quinta-feira, 23 de maio de 2024

Quem é o lobo?


 Quem é o lobo?

 

Nem tudo é um conto de fadas...

 

Exaustão  -

Essa é a palavra que me define.

Cansada de passar um tempo escondida, trancando-me na própria essência.

Os meus pensamentos mais parecidos com um amontoado de papéis amassados.

Havia uma necessidade,  principalmente,  de privacidade, um reconectar com a minha própria natureza –

Respirar um ar diferente,  do qual estava impregnada.

 

De repente,  veio uma leve intuição...

Alguém soprava ao meu ouvido a feliz ideia de ir fazer um passeio ao ar livre, sugerindo algum parque da cidade.

- Acompanhada?

- Não! Sozinha!

- Para não haver distrações.

- Estava decidida!

***

A previsão do tempo para os próximos dias foi verificada pela Internet,  e escolhi um com nenhuma previsão de chuva.

***

O inicio da organização foi escolhendo uma toalha, e opções de lanche para o dia.

Não estaria sozinha, e sim, com a melhor companhia do mundo: Eu!

Depois de tanto tempo, confesso que estava ansiosa.

***

Na noite anterior,  havia separado o que era necessário,  adiantado o lanche que não seria de geladeira sobre a mesa, e tudo organizado na mochila, o que não seria muita coisa somente para uma pessoa.

Finalmente,  o dia marcado chegou!

Com a alma livre, fiz o meu desjejum.

***

Ao sair mais ou menos no horário previsto, verifiquei o itinerário do metrô.

Já no trajeto prestava atenção em cada detalhe da natureza, de seu contraste com a poluição e do asfalto. Dessa maneira buscava gravar na memória  todos os detalhes do passeio intimista.

Como estava no transporte público,  pelo horário,  nada de lugar para sentar. Tudo bem! Desse modo, aproveitava para acompanhar o que se descortinava através da janela.

Seguindo – Deixando a estação – A Natureza se fazia mais presente.

O Parque escolhido não ficava tão distante, e logo cheguei.

Sentia-me leve, diferente e relaxada! Com bons presságios sobrevoando ao redor, no bailado das borboletas.

Como é bom respirar cercada por plantas e árvores, sentindo o sabor do verde no paladar.

Nada melhor do que procurar por outros ambientes.

- Se fiquei com receio de me perder?

- Nenhum! Pois estava muito bem sinalizado e com orientações.

Como era cedo, ainda não tinha muito movimento no local, embora tenha encontrado um grupo formado por mais ou menos oito pessoas,  incluindo um casal de guarda florestal. Não seria somente eu a animada da manhã. Bem que poderia me unir  a  essas pessoas. No entanto,  o meu desejo era de seguir sozinha, recusando o convite para acompanha-los. Desse jeito nada atrapalharia os meus pensamentos, as sensações que o lugar me despertava. A única interação que ansiava era tão somente do lugar, e agradecendo, segui a trilha oposta.

 

Caminhava –

Observava atentamente:

Os pássaros - Borboletas – Libélulas -

Outros pequenos insetos em sua luta pela sobrevivência.

Porém,  ao chegar a certo ponto, existia uma bifurcação.

A sinalização indicava o caminho da direita.

- E o caminho da esquerda? Para onde me levaria se eu o seguisse?

 

A curiosidade falou mais alto do que toda e qualquer razão, optando seguir por uma trilha não recomendada.

A intuição seguia –

Um misto de adrenalina e apreensão, pois não sabia o que encontraria.

No entanto,  seguia sem medo.

 

Logo após o adentrar,  o trajeto foi tomado por sombras e a vegetação mais densa. Ainda bem que optei por uma calça legging,  a fim, de evitar arranhões na pele clara.

A cada novo passo o meu coração acelerava de ansiedade,  mas não voltei, não tinha como recuar. Deveria seguir.

Por volta de meia hora caminhando avistei uma caverna. A sua entrada estava ornamentada com plantas e flores exóticas de cores fortes jamais vista antes, ao menos por mim.

Atentamente olhando e sentindo a aura do espaço, tocando a entrada, percebi que havia um portal  translúcido que se movimentou feito água,  puxando-me para o seu interior.

Os batimentos cardíacos acelerados  -

Não sabia onde me encontrava... Tudo mudou com a pouca iluminação.

E feito uma ilusão,  as minhas roupas não eram mais as mesmas de caminhada. Agora trajava um vestido curto e sensual que evidenciava a minha pele branca.

Ao me olhar no espelho localizado em um dos cantos, refletia uma mulher completamente diferente e bem maquiada, com tudo parecendo de época bem oposto da atual. Também me sentia estranha,  como se não fosse eu, somente o meu corpo, algo me dominava naquela dimensão.  Sem falar nas longas unhas, e mal sabia lidar com elas ao ponto de quase me ferir.  

Percorri uma longa trilha, e com sede, mas não era de água.

- O que estaria acontecendo comigo?

***

Andava de um lado para o outro sem saber o que fazer, sem noção de nada, com o estômago embrulhado. Pensei que seria fome, e procurei o que havia levado, mas toda aquela besteira não me satisfazia. Confusa,  não sabia o que ansiava.

Até o momento,  em que uma voz mental me pediu para olhar o que estava escondido em um velho baú  jogado em outro canto, com teias de aranha sobre ele.

Abrindo-o tive uma surpresa. O que se revelou sendo o cadáver de alguém,  como poderia ser?

- Quem deveria ter feito isso?

- Foi você!

- Eu?

- Não se reconhece?

E descobrindo a vítima, era um homem que ainda respirava, e revelei a sua face.

- Como pode ser? Encontrei-o na entrada do Parque!

- Você o desejou...

- Não!

- Sinta quem você é... A sua verdadeira natureza!

Aquela voz foi me condicionando, despertando sentimentos até então desconhecidos, mas que de certa maneira ou de outra estavam entranhados em uma parte que não reconhecia.

Não possuía a percepção de tempo –

Os instintos reagiam em meu corpo, anulando qualquer discernimento.

Libertei a pessoa que estava assustada, e o fiz descansar sobre a toalha, para então degustar da comida que se apresentava menos saborosa.

No entanto,  as minhas pupilas se dilatavam, o olfato mais apurado,  os ruídos de seus movimentos mais evidentes, na boca o frescor da carne e a ansiedade de toca-lo.

Permiti-me –

E, ao extravasar todos os meus sentidos  rodeando o seu corpo, respirando em sua nuca, farejando-o feito um cão faminto, salivando com a iguaria presenteada.

Por vezes, não me reconhecia.

 

O seu nome?

Nenhum interesse em sabê-lo.

Ele tentou se levantar, mas desconhecendo a minha própria força,  empurrei-o ao chão,  o que fez com que batesse a cabeça permanecendo desnorteado por instantes.

- Você está louca! – Ele tentou balbuciar.

- Não! Está é a minha forma natural de ser! – Eu lhe falei.

Confesso que até mesmo me assustei.

De altura mediana e um corpo magro para conter um homem de quase dois metros de altura e treinado.

E saltando sobre o seu corpo feito um animal faminto,  rasguei a sua camisa  e a calça,  deixando-o completamente despido.

O medo que emanava de sua aura me fazia reagir alimentando a fome e por que não me excitando?

A respiração ofegante –

A sua pele suada pelo pavor –

O membro flácido.

Com apenas um puxão também me despi rasgando o frágil vestido, enquanto,  olhava-me aterrorizado.

Os seus olhos continuavam arregalados em minha direção,  em uma espécie de choque. Outra tentativa frustrada de fuga.

Sinuosamente oscilava o meu corpo no ponto estratégico iniciando uma tímida fricção tão somente para provocá-lo. Pouco a pouco foi cedendo conforme reagia. E tão dissimulada sorria para lhe persuadir.

A boceta escorria –

O cacete crescia –

A presa tentava impor o seu papel de macho.

Como diz aquele ditado: Dar corda para o outro se enforcar?

Realizava o seu jogo, deixando-o me conduzir.

Mas ao tentar se desvencilhar, foi inútil.

Não queria ter trabalho neste enredo de gato e rato, imobilizei-o, os seus pulsos amarrando para trás.

Os instintos seguindo:

Cheirava-o –

Apalpava-o –

Acariciava –

Instigando a respiração ofegante pelo medo.

Enfiava a língua em sua boca mordendo os lábios, sentindo o sabor do sangue, ele gemia, um aí... Contorcia-se de dor, manipulava o cacete e de contra partida os testículos.

Ele lutava com todas as suas forças para não se render a volúpia, entretanto,  gargalhava.

O meu poder mental sobre a situação  se tornava muito maior, e me divertia com a presa que mais parecia um bichinho indefeso.

A sua excitação se fazia presente em meio à névoa cinzenta que nos encobria.

De uma só vez enterrei o pau na boceta que gritava por aquele momento, sugava-o fazendo crescer ainda mais, arranhando o seu tórax com as unhas vermelhas, fazendo-o sangrar.

O corpo se contraia envolto à dualidade de dor e prazer, emoldurados por gemidos sentidos, enquanto,  deleitava-me com o seu sofrimento.

Lágrimas percorriam pela extensão do rosto, misturando-se ao suor de minha pele alva.

Incorporava a própria amazona cavalgando sobre o seu dorso.

Durante o meu ato percebendo que estava prestes a gozar, coloquei-me de quatro tampando a sua boca e narinas para cessar o ritmo e propagar a prazerosa agonia. Por vezes, quase o sufocando, deixava-o respirar e ele gritava.

- Pode gritar à vontade! Aqui ninguém te ouvirá! – Eu lhe avisava com o cinismo estampado na voz.

- Acaba logo com isso, sua doida! – Ele implorava.

- Ainda não viu nada! – Eu o ameaçava.

Prontamente sentei em seu rosto, obrigando-o a me chupar. E quando não me obedecia, sentava literalmente sobre ele, asfixiando-o.

- Deixe a língua tesa! – Eu lhe ordenava.

Esfregava o grelo me enchendo de prazer, gozando  -

Fiz com que tomasse toda a minha seiva.

Com o corpo lânguido levantei com calma, erguendo com uma só mão, pendurei-o pelos pulsos no alto da caverna, observando-o atentamente a se debater com o intuito de fugir.

As suas pernas bailavam no ar, o cacete ereto, as bolas vermelhas...

Alimentava-me do desespero que emanava de suas entranhas. Como era satisfatório. A tal cena me hipnotizava.

- Não adianta! Nenhuma tentativa de fuga será  pário ao que está destinado.  E quanto mais esbravejar, será melhor ao meu deleite! – Eu sussurrava em sei ouvido.

Sem que esperasse, comecei a manipular a estrovenga no meio de suas pernas,  com enorme gula o abocanhei, chupando-o, transmutando em uma deliciosa iguaria.

Antes os gemidos de dor, deram espaço ao prazer, entregando-se a minha performance oral, que por vezes, fazia-me engasgar, dando-me ânsia de vômito quando o enterrava na garganta fazendo o meu rosto ruborizado.

Em dado momento,  afastei-me e o senti respirando aliviado e apenas com um impulso, voei sobre o seu corpo não somente cravando as unhas em sua carne, como me fincando na vara, arremetendo-me com força,  freneticamente para usufruir do gozo dilacerando-o, até que o ordenhei.

Em seu desespero gritava de dor, gemia, sussurrava numa miscelânea de sensações e fluídos. Também me expandi no último segundo de sua ereção, saciando por ora, a essência da lascívia embriagada pela perversão  de que a luxúria ansiava.

Mas desejava por mais...

Sentia a porra viscosa escorrer por entre as minhas pernas –

Transfigurada –

Totalmente diabólica –

Podia perceber os cabelos desgrenhados pelo suor.

A carne do outro rasgada, veios de sangue gotejando, cheiro forte que me entorpecia os sentidos.

Derrubando-o no chão  -

Estimulando para nova ereção.

Abri as nádegas e sentei sobre ele, direcionando-o para a entrada do meu rabo que se dilatava para recebê-lo.

Subia e descia alucinada –

Rebolava –

Dançava –

Apertava os meus seios  -

Segurava as suas mãos neles, fazendo-o apalpa-los.

Os seus olhos teimavam em fechar, mas ordenava que os abrisse.

O cu apertava para instiga-lo.

Esfregava a boceta  -

Friccionava o clitóris  -

Sugava os seus dedos  -

Tinha o sabor do sangue agridoce em meu paladar.

Como isso me instigava.

- Caralho!

- Que foda deliciosa!

E assim, gozei experimentando todos os meus sentidos.

Não me encontrava em um estado normal,  nada racional.

E com um soco bem no centro de sei tórax,  acertei em cheio o coração...

Arranquei-o –

Ainda pulsava –

E sem nenhuma demora o degustei, deliciando-me com cada centímetro e tomando cada gota de sangue que ali continha.

Ao terminar, plenamente saciada –

Adormeci.

***

Ao acordar, levantando-me lentamente, observando ao meu redor, procurando os restos mortais, com o único receio de ser detida em flagrante.

Não estava mais no interior da caverna.

De uma maneira ou de outra fui colocada ao lado de fora, em direção ao trecho correto da trilha.

 

- O que houve? – Perguntava-me confusa.

Ao conferir os meus pertences, a mochila estava ao meu lado, e o telefone celular me indicava a manhã do dia seguinte.

- Como poderia ser? – Eu permanecia confusa.

***

Momentos depois, eu percebi que um grupo de pessoas se aproximava.

- Bom dia! Está tudo bem com você? – Uma mulher me perguntou.

- Bom dia! Está sim! Obrigada! – Eu lhe respondi.

- Como conseguiu entrar? O Parque hoje está  fechado para os visitantes. – Outra pessoa quis saber.

- Não entendi! – Eu exclamei.

- Somente pessoas autorizadas para as buscas. – Ela continuou.

- Buscas? – Eu lhe indaguei.

- Sim! Um de nossos guardas está desaparecido! – Ela me respondeu.

E neste momento,  notei que algumas pessoas carregavam fotos do guarda levado para a caverna e cartazes com orientações.

- Por favor, retorne! – Ela me pediu.

- Tudo bem! – Eu concordei.

 

- Então, tudo aquilo não foi um sonho? – Eu me indaguei,  enquanto saia do Parque.

Antes o brilho da novidade havia passado.

Com a desculpa do ar condicionado no metrô, vesti o casaco que estava na mochila e tentei esconder o meu rosto com o capuz.

Seja lá o que tenha acontecido naquela caverna...

Quem acreditará no que foi realizado lá dentro,  se nem mesmo acredito.

 

Talvez conseguimos acessar algumas dimensões, não por vontade própria,  mas por algum tipo de autorização.  Onde o peso de nossas sombras são testadas para ver se conseguimos enxergar ou não os nossos limites. Se é que exista uma linha tênue que delimita a ética moral do ser humano.

Só sei que me parece o conto da Chapeuzinho vermelho às avessas,  onde o mal pode está à espreita e não o enxergamos.

 

E nesta história da vida real...

Quem é o lobo?

 


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