domingo, 3 de outubro de 2021

Na contramão da razão


O tesão –

Em nossos corpos floresce.

Criando nuances –

Recriando fantasias.

Em braile –

Infinita poesia.

Na releitura provocante da libido.

Em demasiada perversão...

Completamente insanos –

Jogando-nos de cabeça no deleite,

Deixando de lado a sensatez –

Para quê?

Se o que desejamos é a consumação.

E refazendo as marcas, os labirintos em minha derme.

Basta com que criamos as oportunidades:

Em nosso pequeno e grande paraíso.

Tudo será de verdade,

De corpos molhados –

Trocando fluídos –

No paladar o sal de tua pele,

Ao sabor agridoce do pecado.

Abalando-me –

Ao ritmo de firmes açoites em meu corpo,

No atrito de encaixes mais do que perfeitos.

O som de meus xingamentos ecoando pela ambiência,

Os sussurros e os teus gemidos,

Entorpecendo-me os sentidos.

Acabando-me aos gritos ao foder todos os orifícios –

Com a total rigidez,

Na visão excitante do contraste de nossas peles.

O tom de ébano – 

Atiçando-me com a exuberância magistral.

No poder de usufruir de presente –

Atacando com gosto o valente.

Penetrando-me com afinco –

Arrancando de nossos corpos, 

O único resquício da desejo.

Que feito fogo de caieira,

Vai logo se reacendendo –

Com um simples resvalar.

Não há desperdício de tempo,

A excitação é a força motriz.

A cada orgasmo usufruído,

Há sempre o lampejo incontido.

Fomenta na essência a luxúria –

Não há o poder de seguir:

Na contramão da razão.


Nenhum comentário: