domingo, 27 de dezembro de 2020

Insaciedade


Penetra-me –

Com o teu desejo.

Mostre-me –

Do que és capaz.

 

Sem me desvencilhar,

Na margem –

Que tangeia a racionalidade.

Percorra as linhas corporais,

Não tenhas medo –

De me machucar.

A aparência frágil –

Que norteia a devassidão.

Em contraste –

Com a energia sexual,

De modo cabal.

 

A pele branca de porcelana,

Aguardando a perversão,

Desenhando-se –

Em toda a sua extensão.

Colorindo em hematomas,

A seiva que da fonte tomas.

Oferecendo o culto à divindade –

A Deusa Lillith -

Obscura tormenta,

A felicidade –

Fomenta em profusão.

 

Corpos unidos em combustão,

Impregnados pela luxúria -

Completa excitação.

Performática dança frenética,

Atiçando ainda mais o cio.

Movimentos –

Colocando fogo no pavio.

Acendendo de vez a labareda.

Mostrando-me –

Totalmente pervertida.

 

Da maneira que gostas:

Livre de amarras –

De falsos pudores.

Rendendo-me –

Multiplicando fatores,

Para obter o resultado –

Desejado.

 

A derme derramando suor –

Cabelos sendo puxados –

Emitindo gemidos –

Estalando as tapas...

Demarcando mapas.

A carne –

Estremecendo...

Pulsando...

Jorrando fluídos –

Revelando o êxtase.

 

Extenuados...

Respirações ofegantes –

Flamejantes.

A fome insaciável,

Habita na loucura –

O tesão.

Em poucos minutos,

Ou segundos –

Tudo estará refeito.

Na insaciedade,

Recomeçando uma luta corporal.

A qual a cada uma delas –

Sairemos vencedores.

Munidos pelo desejo implacável,

No ensejo maleável –

Que alimenta a lascívia,

Na fome de prazer.

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