domingo, 4 de junho de 2023

A perversão da fantasia

 


Durante a nossa vivência devemos guardar segredos.

Não são todas as coisas que devem ser ditas se desejamos progredir em alguma área de nossas vidas: Financeira, trabalhista, amorosa ou em qualquer outra que façamos.

***

Após algumas desilusões, Lilla mesmo sendo discreta, procurava se blindar de todas as formas e viver do seu jeitinho sem opiniões alheias. A validação de alguém não estava em seu contexto.

As pessoas sempre a veem sozinha, seguindo a sua vida como se não existisse outra pessoa. Na verdade há,  mas não precisa alardear por aí para ser aceita de alguma maneira, moldar-se à ciclos de amizades. Essa não seria ela. Os outros teriam que inclui-la do jeito que era, e sua intimidade só dizia respeito à tal.

Acredita que precisa existir um stand by, e viver algo interno entre ela e o namorado.  Ninguém  precisaria saber, basta com que  se complementassem ao seu modo de ser.

Assim seguia a sua rotina de treinos na academia, afazeres domésticos  e trabalho em home office. Um mundo tão particular compartilhado com poucos sem muitos alardes.

Às vezes, assediada, porém,  não permitia aproximação de uma ou outra paquera.

***

Certo dia, enquanto treinava, para surpresa de todos teve início uma operação policial  no local. Alguns disparos foram realizados, os frequentadores acionaram o protocolo para se abrigarem, dirigindo-se para os vestiários.  O treino foi substituído pela apreensão. Somente Deus para resguarda-los!

Um grupo conseguiu se proteger dentro dos banheiros,  inclusive Lilla que ficou atordoada porque se encontrava próximo à janela.

Antes os fortões do crossfit demonstrando força e virilidade, agora se encontravam coagidos diante do cheiro de medo. Essas ações eram imprevisíveis.

Ao cessar os estampidos e bombas, após um tempo em que saíram do lugar em que se encontravam, ouviram um forte estrondo na porta sendo arrombada.  Entre olhares de incredulidade e o suor escorrendo por suas peles, perguntavam-se o que estaria acontecendo, até que logo veio a resposta.

A respiração  de Lilla estava ofegante, não somente a dela como as dos demais, e no fundo sabia que não tinha com o que se preocupar, mas não sabia até em que ponto.

O lugar estava sendo invadido.

Ela pode observar que dois policiais permaneceram na entrada fazendo a segurança, enquanto,  os outros invadiram o local ordenando que todos se encostassem com o rosto virado para a parede, conversando entre eles. 

A maioria usava balaclava. E um deles se mostrando mais alterado mandou que todos abrissem as pernas. Aquilo não seria mais um exercício.  

Os segundos mais pareciam uma eternidade...

“- Como poderia acabar aquela situação?”

Esses eram os seus pensamentos de uma mente ansiosa.

Homens e mulheres ordenados a ficar de cabeça baixa foram separados.

Um começou a revistar os homens, enquanto,  o exaltado foi em direção das mulheres. Na vez de Lilla ele a pulou sem que os demais percebessem, somente ela, deixando-a por último, finalmente  chegando a sua vez.

Ela jamais imaginou que passaria por tamanho constrangimento.

Entretanto,  com ela... Foi mais incisivo, com uma postura mais bruta fazendo  movimentos desnecessários e até mesmo sexuais.

“- Por quê?” – Ela se perguntava.

Em um momento,  tentou olhar para trás para ler a sua identificação, porém,  ele foi mais rápido do que ela, e a segurando com os punhos para trás, simulando um par de algemas,  arrastando-a em direção de um dos vestiários. Os colegas do treino nada puderam fazer com as armas apontadas em sua direção.

O policial era maior do que ela, tinha o rosto acobertado, treinado para usar técnicas de imobilização que só tinha visto em vídeos por redes sociais e sem força alguma para coloca-las em prática,  apenas se debatia para tentar se desvencilhar. Ele tampou a sua boca, e ela lhe aplicou uma mordida. Por sua vez, tornando-se mais energético, segurando em seu rosto, obrigando-a  com que o olhasse...

- Você?! – Lilla lhe perguntou apavorada.

- Será  que está acontecendo um clima aqui? – Ele lhe perguntou com sarcasmo.

Tão logo ele lhe pediu silêncio fazendo um sinal, e ela pode “relaxar” com o coração quase saindo pela boca.

- Tanto lugar para trabalhar, e veio parar logo aqui? – Lilla lhe perguntou quase sussurrando com receio de serem ouvidos.

- Ordens! Acredito que precisamos acabar com essa tensão, não acha? – Ele brincou – E te arrastando foi o meio que encontrei de ficarmos sozinhos. – O policial tentou se explicar sussurrando próximo ao seu rosto.

Naquele instante,  Lilla se esqueceu do que acontecia ao seu redor, deixando-se levar pelo tesão.

O que sentia no corpo era uma mistura de excitação com adrenalina, o perfume que exalava do suposto estranho com a visão de vê-lo fardado, nunca o teria visto assim pessoalmente todo paramentado, somente por fotos. O que de certa forma o tornava mais forte e másculo – A sua libido só crescia.

Ele colocou o fuzil ao lado do corpo, um verdadeiro soldado não se separa da sua ferramenta de trabalho. E deu continuidade abrindo o zíper e colocando o membro excitado para fora. Lilla com a destreza que ele já  conhecia, colocou-o todinho entre os lábios, fazendo-o crescer e o lubrificando com a própria  saliva.

O policial em questão se deliciava com as suas carícias, quando ela se ajoelhou o  sugando cada vez mais com vontade, fazendo-o crescer.

A sua calcinha molhada exalava à  luxúria.... À  sexo.

De repente, foi puxada pelo braço, girou o seu corpo abruptamente, abaixando o short juntamente com a peça íntima, levando-os até abaixo dos joelhos impedindo de certa forma a mobilidade,  encostou-a de frente para a parede como se fosse revista-la novamente de forma mais íntima. Os seios apertando com uma das mãos, roçando em seu corpo, os dedos penetrando a boceta escorregadia...

Todo aquele clima a deixava lânguida, várias imagens se passavam em sua mente como flashes de um filme pornô. A fantasia se tornando realidade em meio à tanta tensão.

O seu frenesi foi interrompido:

- Qual foi amigo? Se dando bem sozinho? - - Um de seus colegas perguntou na entrada do vestiário.

- Cai fora! – Ele respondeu.

Lilla olhou de soslaio,  e notou pela sombra que ele o obedeceu.

Neste instante,  ela se sentiu perturbada. Algumas dúvidas pairavam sobre os seus pensamentos.

- Relaxa! Disse  que te protegeria! – Ele continuou.

Lilla sentia o membro lubrificado passeando por entre a boceta e o rabo, aquilo de certa forma  a instigava, deixando-se levar pelo momento.

Pouco a pouco o pau em riste penetrava o seu pequeno e rosado orifício, fazendo com que o seu corpo reagisse à tanta energia,  os quadris revelando incentivar oscilações sinuosas cooperando com a invasão.

- Boa garota! – Ele lhe dizia sussurrando em seu ouvido.

- Sim senhor! – Ela lhe respondeu.

Lilla mordia os lábios para não gemer e denunciar o seu prazer. Não pensava em mais nada. Em seu íntimo desejou por aquele momento, as palavras têm poder.

Quando percebeu que como uma boa garota gulosa o havia envolvido com a sua boca anal, ela iniciou os movimentos  de sucção, tornando-o mais enlouquecido naquela mulher.

Ele arremetia com vontade em seu rabo, possuía a percepção  de que não poderia demorar dada a situação, e penetrando  os dedos em sua boceta sentia a libido escorrer.

Lilla se entregava, por vezes, abria os olhos  e percebia a presença  do armamento ao seu lado, estava completamente louca por aceitar, mas não havia outra escolha no momento.

O policial empunhava mais energia ao fustiga-la, sincronizando as suas arremetidas, até  que Lilla começou a sentir pequenas descargas elétricas denunciando que o seu gozo se aproximava – Mordendo o dorso da mão para não gritar, entregou-se a expansão. O seu corpo ainda estremecia, quando ele projetando as suas veias penianas,  exsudou o cu com muita porra. Por alguns instantes,  ele cessou os movimentos para senti-la vibrar, pois o seu sexo ainda se contraia.

- Foi mais do que fantasiei! Um brinde ao acaso! – Ele lhe falou baixinho.

- Sabemos disso! – Ela continuou.

- Agora... Segredo! Sabe que é necessário.  – Ele lhe pediu.

Rapidamente os dois se limparam com o auxílio  de papel toalha.

- Preciso ir! – Ele lhe avisou. – Vou na frente,  depois você sai! – Ele ponderou.

- Tudo bem. Saberei o que fazer! – Lilla concordou.

O policial saiu do vestiário como se nada tivesse acontecido.

Os praticantes do crossfit estavam sentados enfileirados, todos encostados à parede. Alguns choravam com a possibilidade  do que poderia está ocorrendo em um dos vestiários.

De volta,  caminhando firmemente, com o fuzil em punho para intimida-los...

- Abaixem a cabeça.  E não se preocupem, a sua colega foi bem tratada. – Ele falou friamente.

As mulheres  se entreolharam, e se encolheram com medo de alguma delas ser a próxima.

- O que deu em você? Está  louco? – Um de seus colegas lhe perguntou.

- Tesão! – Ele respondeu ironicamente.

- Sei! Continuem de cabeça abaixada! – O outro gritou.

Os policiais ainda demoraram alguns minutos para deixar o estabelecimento.

Lilla deixou o vestiário  como se nada tivesse acontecido, minutos antes, lavando o seu rosto pensando no que realizara, mas para os outros estava sendo interpretado como um crime.

Mesmo olhando para baixo, todos puderam constatar que ela estava bem, juntando- se aos demais, fingindo medo e um tanto chorosa. Alguém sem se importar, perguntou-lhe se estava tudo bem, e ela respondeu que sim com um aceno de cabeça.

Um dos policiais que faziam a contenção ao lado de fora, ordenou que os outros  poderiam sair, pois a área estava limpa.

O policial que anteriormente estava trancado com Lilla no vestiário, andava de um lado para o outro batendo o coturno no chão, em posição de alerta, olhando atentamente para todos, portanto, parou à  sua frente,  que levantou o olhar, por alguns instantes se entreolharam,  e ele bateu em retirada sendo o último.

- Aguardem por dez minutos,  antes de se levantarem! – Ele deu a última ordem.

O tempo estabelecido parecia não passar, quando  uma de suas amigas:

- Foda-se! - Nica se levantou querendo saber se ela estava bem.

- Não  se preocupe! Está  tudo bem comigo! – Lilla tentou tranquiliza-la.

A responsável  pelo espaço  logo lhe ofereceu apoio, querendo  que fosse a uma delegacia  para denunciar o abuso.

No entanto,  Lilla não poderia falar a verdade, informando que não aconteceu nada de errado.

- Mas você conhece... conhecia aquele homem? – Nica lhe perguntou.

- Nunca o vi na minha vida! – Lilla respondeu enfática. – Vamos esquecer tudo isso! – Ela pediu.

Segredos são segredos e segurança  deve está em primeiro lugar.

Ninguém poderia saber a verdade entre os dois. E este era um dos motivos por a verem sempre sozinha, como uma mulher  solitária. Mas que no fundo estava muito bem acompanhada.

E nada melhor do que realizar fantasias idealizadas à dois.

E na manhã seguinte, Lilla estava treinando, um dia comum, sem a presença do namorado de surpresa.


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