sexta-feira, 4 de abril de 2025

Exatidão


Nuances corporais, 
A tua pele me deixa febril. 
Entorpecendo-me de carícias, 
A tua língua ágil,
Impregnando na carne a luxúria. 

Sou a mulher –
De pele clara, 
A mercê de doces mãos.
Desenhando no corpo aventuras,
A tela favorita,
Pintando-me em tom lilás,
Ao modo que me apraz.
Transfigurando-se de modo gentil,
Ao macho viril,
Impondo a força imponente.
Domando-me –
Fazendo-me de capacho.
Em nossa ambiência especial, 
Forjando-me no tesão. 
A submissa real,
As unhas minando filetes de sangue.

Vendado os olhos, 
Potencializando o grau das sensações. 
O peito arfando de desejo,
A boceta pulsando em lampejos,
Ansiedade demonstrada por reações.
O cacete em riste,
Indubitável perdição. 

É intensa a vontade, 
O entrelace de forma magistral.
Encaixes perfeito,
Oscilações em harmonia. 
Açoites abruptos,
Em câmera lenta os movimentos. 
Preenchendo-me de sustância,
O deleite em primeira instância. 
Aflorando o lado b,
O ninfomaníaca de ser,
Embevecidos ao bel prazer.
Desfazendo de todo o caos,
Apertando mais os nós. 

A miscelânea de sussurros e gemidos, 
Também os gritos guturais. 
Fazendo desaguar os mananciais, 
Nas ondulações poéticas –
Rituais frenéticos.
Sempre somando a libido, 
Cometemos inúmeros pecados.
De espíritos livres, 
A cada reencontro pervertido. 
Alimentando a chama,
Em constante combustão. 
Na parede,  no chão ou sobre a cama,
Em qualquer posição,
A excitação proclama.

Não há como ser diferente, 
No desfrute da lascívia. 
Derramado o suor, os fluídos, 
Expelindo o leite.
O ápice latente,
Não importa o lado obscuro do êxtase. 
Somos luz e sombras, 
Em cada fase,
Sem nenhum disfarce, 
Com exatidão. 

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