domingo, 23 de dezembro de 2018

Tela em construção




Na expansão da imensidão que consome a noite, o meu corpo se contrai ao toque de suas mãos.

A pouca luz no ambiente refletindo em minha pele branca, alimenta a sua sede pela luxúria. 

Os meus olhos vendados...

Pegando em uma de minhas mãos,  girando o meu corpo e me roçando vai se mostrando viril.

O entorpecimento dos sentidos...

Oferecendo em meu paladar o precioso vinho.

O chicote me resvalando, no pequeno susto e na expectativa do que virá.

Os puxões em meus cabelos amarrados estrategicamente em um rabo de cavalo.
As tapas ardendo na carne...

Assim vão se formando contornos...

Desenhando mapas...

Que delineam as trilhas do prazer.

Rendo-me...

Entrego-me ao nosso fetiche e perversão. 
Você me conhece muito bem, cada peça desse jogo, vibrando na reação que produz.
A uma nova contração sinto os espasmos em um deleite desmedido.

Tenho a necessidade dessa tua força... Da tua pressão encaixado em mim.

Que vai me consumindo e renovando o tesão.

Passar o tempo contigo, são imensuráveis todas as horas, pintando de roxo toda a tela do meu corpo.

E é com orgulho que as observo e relembro cada sensação do momento de sua criação. 
A dor e o prazer em sua miscelânea constante, no gozo que explode devolvendo a visão através da venda.

Você tem esse poder de me persuadir e mostrar do que sou capaz.

Tudo flui a contento...

Em nosso acordo de lascívia, reconstruindo a tela quando as suas cores se dissipam.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Ode à luxúria



Um frenesi se apossa de meu corpo,
Com o líquido vermelho, preenchendo o copo.
Através do paladar, percorrendo a mente,
Os arrepios na pele, de modo veemente.
Feito viço... Chama que penetra,
As rimas que se encaixam em cada letra.
Assim é nosso tesão... Atormenta a excitação,
Incrementando o desejo, doce perigo.
Entre os meus lábios, faço-me o teu abrigo,
Materializando-me nessa gostosa perversão.

Despindo-me... Remexendo os quadris,
Entro no personagem, sou a meretriz.
A que hipnotiza a melhor atriz,
A luxúria comandando o espetáculo.
Como prêmio, eu recebo o cobiçado falo,
Invadindo-me... Rasgando as regras.
Sem pudor, rendo-me a constante entrega,
Emitindo sussurros, gemidos e uníssonos ais.
Prevalecendo a constância de profano deleite,
Venerando com os nossos atos, a Afrodite.


De presente recebo a melhor performance,
Na volúpia, nenhum resquício de romance.
Dedos entrelaçados, puxando-me os cabelos,
Instigando-me de quatro, apoiada pelos cotovelos.
Envolvendo-nos em nuances de lascívia...
Amo o teu jeito cafajeste... O estalar das tapas.
Trilhas percorrendo, reacendendo todas as etapas,
Com louvor me entorpecendo com primícias.
Na ardência da carne... Exuberância do kama sutra,
A miscelânea de nossas essências, não há outra.

Não existem limites, embriagados pela loucura,
O elixir que a vida salva, o leite quente que cura.
Movimentos cadenciados, compasso da devassidão,
Quando nos encontramos, uma forte explosão.
Interagindo, causando curto-circuito na libertinagem,
Quem é que resiste a uma boa sacanagem?
Mas com você é constante o cio,
Um desregramento, a voluptuosidade de meu vício.
O embevecer de almas... Enlace desmedido e visceral,
Desfrutando do êxtase... Momento único e cabal.