sábado, 18 de setembro de 2021

Translúcido - II

 


Não sei o que vivi –

Ou o que de fato aconteceu.

Talvez o meu subconsciente tenha buscado algo que muito desejo lá no fundo de minha existência, e tenha pregado uma peça em conjunto com os meus instintos mais primitivos.

Será que Jerry realmente existe?

Será que é uma invenção da minha mente?

***

Aprendi a lidar com o que aconteceu –

Uma mistura de sonho com a realidade.

Tudo se fazia muito real: As sensações misturadas com as reações em meu corpo.

Com o tempo foi passando, enquanto mantinha o foco no trabalho, nos cuidados com a casa e comigo mesmo, estando sempre que possível com os amigos. De vez em quando me relacionava com alguém, mas nada sério.

Não vou mentir, as lembranças de Jerry permaneciam vivas. Mas no mesmo instante em que os pensamentos tentavam me prender a ele, não permitia.

Em alguns momentos, sentia-me observada não somente em casa, como no meu local de trabalho e outros lugares públicos.

Amigos me perguntavam se estava tudo bem ou se estava acontecendo alguma coisa. Havia o receio da minha parte em relatar a minha experiência sobrenatural, ou o que quer tenha acontecido, tinha a grande possibilidade de ser tachada como louca ou não dessem ouvidos. Existia esse conflito, mas não me prendia.

Até que com o passar de alguns meses, não fazia mais parte de minhas convicções. Porque procurava direcionar  a vida para algo que me preenchesse e fizesse sentindo. Jerry era apenas uma fantasia. Assim, o tempo foi realizando o seu papel no processo.

***

Em um final de semana com chuva, resolvi ir ao shopping mesmo sozinha para comprar algo, ou simplesmente, espairecer um pouco a minha cabeça.

Ao subir a escada rolante olhando para as pessoas que desciam, alguém me chamou a atenção: Jerry conversava com um amigo e não me notou. E ao terminar de subir e, novamente descer, andando rápido, procurei por ele, até que finalmente, encontrei-o na entrada de uma loja. Ao me aproximar, pensei que me reconheceria. Porém, percebi que me olhou e continuou o assunto com o amigo e o vendedor da loja.

Como poderia ser? E desapontada caminhei em direção à saída do estabelecimento comercial, indo embora.

Teria que haver alguma explicação para o que aconteceu e, principalmente, para o que havia acabado de ocorrer. Como Jerry não me reconheceu? E o que até então, estava adormecido, outra vez reacendeu.

***

Em minha inquietude –

Sozinha no apartamento, silenciei as notificações no celular, não desejava falar com ninguém. Quem em sã consciência compreenderia? Seria mais fácil chegar a uma conclusão de que estaria ficando completamente louca e/ou ainda Jerry tivesse algum problema de memória.

Eu só queria esquecer de tudo aquilo novamente!

- É tudo tão estranho e bizarro! – Eu falei em voz alta.

Apenas liguei o som em um volume razoável para que pudesse abafar os meus pensamentos, e fechei os olhos para que então adormecesse.

***

De repente, despertei com uma presença pela casa.

 Mas fingia que ainda estava desacordada, com os olhos cerrados, vi um ser Translúcido volitando.

- Mas que merda é essa? – Eu me perguntava tentando controlar a respiração.

Eu podia visualizar os objetos através de sua forma, por alguns instantes se fazia completamente visível.

Por alguns minutos fechava os meus olhos, pensando ser um sonho, ou que desistisse e fosse embora. Mas quando reabria lá estava ele.

E outra vez quando o olhei era o Jerry que estava na minha frente.

- Como pode ser? – Eu me indagava.

- Eu queria lhe pedir desculpas pelo o que aconteceu no shopping... – Ele me falava.

- Como conseguiu chegar e entrar aqui? – Eu continuava completamente confusa.

- O porteiro. Eu disse que você estava correndo perigo. – Ele me respondeu.

- Estou bem! Não faz sentido... – Eu lhe falava.

Na tentativa de compreender e falar ao mesmo tempo, porém, estava ficando tonta.

Ao tentar me levantar tudo ficou escuro, e acabei caindo no sofá.

Finalmente, ao acordar Jerry me olhava com atenção, mantendo-se na mesma posição. Não sei precisar quanto tempo permaneci sem sentidos. Eu me sentia em um lapso de existência em espiral, como se o mesmo tempo não houvesse existido desde a primeira vez em que o reencontrei até aquele momento. Os sentimentos eram os mesmos, assim como também o tesão, bem nítido nas reações de meu corpo.

Ele se mostrava sempre da mesma maneira: Irresistível e sedutor. E se tornava inevitável a minha entrega. Sabia perfeitamente como me persuadir. O que me tornava atordoada, pois no fundo eu sabia exatamente que não seria o verdadeiro Jerry, e sim, algo ou alguém que não possamos comprovar se passando por ele.

O Jerry que estava na minha frente, talvez não percebera a minha percepção, e deixei que me conduzisse.

Dessa vez foi diferente, não me levando para outro lugar, apenas a percepção da música estava modificada. Ele agia muito solícito e cordial.

***

Alguns dias atrás, havia pesquisado algum conteúdo referente à estes assuntos sobrenaturais, o que descobri relatos de violência por parte desses seres translúcidos. Porém, o “Jerry” ou quer quem fosse, agia totalmente diferente. Por isso, o meu motivo de sempre agir com calma.

O fato é que existem várias designações para estes eventos na internet. Uns falam que são seres de outras dimensões, extraterrestres no intuito de aperfeiçoarem o seu DNA, seguidas de várias hipóteses, ou até mesmo demônios que sugam as nossas energias, principalmente, as sexuais. Mas na minha humilde compreensão, é como se me energizasse, havendo uma troca, renovando as minhas forças, revitalizando as nuances corporais.

E quando à tarde, lia um texto à respeito,  decidi por não mais procurar por respostas que não existem. Porque cada um tem o seu modo de interpretação.

***

A visão de Jerry me inebriava –

E me acariciando lentamente, fazia com que me sentisse completamente letárgica, sem que pudesse esboçar qualquer reação. E como se estivesse avançando alguns minutos, estava completamente nua sentada sobre o sofá, e ele ajoelhado entre as minhas pernas me chupando.

Apoiava-me formando um rabo de cavalo com os seus cabelos –

Contorcendo-me –

Ficando nas pontas dos pés.

A sua língua quente me invadia, deixando-me molhada e escorregadia.

O clitóris cada vez mais enrijecido –

E isso me incendiava.

Por ora, as suas mãos percorriam pela extensão de meu corpo, em nossa alucinação apalpando os seios.

Mais uma sessão de tortura alucinante em que tudo se transformara.

Quando o meu corpo emitiu os primeiros sinais que entraria em êxtase, Jerry se levantou e me pegando pela mão, fez com que ficasse de costas, e me colocando de joelhos sobre o sofá, puxando os meus cabelos na altura da nuca para perto de si, e beijando-me... Com a outra mão, os dedos adentravam  simultaneamente na boceta e no rabo, o que me fez gemer com vontade, enquanto, sufocava-me com a sua língua, fazendo com que sentisse o meu próprio sabor agridoce.

Ele sabia perfeitamente usar o seu poder sobre o meu corpo, deixando-me completamente lânguida. E a cada novo movimento, condicionando-me – Entregava-me!

Não me importava quem ou o que ele fosse de fato. Havia uma atmosfera diferente e completamente surreal. E o que me despertava era tão sobrenatural o quanto.

Nada mais poderia ser tão perfeito, sendo agraciada pela magia que a mim contemplava.

Os seus açoites em minhas entradas fazia com que reagisse, e seguindo o seu ritmo remexia os quadris, jogando-me de encontro às suas carícias, alimentando o meu grau de excitação.

Jerry percebia a entrega em minha desenvoltura e parecia contemplar, pois também reagia à lascívia e quentura de meu corpo.

Olhava-o fixamente –

Ou seja, complementávamos!

Essa era a minha ideia de rendição –

Porque se fazia mágico, assim como imaginava o verdadeiro Jerry.

Mas quem sabe se aquilo não seria somente uma ilusão... Projeção da minha mente  fértil, impondo uma brincadeira. De passagem, digamos de muito bom gosto!

E como se lesse os meus pensamentos, colocando-se atrás de meu corpo, sentindo as minhas reações, provocando gemidos, foi penetrando a boceta pouco a pouco, o que fazia com que comprimisse o meu sexo, fazendo-o mais excitado, projetando-se com virilidade. Quando totalmente fincado, iniciou as suas arremetidas, tampando a minha boca para que não gritasse.

Os seus solavancos me incendiavam –

Envolvidos em nosso frisson carnal –

Muito – Muito excitada – A boceta escorria.

Jerry possuía o poder de me subverter –

De me querer fazer usufruir de seu jogo erótico –

De uma maneira isso me atraía, fazendo com que adorasse todas as suas investidas de perversão.

Ao me segurar pela cintura, arremetendo-se com força, os meus gemidos eram inevitáveis. O cacete roçando no clitóris, fazendo-me reagir à fricção, empinando-me mais, não demorou para que me expandisse aos gritos, sem me importar que alguém pudesse me ouvir, pronunciando um monte de palavrões.

A boceta convulsionava –

Dava choques.

Mas ele não cessava os seus movimentos.

Os orgasmos se multiplicam com as suas investidas.

Quanto mais os tinham, mais os desejava possuir.

Jerry tinha a leitura exata das minhas nuances corporais, compartilhando dos fluídos.

De repente, senti uma forte pressão na boceta com ele se expandindo, apertando-me de encontro ao seu corpo... Os jatos se derramando, escorrendo  entre as minhas coxas. Ele permaneceu me sentindo, aliás, sentindo-nos!

Somente quando nos acalmarmos, Jerry como quase nos levitando, fez com que deitássemos no chão sobre o tapete. Não sei como explicar, mas sentia uma paz profunda, como se algo me dissesse que ficaria tudo bem.

Por um momento, ele ficou translúcido como se eu estivesse voando, e novamente se mostrou. Como explicar algo dessa natureza? 

Ao bloquear os resultados da pesquisa que realizei, também não procurei compreender, e sim, subtrair tudo o que de negativo fosse. Apenas desejava viver aquilo que me fora permitido. E possuía a perfeita dimensão, ou não de tudo. Entendia como um completo mistério.

Não demorou para que o tesão novamente reacendesse.

Jerry me acariciava transmitindo a sua luxúria corporal –

Passeando as mãos por minha pele –

Deixando-me vermelha –

Febril como antes.

Abria-me –

Deixando os buracos a sua mercê.

Jogando-me para cima dele, olhando-o bem no fundo de seus olhos, fui escorregando, até alcançar o mastro que se mostrava imponente.

- Como aquela criatura podia ser tão apetitosa? – Eu me indagava.

Segurando-o... Molhei a ponta do cacete com os meus lábios quente que logo reagiu.

Jerry apoiado nos cotovelos – Suspirava!

E se ele realmente fosse um demônio? 

- Nossa! Que serzinho mais asqueroso, ou melhor, delicioso! – Eu pensava.

Ele tomava forma com as minhas carícias bucais. 

Por ora, socava na garganta quase me asfixiando, entretanto, tomava a frente e o retirava. Às vezes, chegava a quase vomitar no pau descomunal. A língua passeando por sua extensão... Mesclando com as massagens de meus dedos. 

Jerry se rendia, fazia-se completamente indefeso, e quando ficou exatamente do jeito que desejava, colocando-me de pé e de costas para ele, agachando-me, esfregando o clitóris, direcionei-o para a entrada do meu rabo, deslizando a cabeça, o que entendeu perfeitamente o meu ensejo, impondo força, até que iniciou a sua invasão. Enquanto, isso continuava a me tocar!

Aos poucos subia sem sair do encaixe e descia o engolindo aos poucos. A agonia se misturando ao desejo – Até que o senti completamente atolado... Cessei por alguns minutos os meus movimentos para que o meu buraco se acostumasse com a sua intromissão. Quando o prazer se fez totalmente presente, esfregava o meu corpo no seu, rebolava os quadris me tocando - A excitação em um grau crescente!

Jerry me apoiava, segurando-me com firmeza, como se nos conhecêssemos há bastante tempo, em uma conexão interdimensional. 

Conforme o tesão se intensificava, mais eu me doava a nossa realização.

A volúpia transcendia –

Em longos momentos –

Segurava-me para não gozar.

Logo o que desejava era aproveitar o máximo que pudesse.

E de alguma maneira conseguia transmitir essa sensação para Jerry, que em alguns momentos me açoitava, e em outros cessava, sentindo-me contrair o buraco anal, fazendo-o usufruir de total prazer. Mas chegaria o instante em que não suportaria mais segurar –

E envolvida em nossa loucura, subindo e descendo – 

Rebolando – 

Esfregando-me –

Deixei-me levar pelo êxtase, que se enraizando pelo seu corpo, quase simultâneo, começou a ejetar mesclando, as pulsações de ambos que se encaixaram perfeitamente. 

Passado um pouco do nosso frenesi, com as pernas tremendo, sem desencaixa-lo,  relaxei permanecendo deitada sobre o seu tórax.

Jerry deslizava as suas mãos em meu sexo, sentindo as contrações que se irradiavam ao deleite, introduzia os dedos, friccionando o clitóris que se contraia ao seu toque.

A música continuava a tocar, transformando em uma atmosfera surreal como em tudo o que acontecera.

Lentamente eu sentia o seu crescente, tomando forma e se expandindo em meu reto, ao mesmo tempo em que o apertava, com pequenas contrações anais.

De olhos fechados me concentrava, para que a perfeição daquele momento não acabasse.

Também remexia os quadris de um lado para o outro, alimentando a voluptuosidade.

Jerry me enlaçou com um de seus braços prendendo-me de encontro ao seu peito, com a outra mão fustigava a boceta, e começou a me estocar com força.

O prazer duplo em nossa loucura, a mim provocado não demorou para que novamente me fizesse gozar, quando se retirou e me colocando sobre o carpete, segurando as minhas pernas, penetrou a boceta que se contraia em choques, saiu rasgando-me, arremetendo-se com força, ejetando muita porra. O meu prazer foi tão intenso que perdi os sentidos.

E quando recobrei a consciência, estava completamente nua, deitada no chão, com o corpo completamente dolorido. Um cheiro de sexo – De sêmen tomava conta do ambiente. Ao me tocar, sentia-me molhada, com fluídos escorrendo por meus buracos.

- Aconteceu outra vez! – Eu falei em voz baixa.

Ali mesmo adormeci, visualizando um ser Translúcido se retirando através da parede.

***

Ao amanhecer, então me levantei e fui para o banho.

- Eu só posso estar ficando louca, ou tirei a sorte grande! – Eu continuava em pensamento.

Com o corpo dolorido fiz a minha rotina.

***

E pouco tempo depois que cheguei em meu local de trabalho, tive uma surpresa, com aroma de coincidência. O meu chefe me apresentava ao novo colega de trabalho.

Sim! O verdadeiro Jerry estava na minha frente.

Eu tinha uma sensação estranha, e ao mesmo tempo sensata, ele não era o mesmo que estava em minha casa, porque ele nem se lembrava do nosso encontro no shopping.

Acredito que eu não tenha que procurar um raciocínio lógico para esses eventos.

Se um Jerry já é bom...

Imagine dois?

Bom!

Vou parar por aqui, senão, vou enlouquecer!


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