sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Um leve sonhar


O que existe em ti que desperta em mim o desejo?

E a volúpia de te querer?

Não sei...

Química? Desejo? Vontade?

Ao imaginar o teu cheiro que emana da essência de fêmea,

Provoca em mim um despertar de macho em sede.

Esse teu feromônio penetra de longe em minhas narinas e te imagino leve, cavalgante e solta.

Agarro-me aos teus cabelos negros, que deslizam por sobre meus dedos ávidos em busca-los para melhor imprimir o ritmo dessa dança tão nossa.

Não me culpe, não me condene e tampouco eu veria em ti algo de culpa.

Somos um só caminho, porém, há uma bifurcação que nos divide e nos tange um para o lado oposto do outro.

Quem sabe um dia, por um momento, num lapso de descuido do destino nossos braços, nossas bocas, nossos corpos se encontrem e se fundam num só. 

Sim, quem sabe...


Heitor Cafila


À noite, depois da correria do cotidiano, longe do burburinho da cidade –

Em meu quarto, após o banho, cabelos ainda molhados.

Essa distância é uma tortura, provoca-me doce ansiedade,

Deixando-me completamente tonta, febril de tanto tesão.

Contorço-me de vontade, em movimentos despertando a inércia.

Dedos passeando por minha pele, até alcançar o ponto mais sensível.

Na voluptuosidade do ensejo, que me domina, causando-me os anseios, dopamina.

Olhos fechados, transcende em imensuráveis direções.

No deslizar da fricção, também os atritos –

A carne vermelha escorrendo –

Sinto-me ruborizada.

Baixinho – Repetidas  vezes – Quase  sussurrando – Chamo pelo teu nome...

Como em um mantra transcendental.

Respiração ofegante.

Os seios intumescidos –

Você nos pensamentos totalmente vibrante.

Evoluindo na cadência visceral,

Na fantasia que nos leva, a borbulhante luxúria, a libido, o pecado capital.

Entregamo-nos ao labor do simples ao anal.

A inspiração –

A premissa da imaginação –

Também nos presenteia com a realização,

Do gozo em veemente expansão.


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