sábado, 9 de outubro de 2021

Servidão

 


Submissa às tuas vontades,

Rendo-me –

Devota –

Ajoelhada.

Causando-me alardes –

Volúpia transcendental.


A pele branca –

Nua –

Interdimensional.

Respiração ofegante –

A fenda gotejando...

Orifícios rosado.


Palmadas –

Marcando a derme.

Lapadas –

Chicotadas –

Desenhando mapas.

Caminhos –

Levam ao prazer.

Criando veios,

Manchando o êxtase –

De carmim.

No olfato:

O aroma do fel,

Na visão:

O puro mel,

Em filetes de rios.


Slaaaaaappppp...

O som dos açoites,

Intensificando a libido.

Marcando a memória,

Infinitamente transitória.

Cada reação,

Também as provocações.


Usufruindo de apetrechos –

De ferramentas.

Prazeroso desfecho,

Na sintonia –

De nossa poesia.

Desferindo castigos,

Instigando os gemidos.

Em suas rimas –

As palavras desconexas.

Intensificando a dor,

Ao limite –

Lateja na carne,

Dilacera a alma,

Rasga em pequenos pedaços,

Ao mesmo tempo,

Mostro-me forte.


Aprimorando as intenções –

De voluptuosidade.

O sadomasoquismo –

Ao pleno poder dado.

Em total realismo,

Na completa rendição.


Essa é a excitação,

Ao prover o êxtase.

Na reciprocidade –

Nada velada.

A válvula de escape,

Nos lampejos pervertidos.

Culminando em uma bela pintura,

Fugindo de uma realidade –

Que afugenta a infinitude.

De uma hipocrisia escancarada,

A miscelânea de sensações –

Na submissão –

A total fuga –

Para alguns a heresia.

Repleta de hematomas,

Na expansão –

Complexa devassidão,

Doando-me em servidão!


Nenhum comentário: