Dedos

É escolha minha...

Uma opção.

Mas não sei até quando suportarei...

Ninguém me toca.

Também faço por onde não me tocar!

A comida que tenho, esta já não mais me alimenta.

Preciso de algo que contenha mais sustância.

Alguma coisa que realmente possa fazer-me ficar empapuçada.

Por isso, lendo um livro...

Em meu quarto...

Sobre a minha cama...

Meu pensamento é recorrente a você!

Por mais que tente me concentrar na leitura sobre um fato ocorrido na história mundial, é impossível.

O teu nome é sinônimo de tesão...

Ele transpira sexo.

Com uma mão ocupada pelo livro...

Com os olhos a seguir as linhas traçadas,

E tu quem eu leio nas entrelinhas.

Os dedos da outra mão seguem dedilhando o meu corpo.

Não consigo mais pensar na leitura...

Até que por fim meus dedos alcançam o meu sexo molhado…

Ao sentí-lo assim, chamo por seu nome.

Sussurro-o bem baixinho para que ninguém possa ouvi-lo.

O clitóris teso...

Demonstra a excitação.

Preciso gozar!

Já não aguento mais esta situação que me faz presa.

Ao vê-lo com meus olhos fechados...

A tua imagem impõe o poder.

A potência do macho viril que, põe a sua puta de quatro, invadindo-a com tamanha voracidade.

O livro cai...

É deixado de lado pela intensidade do tesão que, alimenta feito fogo de caieira.

O seu nome pronuncio mais alto... Sem medo...

Que pecado estaria cometendo?

O de desejá-lo?

Sim!

É isto que eu faço:

Desejo-o!

Não estou mais sozinha.

Tu estás comigo a compartilhar daquele momento de luxúria.

A fricção em meu corpo reanima, diz-me que estou no caminho certo!

No entanto, não trocando muitas palavras quando nos encontramos sei que, o tesão é igual ao de outrora.

Entrego-me aos meus devaneios.

Rendo-me aos apelos de teu corpo...

A sensação do corpo sem alimento...

Que treme... Compulsivamente ao ato do prazer... Do gozo!

Tu podes não estar comigo fisicamente...

Mas sei que em pensamento se faz.

O meu gozo transcende a virilidade do êxtase.

Trazendo o conforto não somente do corpo...

Como também da alma.