quarta-feira, 15 de junho de 2022

Reticências

 


Ao som do rithym and blues,

Fecho os olhos –

A lembrança da tua voz.

Incendeia-me –

De maneira inebriante.

Recordo-me –

De modo perspicaz.

Um mar revolto,

O tesão contagiante.

No alvorecer da derme,

A carne molhada.


Nunca houve um fim,

Apenas reticências –

Sem algum sim.


Palavras que nunca foram ditas,

Sem nexo –

Sem sexo –

Sem despedidas –

Ou rimas.

Nas indecifráveis métricas,

Abruptas,

Quanto aos movimentos vorazes.


Relembro com vontade,

Dos teus toques –

Dando-me choques.

O retrato da luxúria,

Puro e simplesmente demais.

Ao modo que apraz,

O teu cheiro –

A tua melanina –

O embalo –

Na excitação domina.


Os atritos –

Na hora da submissão.

Em plena comunhão,

Melhor equalização.

Tão avassaladora,

Quanto a miscelânea de tons –

A maior aventura.

Provocando os estalos,

De prazer os sons.

Dos gemidos escancarados,

Os gritos depravados.

Uma loucura total,

As preliminares –

Ao momento do anal.


Dilacerando os corpos,

Extenuando as forças.

Na fome aplausível,

Delirante voluptuosidade.

A excitação de verdade,

Fumegante pulsação.

O leite derramado na pele,

A carne vermelha.

O brio se espelha,

O deleite na expansão.


Contraindo os orifícios,

Insaciável cio.

Em qualquer posição,

Performática explosão.

Transformando-me na puta,

Verdadeiro papel.

Abrindo os meus cadeados,

A porta sempre aberta.

Ao sabor da melhor iguaria,

Na imaginação –

O cardápio do dia a dia.


Nenhum comentário: