quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Estuário do prazer


Vago sinuosamente –

Linha do desejo,

Traçado interdimensional.

Lentamente –

Desenho perfeito,

Singelo e cabal.

Na alquimia,

Transmutando-se em carícias.

Veemente –

Envolvendo-nos aos apelos,

Carnal e tântrico.

Basta que saibamos –

De nossas existências.

Do desejo mútuo,

Corpos em ardência.

Respirações ofegantes,

Desfazendo-se as carências.


Aurora boreal,

Tesão crescente –

Exponencial.

À procura da realização,

Compactuando com cada fase.

Na busca pelo êxtase,

Toques – Terceira dimensão.

Encaixe, talvez imperfeito –

Aderência.

Movimentos sinuosos –

Consistência.


Impregnados – Audácia,

Banhados de suor, perspicácia.

Escorrendo-me de voluptuosidade,

Devotando em teu corpo –

A luxúria.

Transbordando o copo,

Conquista e felicidade!


Revezando-nos – Aos comandos,

Deixando as marcas na derme.

A tua mão firme, ébano,

Evidenciando o contraste.

Extenuados –

Sem algum desgaste.


Infinita é a libido,

Doce pecado pervertido.

Insaciáveis –

Entorpecidos pelo frenesi,

A libertinagem na essência.

Esse é o modo de ser,

Sem pedir clemência.

Os meus buracos invadidos,

Deleite total –

Como deve o prazer -

Na miscelânea de fluídos.

O leite e o néctar,

Derramando-se –

Na depravação existencial,

Refazendo-se como a fênix.


A gula pelo sexo,

Felação sem nexo.

Rendendo-nos aos caprichos,

Em embates corporais,

Entre gemidos –

E sussurros anais,

Os açoites prolixos.

Até que não haja resquícios,

Na sutileza –

Correnteza do rio,

Quando se encontra –

Com o mar aberto.


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