando as regras.
Sem pudor, rendo-me a constante entrega,
Emitindo sussurros, gemidos e uníssonos ais.
Prevalecendo a constância de profano deleite,
Venerando com os nossos atos, a Afrodite.


De presente recebo a melhor performance,
Na volúpia, nenhum resquício de romance.
Dedos entrelaçados, puxando-me os cabelos,
Instigando-me de quatro, apoiada pelos cotovelos.
Envolvendo-nos em nuances de lascívia...
Amo o teu jeito cafajeste... O estalar das tapas.
Trilhas percorrendo, reacendendo todas as etapas,
Com louvor me entorpecendo com primícias.
Na ardência da carne... Exuberância do kama sutra,
A miscelânea de nossas essências, não há outra.

Não existem limites, embriagados pela loucura,
O elixir que a vida salva, o leite quente que cura.
Movimentos cadenciados, compasso da devassidão,
Quando nos encontramos, uma forte explosão.
Interagindo, causando curto-circuito na libertinagem,
Quem é que resiste a uma boa sacanagem?
Mas com você é constante o cio,
Um desregramento, a voluptuosidade de meu vício.
O embevecer de almas... Enlace desmedido e visceral,
Desfrutando do êxtase... Momento único e cabal.

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