Tenho vagado por caminhos que não desconheço.
Com o tempo –
Na mente são apenas vagas lembranças...
Um déjà vu que reverbera em minha alma.
A busca constante pela saciedade –
É feito um vício.
A adrenalina que percorre nas veias - Dilatando as pupilas.
Posso enxergar feito um lince na escuridão à espreita, na procura por vertigens...
Na segurança de minha condição.
A fragilidade do outro ser explorando no ponto exato –
São nessas brechas que encontro a passagem para o que tanto desejo, usufruindo de sua fraqueza, e/ou atiçando a sua vaidade em forma de tesão.
No fundo... No fundo todos as preservam.
A vontade humana é uma incógnita!
No final das contas: Ninguém sabe o que realmente é, no lusco fusco da sexualidade.
E achando que se darão bem, faço-os pensarem que estão no comando, deixando o barco à deriva, para no momento certo tomar de assalto, mostrando quem realmente dá as cartas, com o meu corpo em brasa.
É tão prazerosa esta sensação, que a mão chega a tremer!
Entretanto, muitas das vezes, no início procuro me conter –
Não há nada melhor do que a expectativa:
Ver o medo e o terror se entranhar bem no fundo de seus corações.
O suor escorrendo na pele –
Exalando o feromônio, feito um animal arisco, lutando para sobreviver.
Sem qualquer resquício de culpa –
Imobilizando a presa...
Chicoteando-a para amaciar a carne –
Deixando marcas –
Criando vincos –
Traçados de sangue –
Hematomas –
Apresentando-o ao meu recinto particular:
Na contrapartida do meu rito de profanação sexual –
Onde o momento do ápice é o êxtase...
O deleite da luxúria –
Na miscelânea da dor.
Presenteando-me com a inspiração necessária, alimentando o âmago.
Fazendo-me revelar a minha verdadeira identidade.
As palavras são as vertentes translúcidas –
Em conjunto com as minhas mãos –
Com o que posso recriar ornamentado aos pensamentos, tomando forma –
Transformando em realidade.
Chicotes –
Velas –
Correntes –
Cordas –
Algemas –
Manivelas –
Com peças de madeira que se encaixam, fomentando guilhotinas -
Armadilhas para os mais atrozes e desobedientes.
Quanto mais se debatem em desespero e sofrimento:
Os membros são puxados –
Esticando os tendões –
Desencaixando ossos –
Provocando agonia –
Incitando distensões musculares -
Desencadeando gritos e gemidos.
Complementando com o clima hostil, torno-me rainha de minhas próprias vontades.
Ereções involuntárias...
Excitando-me com os gritos alheios –
Derramando-me!
Seios intumescidos –
A língua em riste –
Lábios ressecados –
Por ora, molhados.
Respiração ofegante –
A boceta encharcada –
Expandindo-me -
Escorrendo de prazer.
Na lubrificação natural –
No deleite anal.
Esfolando falos –
Explorando corpos -
Ao regalo.
Na volúpia evanescente.
A mulher –
A fêmea –
A Domme –
Que sabe extrair até a última hora do tão desejado elixir da existência.
Da raça que se propaga –
Para ser alimento de voluptuosidade.
Fazendo-me realizar e coexistir –
Na maior das profundezas dos ensejos carnais.
Em minha masmorra particular.
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